Empresa abre espaço para pessoas com deficiência auditiva


Profissionais com deficiência auditiva encontram inclusão e acolhimento em empresas como Jean Darrot, que abrigam, em sua fábrica na Grande Goiânia, seis pessoas com esta condição. No Brasil, segundo o IBGE, quase 10 milhões de pessoas se declaram com algum tipo de surdez

De acordo com o IBGE, no Brasil, existem cerca de 9 milhões e 700 mil pessoas com deficiência auditiva, que vivem o desafio de conseguir a inclusão social apesar das limitações de comunicação. A inserção no mercado de trabalho é um dos mecanismos de se inserir na sociedade e a fábrica da Jean Darrot, no município de Trindade, tem dado essa contribuição. A indústria emprega seis profissionais com essa condição.

Há dois anos na empresa,  a colaboradora da linha de produção Priscila Martins, de 30 anos, é uma das contratadas. Sua colega Wanda, de 41 anos, atua no setor de fiscalização de roupas e chegou na mesma época. Elas dizem que o acolhimento e o respeito por parte do colegas é grande, mesmo que eles não tenham o pleno domínio na linguagem de sinais.

“Eles se esforçam para se comunicar com a gente. Nos sentimos acolhidas e percebemos que a empresa está aberta a inclusão”, destaca Wanda ao acrescentar que o seu trabalho na fábrica é fundamental para que ela consiga dar condições dignas de vida aos seus dois filhos.

No trabalho, de acordo com o diretor de recursos humanos da empresa, Antônio Pelágio Ferro, os profissionais portadores de deficiência têm ensinado bastante para toda a equipe. “Não posso afirmar que sou fluente na linguagem dos sinais, mas posso dizer que  consigo me comunicar com eles”, relata ao destacar que admira a força de vontade e a energia de superação de todos os profissionais com deficiência que estão no quadro da indústria.

“Falamos muito em política de inclusão para beneficiar as minorias, mas é importante falar que cada um dos 560 trabalhadores da fábrica aprendem com a convivência com eles. Somos muito felizes e gratos por tê-los em nossa equipe”, finaliza Pelágio.

Conquistas
No Dia do Surdo, Wanda e Priscila comemoram a aprovação do Projeto de Lei 2040/11 pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, que traz a obrigatoriedade de se ensinar nas escolas a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), que desde 2002 foi reconhecida legalmente como a língua de comunicação e expressão da comunidade surda brasileira. Na visão delas, se os interlocutores aprenderem a se comunicar com a comunidade surda, a inclusão se tornará mais efetiva.

De acordo com o IBGE, no Brasil, existem cerca de 9 milhões e 700 mil pessoas com deficiência auditiva, porém, menos de 30% deste montante usa a Libras. Ainda conforme dados do Instituto há uma diferença na educação do grupo com deficiência auditiva e da população em geral. Enquanto 89,5% da população geral, com 5 anos ou mais era alfabetizada, no grupo dos deficientes auditivos, o percentual caiu para  75,5%.
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