Espremi uma espinha. O que devo fazer agora para prevenir manchas e cicatrizes?

DO TEXTO: “As cicatrizes de acne ocorrem quando o corpo tenta curar o rompimento da pele e das fibras de elastina e colágeno causados pela espinha inflamada.

Dermatologista Dr. Jardis Volpe explica como evitar a formação de manchas e cicatrizes de acne após estourar uma espinha. 

São Paulo – 16/01/2020 - Apesar dos inúmeros avisos que recebemos dos dermatologistas, basta uma pequena espinha nascer no rosto e lá estamos nós querendo estourá-la. O hábito tornou-se inclusive uma obsessão de muitos, visto que não faltam vídeos espalhados na internet de pessoas espremendo cravos e espinhas. O problema vem em seguida, com a formação das temidas cicatrizes de acne. “As cicatrizes de acne ocorrem quando o corpo tenta curar o rompimento da pele e das fibras de elastina e colágeno causados pela espinha inflamada. Apesar de existir a chance destas surgirem mesmo se você tratar  a espinha do modo correto, as cicatrizes de acne são muito mais propensas a aparecerem se você não cuidar a espinha adequadamente, espremendo-a por exemplo, sendo que quanto mais inflamada a espinha, mais provável será a formação de uma cicatriz no local”, explica o dermatologista Dr. Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

Porém, o especialista explica que o que a grande maioria das pessoas chamam de cicatrizes pós-acne são, na verdade, manchas que ocorrem devido a uma hiperpigmentação pós-inflamatória. “Marcas de acne são manchas superficiais que ficam na pele após o quadro acneico e que podem adquirir um tom mais rosa ou marrom dependendo do tom de pele. Estas marcas não são cicatrizes e sim áreas de depósito de melanina que vão desaparecer com o tempo à medida que as células da pele forem se regenerando”, destaca.

Sendo assim, o Dr. Jardis recomenda fortemente que você não estoure suas espinhas para evitar a formação de cicatrizes e manchas. Porém, se você é daqueles que não conseguem se segurar ao ver uma espinha surgindo em seu rosto, o melhor então é tomar alguns cuidados antes de sair por aí espremendo qualquer espinha que aparecer. “Antes de estourar a espinha, verifique se ela possui uma coloração amarela ou branca. Este tipo de alteração está mais próximo da superfície da pele, logo possui menos chances de causar manchas e cicatrizes ao ser espremida”, afirma o médico. Para aquela espinha em que se vê um pontinho amarelo, uma dica é fazer uma compressa com gaze e chá verde morno na lesão por alguns minutos, 3 vezes ao dia, para facilitar com que a própria espinha drene naturalmente mais rápido.

Mas após espremer uma espinha (lembrando que isso não é indicado), uma maneira de amenizar o problema é usar produtos que ajudem a acelerar o processo de regeneração da pele para evitar potenciais marcas e cicatrizes. “Procure produtos com ingredientes que ajudam a esfoliar a superfície da pele, como ácido glicólico e salicílico, e que estimulam a regeneração celular, como o retinol”, recomenda.Além disso, é fundamental o uso de um fotoprotetor, já que a exposição solar vai fazer com que as marcas de acne se tornem ainda mais escuras.

Entretanto, o Dr. Jardis Volpe ressalta que, apesar de existirem muitos produtos que ajudam a reduzir as marcas e cicatrizes de acne, a melhor maneira de evitar estas alterações e até mesmo o surgimento de espinhas é manter uma boa rotina de cuidados com a pele, realizando, diariamente, a limpeza, hidratação e fotoproteção do tecido cutâneo com produtos específicos para o seu tipo de pele. “É importante destacar também que pessoas de pele sensível e tons de pele mais escuros devem evitar o uso de certos ácidos que podem levar a formação de manchas. Por isso, antes de utilizar qualquer produto ou estourar uma espinha, o ideal é que você consulte um dermatologista. Apenas ele poderá realizar uma avaliação de sua pele, extrair a espinha, se for o caso, e indicar os melhores produtos e tratamentos para você”, finaliza o dermatologista.

Fonte: Dr. Jardis Volpe, dermatologista; Diretor Clínico da Clínica Volpe (São Paulo). Formado pela Universidade de São Paulo (USP); Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; Membro da Sociedade Americana de Laser, da SBD e da Academia Americana de Dermatologia; Pós-graduação em Dermatocosmiatria pela FMABC; Atualização em Laser pela Harvard Medical School. www.clinicavolpe.com.br

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