Mitos e verdades sobre IA no Direito: o que todo advogado deve saber

DO TEXTO: A interpretação das leis, o planejamento das estratégias dos casos, o julgamento ético, dentre inúmeras outras coisas, continuam sendo responsabilidad
Criação IA com IA em forma de robot por trás da estátua da Justiça.

A IA irá substituir o advogado? Quais informações eu posso e quais não posso fornecer para as ferramentas?


A Inteligência Artificial Generativa está cada vez mais presente no setor jurídico, mas ainda existem muitas dúvidas sobre seu uso. Entenda o que é fato e o que é mito 


A Inteligência Artificial (IA) já existe há mais de 50 anos e, especialmente desde os anos 2000, tem sido usada em diversos produtos e serviços. A grande novidade dos últimos anos é a IA Generativa, que utiliza inteligência artificial para gerar informação a partir de solicitações dos usuários, baseando-se em sua base de dados de treinamento. Ela tem transformado diversas áreas, incluindo o Direito. 

Para muitos profissionais, essa inovação levanta dúvidas sobre suas reais capacidades e limitações. A IA irá substituir o advogado? Quais informações eu posso e quais não posso fornecer para as ferramentas? Posso contar com ela para produzir documentos completos? Alberto Cavalcanti, especialista em tecnologia e IA na Trybe, esclarece os principais mitos e verdades sobre essa ferramenta, e explica como ela pode apoiar e gerar benefícios para a prática jurídica. 

A IA vai substituir os advogados?

Mito! Embora seja possível utilizar as ferramentas de IA Generativa para automatizar tarefas e gerar enormes ganhos de eficiência, ela hoje não substitui o ser humano. A interpretação das leis, o planejamento das estratégias dos casos, o julgamento ético, dentre inúmeras outras coisas, continuam sendo responsabilidades humanas que não devem ser delegadas para os modelos de IA.

A IA pode mesmo melhorar a eficiência no trabalho jurídico?

Verdade! As técnicas e ferramentas de IA Generativa permitem que advogados economizem tempo em tarefas repetitivas ou menos complexas, como na criação e revisão de contratos e outros documentos jurídicos, redação de e-mails e criação de apresentações, permitindo que eles se concentrem em atividades mais estratégicas e de maior valor para os clientes e cidadãos. Mesmo considerando que todo trabalho de uma IA deve ser revisado, o ganho de eficiência é nítido.

A IA pode entender e aplicar a lei da mesma forma que um advogado?

Mito! A IA consegue analisar grandes volumes de dados e identificar padrões, mas não compreende as diferenças e nuances culturais, sociais ou emocionais para cada caso, essenciais para assertividade e qualidade na prática jurídica. Entender e utilizar informações de jurisprudência é uma tarefa especialmente desafiadora para a IA fazer sem auxílio humano também - aqui, o operador de direito que sabe fazer essa tarefa tem vantagem.

A IA está sempre correta?

Mito! A precisão das respostas dos modelos de IA Generativa dependem da qualidade, quantidade e atualização dos dados utilizados para o treinamento. Se os dados carregam algum tipo de viés, forem incompletos, ou estiverem desatualizados, os resultados gerados podem ser incorretos, o que torna a revisão humana essencial no uso da IA. Importante ressaltar que as IA Generativas têm a função de gerar informação a partir de um comando, ou seja, a ferramenta vai gerar uma resposta e não necessariamente irá aferir sua veracidade. Dessa forma, vale reforçar que, além da revisão, é fundamental fazer as perguntas certas e conhecer as limitações dos modelos.

A IA Generativa pode comprometer a confidencialidade de dados jurídicos?

Verdade! O uso de IA Generativa no Direito pode apresentar riscos em relação à proteção de dados sensíveis. Os advogados devem ser cautelosos ao compartilhar informações confidenciais com sistemas de IA, e garantir que estejam em conformidade com as leis de proteção de dados, como a LGPD. Na dúvida, vale remover dados sigilosos de qualquer documento que IA vá ler ou produzir. A segurança dos dados é crucial, e falhas nesse aspecto podem comprometer a confidencialidade dos clientes.

O uso de IA Generativa na prática jurídica pode aumentar os riscos de viés em decisões judiciais?

Verdade! A IA Generativa pode reproduzir vieses presentes nos dados usados para treiná-la. Quando os dados são tendenciosos, os resultados gerados também podem ser. Por isso, é fundamental que os advogados revisem e verifiquem as informações geradas pela IA, especialmente em questões sensíveis ou de maior relevância.

Sobre a Trybe
Fundada em 2019, a Trybe é uma escola de tecnologia e inteligência artificial voltada para pessoas que buscam iniciar seus estudos, fazer uma transição de carreira ou progredir em suas profissões com o aprendizado de habilidades relacionadas à tecnologia e Inteligência Artificial. Todos os cursos oferecidos são orientados para o mercado de trabalho, com foco no desenvolvimento de habilidades e competências demandadas por empresas, simulando o ambiente de trabalho real, por meio de atividades práticas.  
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