Ter mais refeições em família pode ajudar a diminuir o estresse

DO TEXTO: Estudos relatam que tanto crianças como adultos que fazem refeições em família tendem a sofrer menos estresse, além de cultivarem um melhor relacionam

Refeição em família.


Pesquisa da American Heart Association mostra que 91% dos pais dizem que sua família fica menos estressada quando todos comem juntos

São Paulo – janeiro 2023 - O estresse crônico e constante pode aumentar o risco de doenças cardíacas e derrames ao longo da vida, mas uma nova pesquisa  da American Heart Association revela que refeições regulares com outras pessoas podem ser uma solução simples para ajudar a controlar o estresse. “O estresse virou uma preocupação global na medida em que, na sua forma crônica, favorece a elevação da pressão arterial, a aceleração da frequência cardíaca e o aumento dos níveis de gorduras e açúcar no sangue, assim contribuindo para o surgimento de hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares. Além disso, o estresse crônico provoca a excreção de fosfato em níveis fora do padrão, o que prejudica a função renal, além de levar a fraqueza muscular e alterações na composição óssea. Por serem as unidades de filtragem de sangue do corpo, os rins são impactados por problemas com os vasos e a circulação sanguínea. Dessa forma, a pressão alta e o açúcar elevado no sangue provocados pelo estresse podem sobrecarregar os rins. Inclusive, pacientes com hipertensão e diabetes correm maior risco de doença renal”, afirma a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada*, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “Quando se fala em reduzir o estresse, geralmente as atividades como meditação, yoga e lazer são lembradas. Mas as refeições, desde o momento do preparo até o momento do consumo alimentar, particularmente se forem compartilhadas com pessoas com laços afetivos, como os familiares, podem reduzir o estresse. O ato de cozinhar e fazer refeições em família pode representar conforto emocional, diversão e ao mesmo tempo leva a uma dieta mais equilibrada, crucial para a saúde mental”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez*, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

Dos 1.000 adultos dos EUA pesquisados em setembro de 2022 para o movimento Healthy for Good, da American Heart Association, a grande maioria (84%) diz que gostaria de compartilhar uma refeição com mais frequência com os entes queridos, e quase todos os pais (91%) relatam níveis mais baixos de estresse entre sua família quando eles se conectam regularmente durante uma refeição. Para tornar a união das refeições um pouco mais fácil e ajudar as pessoas a reivindicar os benefícios do coração, da mente e do corpo que a acompanham, a American Heart Association compartilhará dicas práticas e econômicas de refeições todas as terças-feiras até dezembro. As pessoas podem seguir #TogetherTuesday nas mídias sociais. "Compartilhar refeições com outras pessoas é uma ótima maneira de reduzir o estresse, aumentar a autoestima e melhorar a conexão social, principalmente para as crianças. É importante que as pessoas encontrem maneiras de reduzir e gerenciar o estresse o máximo possível, o mais rápido possível”, diz a Dra. Caroline.

Conectar-se com amigos, familiares, colegas de trabalho e vizinhos beneficia as pessoas além do alívio do estresse. “Um hábito alimentar saudável está diretamente relacionado a melhores níveis circulantes de neurotransmissores como a serotonina, que pode ajudar a aliviar quadros de depressão, ansiedade, além do estresse”, diz a Dra. Marcella. De fato, a pesquisa descobriu que 67% das pessoas dizem que compartilhar uma refeição os lembra da importância de se conectar com outras pessoas, e 54% dizem que isso os lembra de desacelerar e fazer uma pausa. Os entrevistados dizem que são mais propensos (59%) a fazer escolhas alimentares mais saudáveis ao comer com outras pessoas, mas têm dificuldade em alinhar os horários com seus amigos ou familiares para fazê-lo, de acordo com a pesquisa. No geral, os entrevistados relataram comer sozinhos cerca de metade do tempo. "Sabemos que nem sempre é tão fácil quanto parece reunir as pessoas na hora das refeições. Como outros hábitos saudáveis, permita-se começar pequeno e construir a partir daí. Estabeleça uma meta de reunir amigos, familiares ou colegas de trabalho para mais uma refeição a cada semana. Se você não puder se reunir pessoalmente durante a semana, pense em algo no final de semana", diz a Dra. Caroline.

A pesquisa da American Heart Association também identificou que a maioria (65%) dos adultos diz estar pelo menos um pouco estressada e mais de um quarto (27%) está extremamente ou muito estressada. Quase 7 em cada 10 (69%) dos entrevistados que trabalham em período integral ou parcial disseram que se sentiriam menos estressados no trabalho se tivessem mais tempo para fazer uma pausa e compartilhar uma refeição com um colega de trabalho. “Estudos relatam que tanto crianças como adultos que fazem refeições em família tendem a sofrer menos estresse, além de cultivarem um melhor relacionamento, devido à conexão estabelecida nessas ocasiões. As evidências científicas que relacionam as refeições em família com a redução do risco de desenvolver transtornos emocionais e alimentares, mediados por estresse, são cada vez mais robustas”, finaliza a médica nutróloga.

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*DRA. CAROLINE REIGADA: Médica nefrologista, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A médica é especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, a Dra. Caroline Reigada participa periodicamente de cursos e congressos, além de ter publicado uma série de trabalhos científicos premiados. Participou do curso “The Brigham Renal Board Review Course” em Harvard. Atualmente é médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Instagram: @dracaroline.reigada.nefro

*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez

 


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