Coco Chanel, uma mulher à frente do seu tempo

DO TEXTO: Chanel foi irreverente. Para além de libertar o corpo feminino de espartilhos e afins, Chanel introduziu elementos da indumentária masculina na moda..
Poucas pessoas no mundo não saberão quem foi Coco Chanel. Nascida em 1883 na bela Saumur em França, sob o nome Gabrielle Bonheur Chanel, Coco revolucionou o mundo da moda, modificando radicalmente a forma da mulher se vestir, mas mais importante do que isso transformou completamente o conceito que a mulher tinha de si mesma e...

Com apenas 1,66 m de altura, Coco Chanel provou ao mundo que também as mulheres não se medem aos palmos

 
Por: Andrea K

Coco Chanel está definitivamente na lista das minhas musas inspiradoras. Quando me propus fazer este artigo, ponderei se havia de fazer (mais) uma biografia ou se devia abordar o assunto sob outra perspectiva. Decidi-me pela segunda opção, pois não faltam biografias de Chanel ao alcance de quem deseja saber mais sobre esta deusa da moda feminina, e eu iria apenas repetir o que já foi dito / escrito. Para mim, Chanel merecia mais; escrever sobre Coco Chanel teria que ser um exercício libertador onde eu descobriria em mim mesma como esta petite femme me inspirou e me inspira. O que deixou em mim Chanel? Como vivo Chanel? 

Poucas pessoas no mundo não saberão quem foi Coco Chanel. Nascida em 1883 na bela Saumur em França, sob o nome Gabrielle Bonheur Chanel, Coco revolucionou o mundo da moda, modificando radicalmente a forma da mulher se vestir, mas mais importante do que isso transformou completamente o conceito que a mulher tinha de si mesma e a forma como a sociedade, assumida e fortemente patriarcal e machista, olhava para o sexo feminino. E essa transformação foi tão incisiva que até hoje o legado de Coco Chanel, um verdadeiro império, está em tudo o que a mulher faz por si mesma, conscientemente ou não.

Com apenas 1,66 m de altura, Coco Chanel provou ao mundo que também as mulheres não se medem aos palmos. Nem precisam de espartilhos, plumas, jóias exuberantes e vestidos volumosos para serem femininas. Chanel percebeu desde cedo que as mulheres viviam aprisionadas em conceitos de moda que sexualizavam o seu ser e ao mesmo tempo inibiam a sua liberdade… de movimentos, de pensamentos, de desejos.

Chanel foi irreverente. Para além de libertar o corpo feminino de espartilhos e afins, Chanel introduziu elementos da indumentária masculina na moda feminina. São dela o uso de gravatas, as calças tipo marinheiro, largas e confortáveis, para que as mulheres gozassem de liberdade de movimentos, a mariniére, blusa às riscas com inspiração também na roupa usada pelos marinheiros da época, entre muitos outros.

Mas Chanel também foi elegante. Entre outras inovações, talvez a mais notória seja o famosíssimo vestido preto básico que Coco introduziu no guarda-roupa feminino. Numa altura em que apenas as viúvas ou empregadas domésticas usavam preto, esta foi uma transformação que causou um verdadeiro espanto aos seus contemporâneos. Despojado de adornos, mais curto do que o que era considerado aceitável e justo, revelava as formas femininas de forma elegante, ou seja, não sexualizava o corpo feminino, mas sim sofisticava-o, de modo subtilmente sensual. 

E claro, Chanel é eterna. Até hoje os seus princípios de estética e design de moda se mantêm como fontes de referência para outros estilistas que criam versões modernas dos seus conceitos inovadores. Mas não é só eterna para os colegas de profissão. Quem não conhece o casaquinho Tweed de Chanel? Baseado nos casacos para homem dos anos 20, o casaco Tweed, elegante e confortável, foi e é um dos ícones da criatividade de Coco, inconfundível até hoje e um must no guarda-roupa feminino.

E findas estas ponderações, consegui responder às questões para as quais tentei obter respostas. O que deixou em mim Chanel? Como vivo Chanel? 

Atribui-se a Coco a frase “Não é a aparência, é a essência. Não é o dinheiro, é a educação. Não são as roupas, é a classe.”

E assim descobri que Coco Chanel deixou em mim mais auto-confiança e mais auto-estima. Acreditar em mim mesma, gostar de quem sou, lutar, perseguir sonhos e ter a “ousadia” de os concretizar, sem viver agrilhoada a convencionalismos e conformismos. E Oui!, vivo Chanel, vivo despreocupadamente, não tenho receio de arriscar, de inovar, de ser e viver plenamente o meu EU. Sem medo ou falso pudor. 

Confortável na minha pele. Livre na minha alma. Merci, Mademoiselle Chanel!

 Coco Chanel

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