5 mitos sobre infertilidade explicados por um especialista

DO TEXTO: embora as técnicas modernas de reprodução assegurem uma taxa de sucesso interessante para os casais, a gravidez não é o único caminho para a paternida

Mulher com com teste de gravidez na mão


Muitas pessoas ainda não enxergam a infertilidade como uma condição ou doença do sistema reprodutivo - e muitos dos mitos são provenientes dessa ideia errada

São Paulo – janeiro 2023 - Definitivamente, a infertilidade não é “frescura”, não é “desleixo” do casal e muito menos “um castigo de Deus”. “Esse é um problema sério, que precisa ser avaliado por um médico especializado, quando um casal não consegue engravidar após anos de tentativa”, explica o Dr. Rodrigo Rosa*, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e sócio-fundador do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. Abaixo, o médico comenta 5 mitos sobre infertilidade:

A infertilidade é um problema das mulheres. Isso não é verdade. “A infertilidade é um problema feminino em quase 50% dos casos, um problema masculino em 30% dos casos e um problema combinado do casal em 20% dos casos. É essencial que tanto o homem quanto a mulher sejam avaliados durante uma investigação de infertilidade”, explica o médico.

Todo mundo engravida de uma hora para outra, é só continuar tentando. Um casal é considerado infértil se não conseguir engravidar após um ano de relações sexuais desprotegidas. “E, em alguns casos, mesmo que tentem mais tempo não irão conseguir. Existem diversas causas para infertilidade, dentre elas algumas condições médicas que precisam ser avaliadas por um especialista. A infertilidade é um problema médico que pode ser tratado. Pelo menos 50% das pessoas que completam uma avaliação de infertilidade responderão ao tratamento com uma gravidez bem-sucedida. Alguns problemas de infertilidade respondem com taxas de sucesso mais altas ou mais baixas. Quem não procura ajuda tem uma ‘taxa de cura espontânea’ de cerca de 5% após um ano de infertilidade. E, como a idade é um fator complicador, é fundamental procurar ajuda médica o mais rápido possível”, diz o Dr. Rodrigo.

É um problema psicológico, tire férias que você vai conseguir engravidar. A infertilidade é uma doença ou condição do sistema reprodutivo. “Embora o relaxamento possa ajudá-lo com sua qualidade de vida geral, o estresse e as emoções profundas que você sente são provavelmente o resultado da infertilidade, não a causa dela. Técnicas médicas aprimoradas tornaram mais fácil diagnosticar problemas de infertilidade, que pode estar ligado a condições do estilo de vida, mas no geral tem uma causa médica que precisa ser avaliada”, explica o Dr. Rodrigo.

Vocês dois não foram feitos para serem pais! É particularmente difícil ouvir isso quando você está lutando contra a infertilidade. Você sabe que pais amorosos seriam, e é doloroso ter que explicar aos outros que você tem um problema médico. “Mas a ajuda especializada pode mostrar que a maioria dos casais sobrevive à crise de infertilidade quando buscam tratamento, aprendendo no processo novas formas de se relacionar, o que aprofunda seu relacionamento nos anos seguintes. E quando um casal realmente quer ter filho, eles farão todo o possível para serem bons pais”, diz o médico.

Serei rotulado de 'criador de problemas' se fizer muitas perguntas na consulta médica especializada. É fundamental que o paciente tire todas as suas dúvidas quando busca uma equipe especializada em tratamentos de Reprodução. “O paciente precisa ser informado sobre quais tratamentos estão disponíveis. O que é certo para um casal pode não ser certo para outro, seja fisicamente, financeiramente ou emocionalmente. Não tenha medo de fazer perguntas ao seu médico e equipe”, diz o Dr. Rodrigo.

Por fim, o médico lembra que embora as técnicas modernas de reprodução assegurem uma taxa de sucesso interessante para os casais, a gravidez não é o único caminho para a paternidade. “Se os tratamentos não derem certo por questões de saúde, um caminho é começar a pensar mais na paternidade do que na gravidez, considerando a adoção como uma maneira de construir uma família”, finaliza o médico.

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*DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Instagram: @dr.rodrigorosa

 


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