Vasinhos, varizes e até veia safena já podem ser tratadas em consultório médico sem internação

DO TEXTO: Nos últimos anos houve uma verdadeira revolução nos tratamentos de varizes

Nem todo tratamento vascular precisa ser feito em hospital, com internação e necessidade de repouso duradouro. Evolução das tecnologias (e clínicas) vasculares tornaram os procedimentos mais rápidos e seguros

Nem todo tratamento vascular precisa ser feito em hospital, com internação e necessidade de repouso duradouro. Evolução das tecnologias (e clínicas) vasculares tornaram os procedimentos mais rápidos e seguros

São Paulo – 08/03/2022 - Não faz muito tempo, quando alguém dizia que iria tratar varizes, logo imaginávamos um extenso período de recuperação, em que a pessoa teria que internar para fazer uma cirurgia e se dedicar ao repouso. No entanto, nos últimos anos houve uma verdadeira revolução nos tratamentos de varizes ao longo do mundo, procedimentos novos que possibilitaram tratar os pacientes nos consultórios, sem a necessidade de internação hospitalar. “Aqui no Brasil, apesar dessa situação já ser realidade em alguns consultórios médicos, ainda existia uma grande resistência da classe médica em abraçar essa nova modalidade de tratamento. Apesar de ter excelentes resultados, barreiras como necessidade de altos investimentos em estrutura por parte dos vasculares, e a falta de cobertura dos convênios médicos para a maioria desses tratamentos, acabou por postergar sua aplicação em massa por aqui”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita*, membro da diretora (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. É cada vez mais comum passar por procedimentos sem ‘downtime’ (com rápida ou nenhuma recuperação), para nos mantermos ativos durante o processo. “A cirurgia de varizes foi substituída por um plano de tratamento elaborado e um tratamento estadiado (feito em etapas), dentro do consultório vascular”, acrescenta a médica.

O conceito surgiu da Flebosuite, uma sala equipada para avaliação completa vascular: com equipamento de realidade aumentada, ultrassom doppler, laser transdérmico, resfriador de pele, material de escleroterapia e equipamento de laser endovenoso, além de documentação fotográfica adequada. “Nessa nova realidade o paciente passa por uma avaliação minuciosa, desde a consulta, passando pelo exame físico, exames complementares, e assim um flebograma é desenhado, um desenho elaborado com detalhes de todo o sistema venoso do paciente”, diz a médica. A partir desse flebograma, um plano é traçado, com a combinação de um ou vários procedimentos combinados, com o objetivo de melhorar a circulação e o aspecto estético das pernas. “Afinal, veias diferentes pedem tratamentos diferentes, e isso vai determinar o que vai compor o seu plano de tratamento individualizado.”

Saiba quais procedimentos que fazem parte desse plano de tratamento, segundo a Dra. Aline Lamaita:

 - Termoablação da veia safena: tratamento minimamente invasivo da veia safena, onde uma fibra óptica é introduzida na veia sem a necessidade de cortes, e a veia é então tratada por dentro, sendo após absorvida pelo próprio organismo. “Esse hoje é considerado o padrão ouro, ou seja, o melhor tratamento para a veia safena. Sem necessidade de repouso, apenas 2 a 4 dias sem atividade física”, enfatiza.

- Espuma densa: Injeção de produto em formato de mousse dentro das veias mais calibrosas, substituindo a microcirurgia. Sem necessidade de repouso.

- ClaCs (Cryolaser + cryoescleroterapia): “A técnica idealizada pelo Professor Doutor Kasuo Miyake combina o laser transdérmico com escleroterapia (injeções de glicose), tratamento adequado para veias menos calibrosas e superficiais na pele. Também pode ser utilizada para vasinhos (as famosas telangiectasias)”, diz a médica. Sem necessidade de repouso, apenas se abster de tomar sol por um período de 10 dias após cada sessão.

- ATTA: Técnica utilizada para tratamento de veias varicosas através de punção e passagem de fibra óptica, sem cortes, sem repouso.

- ClaFs: Associação de laser transdérmico com espuma, que pode ser realizada em veias mais calibrosas e superficiais. Também não necessita de repouso.

Segundo a médica, um plano de tratamento será composto de um ou alguns desses procedimentos acima propostos. “A decisão por qual ou quais técnicas utilizar será feita pelas características das veias, mas o mais importante: os tratamentos são pouco invasivos, praticamente sem repouso e são feitos no consultório, sem necessidade de internação”, finaliza. 

*DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da diretoria (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557


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