Mariã reflete a vida urbana em rock, indie e tons de brasilidade no EP “Raia Luz”

DO TEXTO: Mariã com seu EP de estreia “Raia Luz”, une a MPB que vem de família a uma forte postura rock com influência do alternativo e do indie.

Estreia da artista tem produção de Rodrigo Braga 


Como a colagem de memórias, cenários e sensações presente na capa de seu debut, Mariã quer se consolidar como uma voz de convergência de cenas musicais. Com seu EP de estreia “Raia Luz”,  ela une a MPB que vem de família a uma forte postura rock com influência do alternativo e do indie. Disponível em todas as plataformas de música digital, o trabalho teve produção musical de Rodrigo Braga e chega com um vídeo ao vivo para a faixa-título.

Nascida na serra fluminense e radicada no Rio de Janeiro, Mariã vem de uma família musical. Ela é neta de Lana Bittencourt, uma das grandes cantoras do rádio, e já teve  a honra de dividir o palco com nomes como Ney Matogrosso e Rogéria no Teatro Rival. Apaixonada por rock, morou um ano em Londres para realizar mais de 40 shows com músicos brasileiros, em grandes casas londrinas como o Ronnie Scotts Jazz Club. Em 2016, lançou através de um crowdfunding um disco com a banda Rádio Nuvem. Essa experiência pesou na hora de recriar suas experiências musicais na hora de criar suas músicas.

“A MPB não me representava por um todo, apesar das muitas referências e de amar a música popular eu não me via naquela composição por inteira. Era preciso mudar em mim o processo de escrever, amadurecer e entender o meu lugar dentro da música. Fui buscar minhas referências, o início da carreira nas bandas de rock e a turnê em Londres, que me ampliou os ouvidos para as grandes bandas que aquele povo tanto idolatrava nas ruas, nas TVs, nas rádios. Sempre que podia ia aos shows em pubs, via novos artistas e me apaixonava por aquele circuito. Voltei a frequentar festivais de rock, ouvir novas bandas e entender que queria fazer parte disso”, conta ela.

Desde o ano passado trabalhando em sua estreia solo, Mariã une tons de MPB com forte influência roqueira. Para produzir o álbum, a artista convidou Braga, conhecido por seu trabalho com Vanessa da Mata e com quem ela havia trabalhado no disco da Rádio Nuvem. 

“Estudei a simples harmonia que o rock traz, mas fui entendendo como a melodia e as letras em português poderiam completar minha composição. Para cada música, uma referência artística passando por Rita Lee e os Mutantes, ao rock alternativo e eletrônico do Radiohead”, explica Mariã.

Feito em um processo de imersão criativa com Rodrigo Braga, que tocou todos os instrumentos, “Raia Luz” teve mixagem de Antoine Midani e masterização de Gabriel Raul. O EP está disponível em todas as plataformas de música digital.


Assista ao vídeo ao vivo da faixa-título:

Ficha Técnica:
Compositora - Mariã
Arranjos e Produção - Rodrigo Braga
Mixagem - Antoine Midani
Masterização - Gabriel Raul
Arte da Capa: Julia Aiz 

Faixa-a-faixa, por Mariã:

01 - Meditação Urbana: Pra mim a música que mais representa a cidade é o rock. O riff da guitarra e a distorção que isso causa muitas vezes, nos leva ao concreto, os sintetizadores remetem aos barulhos e sons das ruas e o pulso da bateria a este mantra da cidade. “Meditação Urbana” vem como um mantra das grandes cidades, um olhar atento ao que estamos vivendo e que certamente nunca nos foi tão questionado. Qual o nosso propósito nesse lugar? É tempo de mudar o que não está bom e reconhecer o que nos faz feliz.

02 - Raia Luz: Ela foi escolhida para o nome do EP pois representa muito do que acredito que a minha música neste trabalho traria. Um rock que pudesse ser a cara do Rio de Janeiro, com alegria, irradiando luz e positividade. Raia Luz foi feita em um dia que me pegava pensando a importância da gente ter amor-próprio, se empoderar do que é. 

03 - Vai ter Amor: Minha namorada na época estava contando para o pai que tínhamos um relacionamento e eu estava à distância muito preocupada por saber que não seria um momento fácil. Sem saber o que poderia acontecer, minha angústia era tanta que entendi que o único jeito de me acalmar era escrever uma música. Mas por ser um momento de amor em família eu não consegui escrever palavras de revolta mas sim, de acolhimento. E então eu ampliei a visão entendendo o quanto a sociedade em volta era também responsável por esse medo que tantas pessoas têm ao se assumirem para seus familiares.

04 - Raiz Forte: Eu estava compondo as músicas do EP com alguns problemas de saúde e questionamentos sobre o futuro e então, olhei pra tudo que eu estava vivendo e me vi tão forte que me perguntei: Como eu poderia estar encarando tantos problemas e continuar firme? A resposta estava nas pessoas à minha volta, minha família e amigos que me fortalecem a cada dia. Da importância de termos pessoas que nos queiram bem para encarar os problemas da vida. 

05 - Pedra Dura: Sabe quando você está escutando um som sem parar? Pois é! Os Mutantes não saíam da minha vitrola! Ouvia os discos e a capa do Jardim Elétrico me deixava empolgada. Então comecei a fazer umas melodias e pensando o que eu andava lendo, procurando na internet, gastando tempo com informações muitas vezes inúteis. Foi aí que me perguntei, será que a Rita Lee fazia isso? O que será que ela lia para se inspirar… “Pedra Dura” fala da maneira como você se relaciona com você mesmo e com o mundo à sua volta, dos limites que impõe e das barreiras que quebra todos os dias. Sem medo de se jogar! Minha humilde homenagem à Rita Lee, que sempre escreveu divinamente sobre nós e nossa relação com a Terra.

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