Tratamentos simples a laser podem ajudar a evitar recidiva de câncer de pele

DO TEXTO: Descobertas sugerem que o tratamento com laser fracionado não ablativo pode ter um papel importante na proteção contra carcinomas de queratinócitos su

Corpo com tumor na pele.


Câncer de pele não melanoma é o tipo mais comum de tumor maligno no Brasil


São Paulo – Março/2023 - No Brasil, cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados correspondem ao câncer de pele não melanoma. Com altos percentuais de cura, esse tipo de câncer também tem grande chance de recidiva. Mas uma  nova pesquisa, publicada em fevereiro no periódico Dermatologic Surgery, indica que tratamentos simples com laser na pele podem ajudar a prevenir o desenvolvimento de carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular, dois tipos de câncer de pele não melanoma comuns e que são coletivamente conhecidos como carcinoma de queratinócitos. “Os lasers fracionados não ablativos foram usados no estudo. Eles fornecem calor de maneira fracionada, deixando totalmente intacta a pele após o tratamento, ao contrário dos lasers ablativos que removem a camada superior da pele. Os lasers fracionados não ablativos são usados para tratar cicatrizes, pele fotoenvelhecida, manchas da idade, mas esse estudo mostrou sua importância também para o câncer de pele”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

O trabalho foi conduzido por uma equipe de pesquisadores do Massachusetts General Hospital. Os pesquisadores estudaram pacientes que haviam sido tratados com sucesso para carcinoma de queratinócitos faciais no passado. Esses pacientes têm um risco de 35% de desenvolver um carcinoma de queratinócitos subsequente em 3 anos e um risco de 50% em 5 anos. No estudo, 43 pacientes receberam terapia com laser fracionado não ablativo e 52 serviram como controles e não receberam a terapia a laser. “A taxa de desenvolvimento subsequente de carcinoma de queratinócitos faciais durante um acompanhamento médio de mais de 6 anos foi de 20,9% em pacientes tratados com laser fracionado não ablativo e 40,4% em controles, indicando que os pacientes tratados com o laser tiveram cerca de metade do risco”, diz a médica.

Ao controlar por idade, sexo e tipo de pele, os pacientes de controle tiveram 2,65 vezes mais chances de desenvolver um novo carcinoma de queratinócito facial do que os pacientes tratados com laser fracionado não ablativo. “Essas descobertas sugerem que o tratamento com laser fracionado não ablativo pode ter um papel importante na proteção contra carcinomas de queratinócitos subsequentes. Embora o mecanismo do efeito protetor do laser não seja completamente compreendido, suspeita-se que esse tratamento reduza a carga geral de queratinócitos fotodanificados e possa promover uma resposta de cicatrização de feridas, o que dá às células saudáveis da pele uma vantagem seletiva”, explica a Dra. Paola Pomerantzeff. “Estudos adicionais são necessários para avaliar de forma mais crítica o papel do laser fracionado não ablativo na prevenção do câncer de pele, para revelar a duração de seus efeitos protetores e para determinar os parâmetros de tratamento ideais”, diz a médica.

De qualquer maneira, a médica lembra que os pacientes precisam tomar precauções adequadas para reduzir o risco de câncer de pele, incluindo: “Use protetor solar diariamente, use chapéus e roupas de proteção ao sol e realize autoexames de pele”, finaliza.

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*DRA. PAOLA POMERANTZEFF: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais. Instagram: @drapaoladermatologista

 


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