Em formato híbrido, Jéssica Balbino discute gordofobia, afeto e dissidência no livro "gasolina & fósforo"

Obra do selo doburro reúne poemas, crônicas e fotos da autora, que também apresenta performances sobre o corpo gordo 

A jornalista e escritora Jéssica Balbino lança o livro "gasolina & fósforo"(selo doburro) um híbrido de poemas e crônicas que versam sobre o corpo, sobretudo o dissidente e desobediente dos padrões sociais. A obra é a primeira autoral e sai de forma independente pelo selo doburro. Para além das páginas tradicionais, Jéssica traz fotografias do próprio corpo também impressas no volume, feitas por diferentes fotógrafos (Cintia Rizoli, João Paulo Ferreira, Gustavo Rodrigues, Lu Alves) que a acompanham nos últimos anos. 

Dividido em três capítulos: gasolina, fósforo e meu corpo em chamas, o livro acompanha a trajetória da autora pela própria vida, sendo contada, com a crise estética peculiar do formato híbrido, através dos capítulos e dos processos individuais relacionados ao próprio corpo de garota, adolescente e agora mulher gorda. 

Um dos objetos do projeto é extrapolar o formato do livro impresso, dialogando com outras expressões. Inspirada pela escritora portuguesa Isabela Figueiredo, Jéssica Balbino cria, também na obra, uma epígrafe sonora, que vai desde o rapper Don L - que inspira o título do livro - a Marvin Gaye. De Nina Simone a Nação Zumbi e Mel Duarte. 

Além disso, a autora lançou, no mês de março, um vídeo com o spoken word com performance do poema ‘bom mesmo é estar embaixo d´água [conversa com luedji luna]’, parte integrante do livro “gasolina & fósforo”. O poema integra o livro. 

"Eu gosto de fazer uma literatura que seja acessível nas mais diferentes formas e gravar ela em formato de spoken word e filmar um roteiro faz com que as possibilidades de dizer o que tenho vontade se ampliem", destaca Jéssica Balbino.

A performance de três minutos foi gravada em uma música feita por Rebecca Nora. O vídeo tem roteiro e direção da própria autora e também do músico e performer Sá Gabriel. A direção de imagem e edição é de Thito Fonseca, a produção é de Beto Peixoto e a fotografia de Lu Alves.

"O roteiro é uma performance que joga luz sobre como é viver em um corpo gordo, dissidente. Pensamos em trazer as palavras mais ouvidas durante essa existência para a tela e como é pesado carregar tanto estigma", comenta Sá Gabriel.

A ideia é que outras performances com textos como “mulher porca”, “você odeia pessoas gordas” e “febre latina” sejam gravados durante o processo de divulgação e promoção da obra. 

SERVIÇO:

Para comprar o livro escreva para falajessicabalbino@gmail.com 

SOBRE JÉSSICA BALBINO

Por paixão e por formação, Jéssica Balbino é jornalista e acredita que as narrativas podem transformar o mundo. Psicanalista em formação, viciada em café e histórias, é mestre em comunicação pela Unicamp, premiada pelo Estado de Minas Gerais com o projeto Margens e pelo Minc com o livro-reportagem "Hip-Hop - A Cultura Marginal". Recebeu também, por dois anos consecutivos, o prêmio Maiores & Melhores, na categoria Assessoria de Imprensa. Estuda psicanálise. 

Dedica-se a registrar histórias por meio das vivências. É autora dos livros “Gasolina & Fósforo - meu corpo em chamas”, "Hip-Hop - A Cultura Marginal" e "Traficando Conhecimento", além de ter participado de várias antologias. Escreve uma coluna sobre corpos dissidentes e literatura para o Estado de Minas.

Entusiasta do jornalismo literário, coordena o Margens, projeto que realiza curadoria, divulgação e edição de conteúdo e reportagens de literatura contemporânea brasileira, especialmente a produzida por mulheres. Criou o Insurgências Gordas, primeiro curso com intelectuais gordes do país e realiza, em parceria com o jornalista e quadrinista Alexandre de Maio o projeto que leva o mesmo nome e publica charges sobre corpos gordos, provocando reflexões por meio do humor e da ironia. 

Foi jurada do Prêmio Jabuti e do Prêmio Arte como Respiro do Itaú Cultural. 

Participou de eventos literários dentro e fora do país e é também curadora e produtora de projetos literários como o próprio Margens, o Lá na Laje, que durante o ano de 2018 e 2019 realizou duas temporadas de um clube do livro sem livros no Sesc Pompeia e posteriormente no Sesc Osasco, do ciclo Margens no Itaú Cultural em 2017, bem como do encontro de Arte da Periferia no Flipoços desde 2009. 

É colunista do site Puta Peita e escreve para veículos como UOL, Catraca Livre, M pelo Mundo, BuzzFeed e Hysteria. Foi editora do G1 por quatro anos. 

Trabalha como assessora de imprensa apenas para pessoas e projetos em que acredita - e que transformam o mundo, entre eles, Mel Duarte e Livraria Africanidades, já tendo passado por projetos e eventos como Flipoços, Mostra Cultural da Cooperifa, Festival Percurso, entre outros. 

Foi âncora e editora de conteúdo do podcast #Rabiscos entre 2018 e 2020, fazendo mais de 100 entrevistas com autores contemporâneos, conduzindo e construindo séries de entrevistas. 

Em 2017, foi apontada pelo Centro Cultural de São Paulo como uma das 100 mulheres que mais incentivam a cultura no país. Quando não está trabalhando, estuda psicanálise, gosta de cozinhar e viajar, mas depois, escreve sobre as experiências.  

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