Christina Aguilera diz que teve problemas no joelho devido ao salto alto; entenda consequências do uso

Os danos ocorrem de maneira mais grave em quem costuma trabalhar, caminhar muito ou, no caso de Christina, se apresentar com esse tipo de salto. “Em u
Criação IA editada de mulher sentada num banco cde jardim trocando os salto alto por saltos baixos.


Com o uso do salto, o joelho é colocado em uma posição desconfortável que exige flexão contínua


Usar salto excessivamente pode prejudicar a saúde do joelho e favorecer o surgimento de doenças como condromalácia e artrose. Mas calçado também pode causar problemas em outras regiões, como pés, tornozelos e até coluna


São Paulo – 28/01/2025 - Em entrevista à revista americana Rolling Stone, a cantora Christina Aguilera revelou que usar salto alto durante anos para se apresentar prejudicou a saúde dos seus joelhos. “Eu já ferrei tanto com minhas pernas e meus pés com o salto alto. Acabei com a cartilagem do meu joelho”, disse a artista. E, realmente, o uso constante desse tipo de calçado é uma causa comum de problemas nos joelhos. “Com o uso do salto, o joelho é colocado em uma posição desconfortável que exige flexão contínua. Esse esforço desgasta a cartilagem patelar levando à condromalácia (condropatia), doença cujos sintomas incluem dores no joelho que pioram ao subir ou descer escadas. Ajoelhar, agachar ou sentar com as pernas cruzadas também pode causar dor”, explica o Dr. Marcos Cortelazo*, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Os danos ocorrem de maneira mais grave em quem costuma trabalhar, caminhar muito ou, no caso de Christina, se apresentar com esse tipo de salto. “Em uma caminhada normal, o corpo absorve o impacto da passada de maneira uniforme. Esse equilíbrio permite que as articulações dos tornozelos e dos joelhos não sejam prejudicadas. Já os saltos causam maior desequilíbrio e exigem mais flexão dos joelhos”, explica o médico. Mas não é só isso. Segundo o especialista, o desgaste pode se acentuar com o uso contínuo desse tipo de calçado e atingir outras estruturas do joelho, causando também artrose. “Nesse caso, além da cartilagem patelar, as estruturas que envolvem o fêmur e a tíbia também são afetadas”, diz o Dr. Marcos

E não é apenas o joelho que sofre devido o uso dos saltos. Na verdade, segundo o ortopedista Dr. Fernando Jorge*, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (bioengenharia) pela USP, o primeiro local a sofrer é a região da sola dos pés próxima aos dedos. “Devido à curvatura que o salto proporciona ao pé, todo o peso do corpo fica concentrado nesse local, o que pode gerar metatarsalgia, neuroma de Morton e joanetes, principalmente se o salto for de bico fino”, diz o médico, que acrescenta que a planta do pé também pode ser comprometida, visto que fica fletida em excesso por um tempo prolongado. “Como consequência, pode causar uma fascite plantar ou levar ao famoso esporão de calcâneo, assim como tendinites no tendão de Aquiles”, pontua.

De acordo com o Dr. Fernando, há o risco também de ocorrer uma sobrecarga das articulações da coluna, causando fortes dores devido a um tensionamento muscular e ligamentar. “Fraturas por estresse, torções de tornozelo, lombalgia e lombociatalgia são outros problemas que podem surgir devido ao uso prolongado de salto. E, comumente, quando a mulher tira o salto alto após muito tempo de uso, ela sente uma intensificação das dores”, diz o Dr. Fernando Jorge.

Segundo o Dr. Marcos Cortelazo, a melhor solução para esse dilema é usar o salto alto de maneira esporádica. “Caso use saltos, opte pelo caminho do meio, preferindo sapatos nem muito planos e nem muito altos, em uma altura que não exceda a margem de 2,5cm a 5cm”, diz o ortopedista. “Para evitar lesões, é importante controlar o peso e realizar atividades físicas que contribuam para o fortalecimento e alongamento da musculatura e tendões dos membros inferiores”, finaliza o Dr. Fernando Jorge.

*DR. FERNANDO JORGE: Médico ortopedista, especialista em cirurgias do Joelho e cirurgias do Quadril (HSL-RP), em Medicina Regenerativa (Orthoregen-BR/USA), em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto). Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionista da Dor (SOBRAMID), da Associação Brasileira de Medicina Regenerativa (ABRM), da Sociedade Americana de Medicina Regenerativa (ASRM) e do Conselho Americano de Medicina Regenerativa. Especialista em Tratamento Médico por Terapia por Ondas de Choque e membro da SMBTOC (Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque). Além disso, é membro efetivo da SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor) e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (BIOENGENHARIA) pela Faculdade de Medicina da USP. ⁠Professor, palestrante e mentor nas áreas em que atua. @dr.fernandojorge
*DR. MARCOS CORTELAZO: Ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva. Graduado em medicina e pós-graduado em ortopedia e traumatologia pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o Dr. Marcos Cortelazo é membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Latino-americana de Artroscopia, Joelho e Esporte (SLARD) e da Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina do Esporte (ISAKOS). Sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e da Sociedade Brasileira de Artroscopia, o especialista integra o corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Oswaldo Cruz. CRM 76316 Instagram: @dr.marcos_cortelazo
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