"Último Poema" é o single de apresentação de el Sur

DO TEXTO: “Último Poema” É o single dos el Sur que antecipa o álbum “Todas as Sombras”.

“Último Poema” É o single dos el Sur que antecipa o álbum “Todas as Sombras”
(e é uma canção de Natal, digamos assim, segundo Eugénio de Andrade)

Os el Sur são um grupo de Lisboa formado por por Rui Galveias na guitarra, Joana Manuel na voz, Rui Alves na bateria, Tiago Néo no baixo e João Cardoso nos sintetizadores. E “Último Poema” é o seu single de estreia, composto por eles sobre um poema de Eugénio de Andrade. Um poema sombrio e assombrado por espíritos de Natais passados, onde só brilham alguns cravos e um solitário dióspiro.

Nos el Sur não há – pelo menos por enquanto – poemas de amor; antes uma canção desesperada.

O single “Último Poema” terá edição digital em breve, agora chega ao youtube o teledisco homónimo, com produção, edição e ideia original de el Sur e protagonizado pelos membros do grupo.

O álbum “Todas as Sombras”, dos el Sur, tem edição pensada para inícios de 2020.

Letra: Último Poema por el Sur
Eugénio de Andrade

É Natal, nunca estive tão só.
Nem sequer neva como nos versos
do Pessoa ou nos bosques
da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
entre o fulgor dos cravos
e os dióspiros ardendo na sombra.
Quem assim tem o verão
dentro de casa
não devia queixar-se de estar só,
não devia.

(ficha técnica do áudio)
Gravado algures nos Anjos
Joana Manuel (voz), João Cardoso (sintetizadores), Rui Alves (bateria), Rui Galveias (guitarras), Tiago Neo (baixo)
Produção: el Sur
Mistura e masterização: Fernando Nunes (Estúdios Pé de Vento)


el Sur - Último Poema

Produção, edição e ideia original: el Sur 

Se olharmos para a música norte-americana ou para a música cantada em espanhol, e só para nos cingirmos a estes universos, encontramos facilmente tristes canções de Natal. Do lado da música cantada em inglês há "Blue Christmas", popularizada por Elvis Presley, “Another Lonely Christmas”, de Prince, "The Little Boy That Santa Claus Forgot", de Nat King Cole, "I Want To Come Home For Christmas", de Marvin Gaye, "Christmas Eve Can Kill You", dos Everly Brothers, "7 O'Clock News/Silent Night", de Simon & Garfunkel, “Hard Candy Christmas”, de Dolly Parton, “Christmas Card from a Hooker in Minneapolis”, de Tom Waits… E, em espanhol, canta-se "¡Maldita Navidad!" – (Gabriel Romero), “Mamá, ¿dónde están los juguetes?” (Oswaldo Oropeza), “Amarga Navidad” (José Alfredo Jimenez), “No Te Pongas Triste” (Carlos Vives), "Navidad en libertad" (Carlos Mejía Godoy), “Llorarás en Navidad” (Javier Solis)…

Já em Portugal, e no Brasil, são muito raras as canções de Natal que falem de tristeza, amargura ou escuridão. Sim, há uma certa nostalgia campestre em "Natal dos Simples", de José Afonso, e alguma solidão (mas redimida por um acto de bondade n’”O Natal do Moleiro", de Alfredo Marceneiro. E, talvez a que se aproxima mesmo mais deste conceito, seja “Little Drama Boy”, dos Pop Dell’Arte, com os chá lá lás de João Peste, um rufar de caixa e gaitas-de-fole espectrais a darem uma nova leitura ao clássico norte-americano “Little Drummer Boy”. Já no Brasil há dois exmplos absolutos: "Boas Festas", de Assis Valente, e “Depois do Natal”, de João Donato. E pouco mais…

Com “Último Poema” podemos dizer que os el Sur vieram colmatar este, sem ironia, vazio. Nos el Sur não há – pelo menos por enquanto – poemas de amor; antes uma canção desesperada.

António Pires

Último Poema

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