Transmissão em direto da Royal Opera House > DON GIOVANNI de W.A. Mozart | CCB 13/10 às 14h no Grande Auditório

DO TEXTO: DON GIOVANNI de W.A. Mozart, CCB ▪ 13/10.

DON GIOVANNI de W.A. Mozart
Transmissão em direto da Royal Opera House
Língua original: italiano | Legendas em português

CCB ▪ 13 outubro ▪ domingo ▪ 14h00 ▪ Grande Auditório

Intriga sexual, ciúme, espírito, raiva… e vingança! A nova temporada da Royal Opera House começa com a obra-prima envolvente de Mozart, que acompanha Don Giovanni, as mulheres que ele seduz em série e a vingança que por fim o atinge. A ópera é famosa pelos seus retratos de personagens complexas em constante mudança, a sua ação dinâmica e a sua combinação do cómico com um lado mais profundo.
Um elenco de cantores internacionais, sob a direção do maestro Hartmut Haenchen, executa as árias e os ensembles gloriosos desta ópera aclamada.

Coro da Royal Opera House
Orquestra da Royal Opera House

Música Wolfgang Amadeus Mozart
Libreto Lorenzo da Ponte
Direção musical Hartmut Haenchen
Encenação Kasper Holten
Cenografia Es Devlin
Desenho de vídeo Luke Halls
Figurinos Anja Vang Kragh
Desenho de luz Bruno Poet
Coreografia Signe Fabricius

Don Giovanni Erwin Schrott
Leporello Roberto Tagliavini
Donna Anna Malin Byström
Donna Elvira Myrtò Papatanasiu
Don Ottavio Daniel Behle
Zerlina Louise Alder
Comendador Petros Magoulas
Masetto Leon Košavić

Parceria | CCB / Royal Opera House

Existem muitas maneiras de nos aproximarmos de Don Giovanni, a ópera levada pela primeira vez à cena por Wolfgang Amadeus Mozart e pelo libretista Lorenzo Da Ponte em 1787 na cidade de Praga. Tal é a sua riqueza. Para nela nos envolvermos, basta percorrer com despreocupação a virtuosa sucessão de peripécias que se passa em cena, ou deleitarmo-nos, tão simplesmente, com a beleza dos trechos musicais que a compõem, onde se acham vários hits da História da Música. Podemo-nos também deixar «seduzir» pelo irresistível encanto de um protagonista que, apesar da ostensiva perfídia e crueldade das suas ações, irradia um genuíno entusiasmo pela vida e se descarta com ideais generosos, como aquele de ser o amor a sua principal motivação – afinal, «se um homem permanecer fiel a uma mulher, é cruel com todas as outras.» No mesmo sentido, a densidade psicológica de cada uma das restantes personagens é estímulo suficiente para as revisitarmos vezes sem conta. Nenhuma delas permite uma interpretação linear, revelando ao longo do espetáculo diferentes facetas que resistem aos arquétipos e se inscrevem num registo intemporal.

Não é acaso a circunstância de tantos dramaturgos elegerem como temática das suas criações o mito de Don Juan, figura que o escritor espanhol Tirso de Molina deu a conhecer ao mundo no início do século XVII e na qual ecoam biografias de muitos e famosos aventureiros de índole semelhante. Antes de Mozart e de Da Ponte, já o haviam feito Molière e Goldoni. Se recuarmos àquela época, surpreende-nos a ousadia. Desde logo na primeira cena, onde aparece um criado maldizendo o patrão e planeando melhor sorte para o próprio futuro. Mas também por serem focadas tão explicitamente as fraquezas e as perversões do Homem. Na sequência do sucesso que a ópera Le Nozze de Figaro havia conquistado desde um ano antes junto do público de Praga, entenderam os autores de Don Giovanni ser este o enredo apropriado para responder ao convite do empresário Pasquale Bondini. Porém, contrariando as expectativas deste, não se cingiram em árias melodiosas, conjunto vocais de grande efeito e finais arrebatadores. Optaram pelo género do dramma giocoso, o qual, conforme o nome indica, junta o drama à comédia, alterna momentos sérios com outros manifestamente divertidos. Com o desenrolar das cenas sobressai um dos mais estimulantes interesses suscitados por esta ópera. Designadamente, a maneira como a componente musical contribui para a clareza e a complexidade do desenho dramatúrgico, como caracteriza certeiramente cada uma das personagens nas diferentes situações, como estabelece a diferença entre os registos de tragédia e de comédia, sem nunca comprometer um fio condutor que nos «agarra» do primeiro ao último compasso.

Don Giovanni trailer (The Royal Opera)

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