Karen Jonz lança "GUIZMO", um disco catártico e introspectivo sobre o processo de transformação

"GUIZMO" nos conduz por uma jornada de autodescoberta, onde é possível ressurgir das adversidades e transformar o caos em uma poderosa oportunidade de
Foto artística de Karen Jonz.

É fofo e caótico, uma mistura entre o doce e perturbador

 
KAREN JONZ retorna com seu novo trabalho, GUIZMO, um disco que, como um relato visceral, captura sua jornada de transformação pessoal e as complexidades da vida.

Mesmo abordando temas como auto-sabotagem, morte, ausência e resiliência, o álbum revela uma visão amadurecida de sua carreira e identidade artística. Guizmo é um esforço consciente para permanecer no lado funcional, de como passar por certas coisas e ainda continuar.

Como retornar a um estado viável, apesar de mostruosidades. É fofo e caótico, uma mistura entre o doce e perturbador. Sua sonoridade orgânica e nostálgica dialoga com bandas femininas dos anos 90 e com as novas vozes da cena alternativa contemporânea.

"GUIZMO" nos conduz por uma jornada de autodescoberta, onde é possível ressurgir das adversidades e transformar o caos em uma poderosa oportunidade de reinvenção. As letras, sempre um dos pontos fortes de sua música, tratam de momentos difíceis com delicadeza, revelando uma sensibilidade que se entrelaça com a sonoridade do álbum. O disco é um reflexo de amadurecimento, tanto pessoal quanto musical, com uma produção cuidadosa que mistura o passado e o presente.

Através de suas letras, Karen aborda os desafios de sua trajetória, como o skate feminino, a superação da depressão e a busca pela autenticidade. 

Sonoramente percebem-se muitas camadas, influência de gêneros como Shoegaze, rock, emo ao mesmo tempo um pouco mais pop que o trabalho anterior, ainda sem deixar de ser experimental. 

GUIZMO não é apenas um álbum sobre dores e angústias, mas também sobre a necessidade de continuar, de se reconstruir após as quedas da vida e a importância de ouvir a si mesma em meio ao caos do mundo ao redor.

Faixa a Faixa: O Processo Criativo por Trás de Cada Música

1 - "Playlist do Velório"
A primeira faixa do álbum traz uma reflexão sobre a infância e as perdas. Karen compartilha a memória de seu primo, seu primeiro melhor amigo, e como ele influenciou sua relação com o skate. A música explora a relação com o tempo, o impacto das memórias e a aceitação das perdas, criando uma atmosfera introspectiva. 

O videoclipe de "Playlist do Velório" explora a infância de Karen, suas memórias do primo falecido e sua relação com o skate. Com objetos simbólicos como skates, brinquedos esquecidos e flores murchas, o clipe retrata o impacto do tempo nas relações e como as memórias persistem, mesmo quando o que está ao nosso redor se apaga.

2- "Superficial"
A segunda faixa lida com a busca por identidade na adolescência, um período de incertezas e crises internas. A letra fala sobre a tentativa de ser aceita enquanto se perde em uma busca incessante por autenticidade, afastando-se das coisas simples e entrando em um ciclo de autocrítica e insegurança.

3 - "Quando Eu Cair"
Uma reflexão sobre os desafios da adolescência e como o skate se tornou uma metáfora de resiliência. A música fala sobre cair, recomeçar e encontrar solidariedade em meio ao caos, enquanto se busca um lugar seguro para a auto expressão.

4 - "E Se Fosse o Inverso"
Karen aborda o ingresso na vida adulta e as dificuldades enfrentadas como mulher em um esporte tradicionalmente masculinizado, o skate. Ela fala sobre a falta de legitimidade em suas conquistas, mas também sobre a luta por igualdade e por reconhecimento no ambiente profissional.

5 - "Acidental"
A quinta faixa lida com a aceitação das coincidências da vida e os "acidentes" que se tornam marcos importantes na jornada. Karen descreve momentos inesperados que, embora desconfortáveis, a levaram a importantes descobertas sobre si mesma, como o título mundial no skate e a descoberta de sua gravidez.

6 - "Sessão de Horror"
Esta faixa mergulha na dor e no desconforto emocional. Karen enfrenta os fantasmas do passado e os traumas não resolvidos, rejeitando a superficialidade das relações e mergulhando no processo de autoaperfeiçoamento, que é doloroso, mas necessário para o crescimento emocional.

7 - "Meu Fôlego"
Em contraste com a dor da faixa anterior, "Meu Fôlego" é uma pausa reflexiva, uma canção que busca restabelecer forças e propósito. A letra simboliza uma pausa para relembrar a importância de continuar a jornada, mesmo quando parece difícil.

8 - "Descartável"
Karen reflete sobre como as relações, conquistas e até o próprio esporte são vistos como temporários ou substituíveis. Ela fala sobre o impacto de viver sob pressão para estar sempre "relevante" e como essa visão consumista mina o valor das experiências. A música é um convite à ressignificação do que realmente importa.

9 - "Traço Tóxico"
A faixa é um confronto com os padrões prejudiciais que se carregam ao longo da vida – tanto externos quanto internos. Karen lida com a autocrítica severa, a busca por validação e os comportamentos tóxicos, propondo uma reflexão sobre como transformá-los em aprendizado e crescimento.

10 - "Silêncio"
O álbum se encerra com uma pausa reflexiva. "Silêncio" simboliza o retorno ao essencial e à reconexão consigo mesma. Ao mesmo tempo, fala sobre o cansaço de tentar mudar e aceitar que, por vezes, o melhor é se permitir parar e ouvir a si mesma, sem pressões externas.

Disponível nas principais plataformas de streaming, GUIZMO é um convite à reflexão e à reconexão com aquilo que realmente importa. 
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