Quem é o leitor de terror no Brasil?

DO TEXTO: Entre as plataformas contribuidoras para a popularização do gênero estão as redes sociais, embora tragam à tona a problemática da disseminação das obras com os devidos créditos.

O escritor pernambucano AT Sergio, cuja trajetória se confunde com a história da literatura de terror no Brasil, fala um pouco sobre o leitor do gênero e sobre os caminhos desse tipo de narrativa no país.

Para o escritor pernambucano, radicado no Rio de Janeiro, que acaba de lançar uma coletânea intitulada As 13: Histórias Diversas, com dois contos inéditos, e que acaba de ser indicado como um dos finalistas do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica 2020, na categoria Narrativa Longa Literatura Juvenil, com ELES, primeiro livro autoral de AT, que une ficção científica e terror para o público infanto-juvenil, 2019 foi um ano redentor para a literatura de terror no Brasil.

Um nicho esquecido e pouco valorizado nas últimas décadas, o Terror deu ares de visibilidade, com acesso a grupos de leitores maiores e com um reconhecimento de uma produção vasta e rica em subgêneros e ambientações, especialmente com escritores nacionais.

O motivo, segundo o autor e sua equipe, é o ótimo trabalho de publicação das casas editoriais, que decidiram investir em uma produção nacional de qualidade, mas, obviamente, precisa ser creditado também aos escritores, que apostaram em autopublicação, atingindo e formando públicos leitores nas mais diversas plataformas.

Quem tem predileção pelo gênero Terror gosta da adrenalina do medo, do suspense, do “não saber o que vem na sequência”, lembra o escritor, e isso faz com que seja um desafio grande tornar uma história de Terror verdadeiramente conectada com seu público.

“Assim como é difícil fazer rir no teatro ou no cinema, e a comédia é uma das artes mais complexas, na escrita o Terror se torna um grande desafio, na medida em que precisa cativar o leitor a cada página, mantendo a tensão do começo ao fim”, lembra ele.

Entre as plataformas contribuidoras para a popularização do gênero estão as redes sociais, embora tragam à tona a problemática da disseminação das obras com os devidos créditos. “Obviamente, algo que é preciso, com o tempo, que seja muito bem trabalhado”, lembra AT, “mas a verdade é que o público está nas redes”, enfatiza.

Inclusive, é possível falar que o leitor de Terror, geralmente, tem uma predileção pelo consumo de outros tipos de informação, especialmente aquelas que estão conectadas com o universo geek, até porque uma das vertentes que apoia a amplitude do Terror nos dias de hoje está no desenvolvimento de jogos eletrônicos.

Sobre o autor
A.T. Sergio é um escritor pernambucano, romancista, organizador e participante de antologias nos gêneros terror, suspense, mistério e policial, publicado por diversas editoras nacionais e através da plataforma independente da Amazon.

Autor Hardcover, plataforma de aperfeiçoamento da escrita desenvolvida pela Vivendo de Inventar, depois de publicar contos em mais de 25 antologias, estreia em romances com essa publicação, “Eles”, após ter sido finalista no prêmio SweekStars, edição 2018.

Redator da revista eletrônica “A Arte do Terror”, é também colunista do portal literário “Literanima”, onde publica textos periódicos sobre criatividade e forma de escrita.

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