Dermatite, secura e irritação das mãos cresce na pandemia com abuso de higiene e álcool, diz estudo

DO TEXTO: Nova pesquisa apresentada no começo de março no Simpósio da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia destaca que a dermatite das mãos cresce e

O impacto dermatológico do Covid-19 é um tema que vem sendo estudado mundialmente e uma nova pesquisa apresentada no começo de março no Simpósio da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia destacou que a higiene rigorosa das mãos durante a pandemia fez aumentar os casos de dermatite, secura e irritação no local.


Nova pesquisa apresentada no começo de março no Simpósio da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia destaca que a dermatite das mãos cresce e já atinge duas em cada 3 pessoas.


São Paulo — 25/05/2021 - O impacto dermatológico do Covid-19 é um tema que vem sendo estudado mundialmente e uma nova pesquisa apresentada no começo de março no Simpósio da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia destacou que a higiene rigorosa das mãos durante a pandemia fez aumentar os casos de dermatite, secura e irritação no local. “Tanto os profissionais de saúde quanto o público em geral neste estudo afirmaram que a irritação e ressecamento da pele eram a principal barreira para a prática consistente de higiene das mãos”, destaca a Dra. Letícia Bortolini, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A pele das mãos é naturalmente mais espessa, mas possui menos glândulas sebáceas, sendo assim a alta concentração de álcool na fórmula desse produto pode facilmente desidratar o tecido cutâneo da região, contribuindo também para o envelhecimento acelerado da pele dessa região”, afirma.


Pesquisadores do Father Muller Medical College, da Índia, analisaram a perda de água transepidérmica (TEWL - um parâmetro essencial para medir a função de barreira da pele) de 582 pessoas (291 profissionais de saúde e 291 indivíduos saudáveis da população em geral). Os resultados indicaram que a dermatite das mãos estava agora presente entre 92,6% dos profissionais de saúde e 68,7% da população em geral, apesar de apenas 3% dos profissionais e 2,4% do público em geral no estudo ter relatado um histórico prévio de dermatite das mãos. “Foi observada também uma maior média de pele mais seca em mulheres e profissionais de terapia intensiva, que foi associada à alta frequência de lavagem das mãos e uso de gel para as mãos à base de álcool”, explica a dermatologista.


Segundo a médica, esta pesquisa demonstra verdadeiramente o impacto do aumento da lavagem das mãos e do consumo de produtos à base de álcool na saúde da pele das mãos dos profissionais de saúde e do público em geral. “Além disso, agora sabemos que é necessário alertar a população sobre os meios de prevenção do eczema das mãos”, explica a Dra. Letícia.


Após o uso do álcool em gel, é recomendável, segundo a médica, que se aplique um cosmético específico para as mãos, que deve ser formulado com ativos de alta propriedade hidratante, como ureia e ácido hialurônico. “O mesmo vale para a higienização das mãos com água e sabão, já que quando realizada com frequência, o que é necessário nesse momento, também pode favorecer o ressecamento da região”, alerta. “Por isso, além de também utilizar um hidratante para as mãos após lavar a região, vale a pena apostar no uso de sabonetes menos agressivos, dando preferência a fórmulas mais hidratantes”, finaliza.


FONTE: DRA. LETÍCIA BORTOLINI: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. À frente da clínica Enlapy, em Cuiabá, a médica é formada em Medicina pela Universidade de Cuiabá, com especialização em Dermatologia pela Fundação Souza Marques (São Paulo/SP) e em Clínica Médica pelo Hospital Guilherme Álvaro (Santos/SP). Link: https://www.eurekalert.org/pub_releases/2021-05/sc-hdi050621.php


POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários