Universitários do Sul levam 22 aviões para Competição SAE BRASIL AeroDesign

DO TEXTO:
Equipes são avaliadas por juízes, engenheiros da indústria aeronáutica-Divulgação

Competição de engenharia atrai universitários dos três estados do Sul do Brasil, entre 24 e 27 de outubro, em São José Campos/ SP

A paixão pela aeronáutica inspirou estudantes de engenharia do Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), que fazem os últimos ajustes em 22 aeronaves radiocontroladas, projetadas e construídas dentro das instituições de ensino. O objetivo é disputar a 21ª Competição SAE BRASIL AeroDesign, entre os dias 24 e 27 de outubro, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, SP.

A região Sul tem a segunda maior participação, com 22 equipes (nove do Rio Grande do Sul, oito do Paraná e cinco de Santa Catarina), que integram as 95 inscritas nesta edição, sendo 93 brasileiras e duas estrangeiras, depois de São Paulo. No total, mais de 1,3 mil participantes – entre estudantes, professores orientadores e pilotos – representarão 71 instituições de ensino superior do Brasil (16 Estados e Distrito Federal) e do Exterior (México e Venezuela).

Paraná – Com dois anos de experiência na Classe Regular, a equipe Burning Goose estreia neste ano na Classe Micro. “Estamos com uma boa expectativa para este ano, como equipe ingressante na categoria Micro, temos o objetivo de realizar um voo válido na competição, que não foi atingida por equipes ingressantes na categoria nos últimos anos”, ressalta o capitão da equipe, Alberto Woidaleski. Em ano de estreia na Classe Micro, a equipe apostou em um projeto mais seguro para atingir o objetivo, e segundo o capitão o ponto forte é um projeto que seja eficaz. “Participar da competição SAE AeroDesign é uma oportunidade incrível, e nos proporciona a oportunidade de realizar um projeto de engenharia, desde sua idealização até o teste do protótipo”, destaca o capitão.

Rio Grande do Sul – Ficar entre os dez primeiros colocados é o objetivo dos veteranos da equipe Aerosul, da Universidade de Caxias do Sul, que compete na Classe Regular. Segundo o capitão da equipe, Wander Bortolon, os diferenciais da aeronave são: perfis aerodinâmicos da asa e estabilizadores desenvolvidos pela equipe; forma aerodinâmica otimizada para maximização de pontuação; fuselagem em alumínio, otimizada para redução de massa; e trem de pouso traseiro em fibra de carbono. “O projeto foi desenvolvido seguindo um processo de desenvolvimento de produto, o que torna a aeronave apta a atingir o objetivo proposto”, destaca o capitão.

A região Sul ainda conta com as equipes AeroDesign UTFPR Curitiba, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná; Aerocária, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Aurora AeroDesign, da Universidade Positivo, de Curitiba; UTFalcon AeroDesign, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná; Carancho AeroDesign, da Universidade Federal de Santa Maria; Kamikase, da Universidade Santa Cruz do Sul; IFLySul, do Instituto Federal Sul-Riograndense; MasBáh AeroDesign, da Faculdade Horizontina – FAHOR; AEROFURG, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG; Céu Azul Regular, da Universidade Federal de Santa Catarina; Albatroz AeroDesign, da Universidade do Estado de Santa Catarina; AeroSATC, da Faculdade SATC; Nisus, da Universidade Federal de Santa Catarina; AeroCataratas, da Unioeste, de Foz do Iguaçu; UTX, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná; Kamikase Micro, da Universidade de Santa Cruz do Sul; Carancho Micro, da Universidade Federal de Santa Maria; e Albatroz Aerodesign Micro, da Universidade do Estado de Santa Catarina.

Ao todo se inscreveram para a competição 27 equipes de São Paulo, 18 de Minas Gerais, 9 de Rio Grande do Sul, 8 do Paraná, e 5 de Santa Catarina. Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, e Espírito Santo contam com 3 equipes cada. Bahia, Maranhão, Piauí, Pernambuco e Mato Grosso têm 2 equipes cada. Amazonas e Ceará levam uma equipe cada. Do exterior, uma equipe é da Venezuela e uma do México.

Competição desafia estudantes a construírem aviões radiocontrolados-Divulgação

Aeronaves – Com mudanças no Regulamento da Competição, as 95 equipes enfrentarão novos desafios, conforme as categorias Micro, Regular e Advanced. Na Classe Micro concorrem 25 equipes. Nesta categoria, as aeronaves poderão transportar como carga útil materiais de quaisquer tipo e dimensões – exceto chumbo. Para 2019, as equipes têm o desafio de executar duas missões distintas: missão LAPES (Low-Altitude Parachute-Extraction System), em que as equipes deverão lançar a carga durante os voos com o uso de paraquedas para aumentar a pontuação da equipe, e/ou missão baixa densidade, em que a aeronave deverá transportar uma única carga paga na forma de um paralelepípedo com proporções fixas, tentando maximizar o peso máximo e o espaço.

Nesta categoria não há restrição de geometria ou número de motores – todos elétricos –, porém as equipes deverão ser capazes de desmontar o avião depois dos voos e transportar a aeronave desmontada em caixa de volume de 0,030 m³.

Na Classe Regular, que tem 60 equipes inscritas, os aviões deverão ter dimensões compatíveis com as restrições de tamanho, onde a soma da envergadura (comprimento da maior asa) e comprimento da aeronave (da ponta do motor até o final da aeronave) deve ser no máximo 3,70 metros. A categoria segue restrita a avião monomotor. As aeronaves poderão transportar como carga útil, materiais de qualquer tipo e dimensões, exceto chumbo.

Na Classe Advanced, com 10 equipes, os aviões seguem com o desafio de avançar na eletrônica embarcada. Além do tempo de voo, os sistemas a bordo deverão computar informações de voo e eficiência aerodinâmica. Além disso, o sistema embarcado deve detectar e fotografar alvos posicionados em solo e transmiti-los ao vivo via sistema para uma estação no solo. Permanece opcional a escolha do tipo de propulsão (combustão ou elétrica). A única restrição relativa à motorização é a tração estática máxima (a potência entregue pelos motores segundos antes do início da corrida de decolagem é restrita). A exemplo da Classe Regular, as aeronaves poderão transportar como carga útil materiais de quaisquer tipo e dimensões, exceto chumbo.

Provas – As avaliações são realizadas em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de Voo, conforme regulamento. Na Competição de Projeto, as equipes realizam apresentações orais dos projetos para a Comissão Técnica da Competição, formada por engenheiros da indústria aeronáutica. Na Competição de Voo, os aviões passam por baterias de voos e devem ser capazes de decolar e transportar cargas sempre crescentes, até as condições limite do projeto. Ao final do evento, duas equipes da Classe Regular, uma da Advanced e uma da Classe Micro, que obtiverem as melhores pontuações, ganharão o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2020, nos EUA, onde equipes brasileiras já acumulam histórico expressivo de participações: oito primeiros lugares na Classe Regular, quatro na Classe Advanced e um na Classe Micro. A SAE Aerodesign East Competition é realizada pela SAE International, da qual a SAE BRASIL é afiliada.

Organizado pela Seção Regional São José dos Campos, da SAE BRASIL, o Projeto AeroDesign é programa de fins educacionais que tem como objetivo propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade, por meio de aplicações práticas e competição entre equipes, formadas por estudantes de graduação e pós-graduação de Engenharia, Física e Tecnologia relacionada à mobilidade. A Competição é realizada anualmente desde 1999.

Reconhecida pelo Ministério da Educação, a competição é patrocinada pelas empresas: Airbus, Embraer, GE, Liebherr Aerospace, Parker Hannifin, Rolls-Royce e United Technologies. Também conta com o apoio das instituições: ADC Embraer, APVE, DCTA, ITA, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Prefeitura de São José dos Campos e São José dos Campos Convention & Visitors Bureau. Mantém parcerias com:  Emercor Pronto Vida, Hotel Nacional Inn, Novotel e Portal de Engenharia Aeronáutica.

Participam aeronaves nas categorias Micro, Regular e Advanced-Divulgação

SERVIÇO:
21ª Competição SAE BRASIL AeroDesign

Dia 24 – das 8h30 às 17h – solenidade de abertura, showroom dos projetos e apresentações orais das equipes no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) – Prédio de Eletrônica e Computação.

Dias 25, 26 e 27 – das 7h30 às 18h – Competição de voo no Aeroporto do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) – aberta ao público. Entrada pela avenida Faria Lima, ao lado do MAB, em São José dos Campos/ SP.

A SAE BRASIL é uma associação sem fins lucrativos que congrega engenheiros, técnicos e executivos unidos pela missão comum de disseminar técnicas e conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terrestre, marítima e aeroespacial.

A SAE BRASIL foi fundada em 1991 por executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial, conscientes da necessidade de se abrir as fronteiras do conhecimento para os profissionais brasileiros da mobilidade, em face da integração do País ao processo de globalização da economia, ora em seu início, naquele período. Desde então a SAE BRASIL tem experimentado crescimento, totalizando mais de 6 mil associados e 10 seções regionais distribuídas desde o Nordeste até o extremo Sul do Brasil, constituindo-se hoje na mais importante sociedade de engenharia da mobilidade do País.

POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários