7 motivos para começar o ano diminuindo o consumo crônico de açúcar

DO TEXTO: O consumo excessivo pode levar a doenças metabólicas como obesidade e diabetes, porém agrava os riscos de doenças cardiovasculares, inflamatórias, de

Mulher a morder um bolo.


O consumo excessivo de açúcares e doces pode levar a doenças metabólicas como obesidade e diabetes, porém agrava os riscos de doenças cardiovasculares, inflamatórias, degenerativas e até neoplásicas

São Paulo - 04/01/2023 – Que tal aproveitar o início de um novo ano para deixar de lado hábitos prejudiciais a saúde, como o consumo excessivo de açúcar? “O açúcar vicia física e emocionalmente, por causa de vários mecanismos metabólicos e bioquímicos. O consumo excessivo pode levar a doenças metabólicas como obesidade e diabetes, porém agrava os riscos de doenças cardiovasculares, inflamatórias, degenerativas e até neoplásicas”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez*, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Abaixo, especialistas destacam 7 danos, entre aqueles que são perceptíveis e os que são silenciosos, do consumo excessivo do açúcar:

Doenças metabólicas, renais e câncer: Obesidade e diabetes são dois dos problemas metabólicos que surgem por consequência de alimentação rica em açúcar, principalmente de doces. O carboidrato em excesso também pode favorecer o surgimento de câncer. “As células cancerígenas, assim como todas as outras células do organismo, precisam de fontes de energia para sobreviver. Enquanto algumas células retiram essa energia do oxigênio, outras, como as células neoplásicas, utilizam como fonte de energia a fermentação do açúcar. Dessa forma, o açúcar, mais especificamente a glicose, pode impulsionar o desenvolvimento do câncer, já que alimenta as células cancerígenas, que crescem e se espalham pelo organismo”, ressalta a médica nutróloga. “O açúcar é um vilão ainda maior se o câncer já estiver em desenvolvimento, pois, durante os períodos de rápido crescimento do tumor, as células cancerígenas digerem o açúcar até 200 vezes mais rápido do que as células normais.” E os problemas metabólicos podem favorecer uma cascata de danos, segundo a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada*, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. “O açúcar em excesso também acarreta maior inflamação, com consequente risco de diabetes - que é o maior fator de risco para doença renal crônica no mundo. A resistência à insulina (condição típica do diabetes tipo 2) gera vasoconstrição (estreitamento de vasos) e retenção de sódio e água pelo organismo, além de endurecimento dos vasos sanguíneos – o que pode lesar os rins”, explica a médica, que lembra que muitos dos alimentos doces, principalmente os ultraprocessados como bolachas recheadas, recheios prontos e sucos de caixinha contam com muito sódio, que também causa danos ao rim. “O sal é a maior causa de hipertensão arterial (pressão alta). Além de causar retenção de líquidos, o sal causa constrição (estreitamento) das arteríolas, com consequente elevação da pressão arterial. A hipertensão de longa data lesa os rins e seus diversos vasos, ou seja, ocorrem lesões de órgãos-alvo, como acontece no coração e no cérebro. Dados recentes mostram que o sódio (sal) também modula o funcionamento de células imunológicas, apoiando a teoria do aumento inflamatório no organismo”, diz a Dra. Caroline.

Envelhecimento acelerado da pele e do cabelo: Alimentação e pele formam uma relação muito interessante, uma vez que o padrão alimentar pode acelerar ou ajudar a tratar o processo de envelhecimento. "Alimentos ricos em açúcar, por exemplo, se unem às proteínas da pele, causando o que chamamos de glicação. Quando essa ligação acontece, as moléculas de colágeno e elastina são quebradas, o que favorece o aparecimento de rugas e flacidez", explica a Dra. Cintia Guedes*, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). “A glicação causa uma desordem tecidual. Dessa forma, é necessário utilizar suplementos antiglicantes como Glycoxil para reverter os danos”, aconselha a nutricionista Luisa Wolpe Simas*, consultora de nutrição integrada da Biotec Dermocosméticos. Além de afetar a pele, o consumo excessivo de açúcar também pode prejudicar a saúde dos cabelos, pois, por ser um alimento inflamatório, o açúcar favorece a queda capilar e diminui a taxa de crescimento dos fios. "O consumo de açúcar leva a uma liberação de insulina para que esse açúcar seja absorvido. Porém, se a liberação de insulina for exagerada, ocorre uma alteração metabólica que resulta na produção de substâncias que inibem o crescimento dos fios", diz a Dra Cintia Guedes.

Desordens estéticas corporais: Muita gente ainda associa problemas como a celulite e gordura localizada ao sobrepeso, mas isso tem mais relação com o padrão alimentar. “Ao ver uma mulher magra, não estamos realizando uma avaliação de composição corporal, sendo assim, ela pode ter alto percentual de gordura e consequente celulite. Não sabemos dos hábitos de vida dessa mulher magra e, além disso, do consumo de alimentos inflamatórios que ela ingere”, explica a Dra. Cláudia Merlo*, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. Para celulite, além do excesso de açúcar, o de sal também é extremamente maléfico, na medida em que o sódio piora a retenção de líquidos. Outro problema corporal comum é o aparecimento de estrias, que também tem relação com a glicação, segundo Ludmila Bonelli*, cosmiatra, especialista em dermatocosmética e diretora científica da Be Belle. “Quando o açúcar endurece o colágeno, ele perde a sua funcionalidade de mobilidade, de sustentação. A pele fica mais desidratada também. Dessa forma, surgem as rugas, a flacidez e até as estrias, uma vez que esse colágeno rompe com mais facilidade, formando essas ‘marcas’”, destaca Ludmila.

Fadiga e exaustão: O excesso de açúcar na dieta faz as mitocôndrias, organelas centrais da célula responsáveis pela produção de energia, perderem eficiência e reduzindo a produção de energia, segundo a Dra. Marcella. “A hiperglicemia (elevado nível de glicose no sangue) afeta mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. Em nível celular, o estudo enfatizou que o açúcar em demasia na dieta afeta a integridade da mitocôndria, considerada o pulmão celular. Com isso, os eventos metabólicos iniciais como fadiga e cansaço podem ser indicativos do desenvolvimento do diabetes”, explica a médica nutróloga.

Problemas circulatórios: O açúcar em excesso pode ser amargo para o coração. Além de estar relacionado com a obesidade e com a diabetes mellitus, ele também é um grande vilão para o aumento de colesterol. O açúcar pode favorecer o aparecimento de problemas cardiovasculares, causando, por exemplo, o espessamento e o acúmulo de placas de gordura dentro da parede das artérias, com consequente obstrução desses vasos. “Dependendo da artéria afetada, tal quadro pode levar ainda a incidência de infarto, derrame e problemas de claudicação, que é quando você vai caminhar e tem dificuldade de andar porque falta sangue nas pernas”, diz a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita*, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Prejudica a saúde oral: O açúcar é um dos grandes vilões da saúde oral. “Um dos principais problemas nesse sentido é a formação de cáries, que ocorre quando as bactérias da boca metabolizam o açúcar que consumimos, tornando o pH da boca ácido e, consequentemente, provocando a desmineralização do esmalte dos dentes e o aparecimento das cáries. E o pior é que o início dessa ação ocorre poucas horas após a ingestão do açúcar. Além disso, o açúcar também favorece o acúmulo de placa bacteriana que, quando não removida adequadamente, também pode ocasionar gengivite e mau hálito”, alerta o Dr. Hugo Lewgoy*, cirurgião-dentista e doutor em Odontologia pela USP.

Problemas de fertilidade e da saúde gestacional: Além de favorecer a obesidade, o que prejudica a qualidade e a quantidade dos espermas e o processo de ovulação, a ingestão de açúcar, por si só, já reduz as chances de um casal engravidar. O consumo excessivo de açúcar pode levar a um processo inflamatório com consequente risco de estresse oxidativo, o que pode lesar o DNA de células germinativas. O consumo acentuado de açúcar também tem impacto na obesidade e no aparecimento de diabetes mellitus gestacional, segundo o ginecologista obstetra Dr. Fernando Prado*, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita. “Alguns trabalhos apontam que altos níveis de glicose em mães com diabetes gestacional desencadeiam mudanças epigenéticas no feto em desenvolvimento (modificações na atividade genética do feto em virtude de exposições ambientais), resultando em efeitos adversos para a saúde da criança ao longo do tempo”, explica o especialista.

Logo, o segredo para não prejudicar a saúde é apostar na moderação, reduzindo o consumo de açúcar a, no máximo, uma colher de sopa do ingrediente por dia. “O açúcar escondido é aquele adicionado a alimentos industrializados, geralmente salgados, que aparentemente não conteriam açúcar. A indústria geralmente adiciona açúcar aos alimentos processados para torná-los mais apetitosos. Quando a gordura é removida da comida processada, por exemplo, o açúcar é adicionado para balancear o sabor. Nomes como sacarose, frutose, glicose, maltodextrina, açúcar invertido, glucose ou xarope de milho, dextrose, maltose, açúcar demerara, açúcar orgânico, açúcar mascavo, açúcar de coco, mel, dextrina, oligossacarídeos, xarope glucose-frutose também são carboidratos simples que devem ter o consumo moderado”, explica.

Como é muito difícil reduzir de tal forma a ingestão de açúcar, até porque a maioria dos alimentos contêm alguma forma da substância em sua composição, a recomendação é adotar medidas que podem ser tomadas para reduzir os danos causados pelo açúcar. “Por exemplo, existem nutrientes como fibras, gorduras boas e proteínas que se forem ingeridos juntos com carboidratos refinados, doces e açúcares, reduzem a velocidade de digestão e absorção do açúcar no sangue, diminuindo o índice glicêmico e fazendo com que não os níveis de glicose e insulina circulantes não aumentem tão rápido”, afirma a Dra. Marcella.

Por fim, para combater a ação do açúcar nos dentes e prevenir o surgimento de cáries e outras doenças orais, o mais importante é investir na escovação, que deve ser realizada com uma escova de cerdas ultramacias, já que cerdas duras podem machucar as gengivas e provocar a retração gengival, e com uma grande quantidade de cerda. “Mas, lembre-se que a quantidade deve estar aliada à qualidade das cerdas. Um bom exemplo neste caso é a escova CS 5460 ultrasoft, da CURAPROX, que conta com 5460 cerdas de Curen®, um tipo de fibra mais fina e ultramacia capaz de desorganizar totalmente a placa bacteriana sem causar injúrias ou traumatismos nos dentes e gengivas”, finaliza o Dr. Hugo Lewgoy.

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*DRA. CINTIA GUEDES: Dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, a médica é pós-graduada em Dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, além de ter feito especialização em Medicina Estética pelo Instituto Brasileiro de Ensino (ISBRAE). CRM 124.447/RQE 61940 Instagram: @cintiaguedesdermatologia

*DRA. CLÁUDIA MERLO: Médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. Diretora da Clínica Cláudia Merlo. Instagram: @dra.claudiamerlo

*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez

*DRA. CAROLINE REIGADA: Médica nefrologista formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com residência médica na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e residência em Nefrologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a médica participa periodicamente de cursos e congressos, além de ter publicado uma série de trabalhos científicos premiados. Participou do curso “The Brigham Renal Board Review Course” em Harvard. Integra o corpo clínico de hospitais como São Luiz, Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Instagram: @dracaroline.reigada.nefro

*DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da diretoria (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557. Instagram: @alinelamaita.vascular

*DR. FERNANDO PRADO: Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres - Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Instagram: @neovita.br

*HUGO ROBERTO LEWGOY: Especialista, Mestre e Doutor pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo; Professor Colaborador do Instituto de Pesquisas Nucleares (IPEN) e do Mestrado Profissional em Biomateriais em Odontologia da Universidade Anhanguera (UNIAN); Pós-graduado em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); Instrutor da filosofia individually Training Oral Prophylaxis (iTOP); Pós-graduado em Implantodontia pela Miami University e University of Berna; Membro do International Team of Implantology (ITI); Consultor Científico da Curaden Swiss.

*LUDMILA BONELLI: Cosmiatra, especialista em dermatocosmética e diretora científica da Be Belle. Instagram: @ludmilabonelli

*LUISA WOLPE SIMAS: Nutricionista e consultora de nutrição integrada da Biotec Dermocosméticos.

 


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