Legitimidade do pensamento humano: os ídolos ocos de Nietzsche

DO TEXTO: Ao traçar uma genealogia das ideias e da moral, Nietzsche quebra os paradigmas filosóficos e questiona a legitimidade de ícones do pensamento humano que, até então, eram considerados ídolos intocáveis das ciências e da sociedade

Com tradução do especialista em Friedrich Nietzsche, Saulo Krieger, a Editora Edipro publica 'Crepúsculo dos ídolos', a obra mais genuína do filósofo alemão que traz revelações sobre vida e moral

Para reunir os principais conceitos da filosofia em um material introdutório a síntese de seu pensamento, Friedrich Nietzsche escreveu Crepúsculo dos ídolos a penúltima obra do escritor publicada originalmente em 1888 e relançada com uma nova tradução pela editora dos clássicos, a Edipro.

Ao traçar uma genealogia das ideias e da moral, Nietzsche quebra os paradigmas filosóficos e questiona a legitimidade de ícones do pensamento humano que, até então, eram considerados ídolos intocáveis das ciências e da sociedade. A partir da proposição de que “há mais ídolos do que realidades no mundo”, Nietzsche segue derrubando os ídolos ocos de seu tempo – que vão da filosofia clássica greco-romana ao sistema educacional alemão.

Em Crepúsculo dos ídolos, o próprio Nietzsche a caracteriza como um aperitivo, destinado a "abrir o apetite" dos leitores para a sua grandiosa filosofia. Trata-se, então, de uma síntese e introdução a todas obras desse pensador, e ao mesmo tempo, o texto é uma "declaração de guerra".

“Vendo de modo mais preciso, o que produz tais efeitos é a guerra, a guerra pelas instituições liberais, a qual, por ser guerra, faz perdurar os instintos não liberais. E a guerra educa para a liberdade. Então o que é liberdade?! Ter vontade de autorresponsabilidade. Manter a distância que nos separa. Fazer-se indiferente à fadiga, à dureza, à privação, mesmo à vida. Estar disposto a sacrificar homens à sua causa, incluindo a si mesmo.” (P. 94)

É com esse espírito guerreiro que ele se lança contra os "ídolos", as ilusões antigas e novas do Ocidente, as chamadas “muletas metafísicas” que as pessoas têm de largar para viver verdadeiramente a vida. Essa obra genuína percorre séculos de conhecimento, desde Sócrates aos românticos de seu tempo, citando pensadores, teorias e instituições, incluído a própria educação alemã, além de colocar à prova os mais respeitados intelectuais do ocidente, como Rousseau – o naturalista impuro; Dante e Kant.

Traduzida para o português pelo doutor e filósofo, Saulo Krieger, esse é o terceiro trabalho do autor a integrar o catálogo da Edipro, que já conta com o livro Além do Bem e do Mal e Assim falou Zaratustra Crepúsculos dos ídolos é, sem dúvida, essencial a quem deseja enxergar um panorama da filosofia niilista, centrada no senso crítico e na defesa corajosa das próprias posições. Krieger é filósofo graduado pela USP, doutor pela Unifesp e bolsista Capes na Université de Reims, na França. É membro do Grupo de Estudos Nietzsche (GEN) e pesquisador das relações entre processos inconscientes e conscientes na obra de Nietzsche.

Ficha técnica 
Editora: Edipro 
Assunto: Filosofia 
Preço: R$ 29,90 
ISBN: 9786556600017 
Edição: 1ª edição, 2020 
Altura: 21 
Largura: 14 
Profundidade: 0,9 
Número de páginas: 112 
Onde comprar: AMAZON

Sobre o tradutor: Saulo Krieger é filósofo graduado pela USP, doutor pela Unifesp, bolsista Capes na Université de Reims, na França. É membro do Grupo de Estudos Nietzsche (GEN) e pesquisador das relações entre processos inconscientes e conscientes na obra de Nietzsche.

Sobre o autor: Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) foi um filólogo, filósofo, crítico cultural, poeta e compositor alemão do século XIX. Escreveu diversos textos críticos sobre religião, filosofia, ciência, a moral e a cultura contemporânea, exibindo uma predileção por metáfora, ironia e aforismo. Famoso pela sentença “Deus está morto”, ironicamente era neto de dois pastores luteranos, e pensou, ele próprio, em seguir a carreira de pastor. Na adolescência, entretanto, rejeitou os dogmas religiosos e, aos 24 anos, já havia sido nomeado professor de filologia na Universidade da Basileia. Em 1879, sua saúde debilitada obrigou-o a abandonar o cargo de professor. Em 1889, uma crise de loucura colocou-o sob os cuidados da mãe e, posteriormente, da irmã, até sua morte, em 1900, em Weimar, na Alemanha. 

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