Quando o ator Tony Ramos passou pela ilha Terceira

DO TEXTO:

O ator Tony Ramos é, inquestionavelmente, um “monstro sagrado” da Globo para onde se transferiu no ano de 1977. Grande personagem em um ror de novelas, Tony Ramos também passou por vários países europeus e não só. É um carismático das novelas brasileiras, mantendo-se ainda em atividade para gáudio de milhares de fãs nos quais se incluem portugueses das ilhas dos Açores, nomeadamente da ilha Terceira. E porquê da ilha Terceira?

José Henrique Pimpão, figura de destaque na ilha (critico de tauromaquia e não só), dá-nos conta do seguinte: 

“MAIO DE 1983 - Quem não se lembra das célebres telenovelas brasileiras de há 36 e mais anos, com a inesquecível GABRIELA, por exemplo, e do seu mais famoso ator TONY RAMOS? (Portugal não produzia nada disto - hoje é que há às carradas, a todas as horas e como um facto normal).

O entusiasmo era tal que, nas horas de transmissão, as ruas ficavam às moscas...

Pois esse grande artista veio à Terceira a convite do Rádio Clube de Angra e graças ao patrocínio de algumas empresas e instituições locais.
Nas fotos que são reproduzidas,  o vemos numa visita à Caixa Económica de Angra e, em baixo, num almoço na adega Lusitânia, na companhia da esposa. 

Na volta turística à ilha, fomos acabar numa tourada à corda no terreiro de S. Mateus. Não queiram saber quando deram pela presença de Tony Ramos na tourada: todo o mundo feminino nem queria acreditar da presença, em carne e osso, de tão famosa figura e então o delírio e as várias manifestações de alegria e saudação não se fizeram esperar!...”

Refira-se que José Henrique Pimpão, nesse anos de 1983, fazia parte do elenco diretivo do Rádio Clube de Angra, então presidido por José Gabriel Fragoso, recentemente falecido e que, também,  era considerado uma figura de destaque da ilha Terceira, quer como dirigente do RCA e, sobretudo, como presidente da direção do Sport Club Lusitânia.

Vejamos um pouco sobre o ator Tony Ramos:

Tony Ramos nasceu em Arapongas, no Paraná, em 1948.  É filho do primeiro casamento da Maria Antonia Barbosa, uma professora. Passou a juventude na cidade de Avaré, no interior de São Paulo. Desde criança, expressava interesse em atuação e teatro, inspirando-se nos filmes de Oscarito. Já em São Paulo, fez teatro amador ao participar do Teatro Cultura Artística de São Paulo, onde encenou peças infantis. Formou-se em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica(PUC-SP).

Com apenas dezesseis anos, participou da dupla musical Tony e Tom & Jerry, que chegou a se apresentar no programa Jovem Guarda. Seu nome artístico, Tony Ramos, é o apelido de Antônio, versão americanizada muito comum para a época e Ramos é um sobrenome emprestado de parentes.
Vida pessoal 
Casou-se ainda muito jovem, aos 21 anos, com Lidiane Barbosa, em 1969. Aos 23 anos já era pai. O casal tem dois filhos: o médico Rodrigo e a advogada Andréa.

Carreira 
Início da carreira na TV 

Em 1964, estreou na TV atuando em esquetes do programa Novos em Foco da TV Tupi. A atração promovia testes visando o surgimento de novos atores e, após ser contratado pela emissora, participou do TV de Vanguarda, TV de Comédia e do Grande Teatro Tupi.

Estreia em telenovelas 

Em 1965, atuou em sua primeira novela, A Outra. Ainda na Tupi, participou de várias outras produções, entre elas, Antônio Maria de 1968, novela responsável por impulsionar sua carreira; Simplesmente Maria de 1970, onde interpretou seu primeiro grande papel, Toninho; Vitória Bonelli de 1972, como o co-protagonista Tiago Bonelli; Rosa dos Ventos de 1973, despontando em seu primeiro papel de protagonista de novelas, Quico; Ídolo de Pano de 1974, como o protagonista Luciano; e A Viagem de 1975, como o co-protagonista Téo, personagem que no remake de 1994 fora vivido por Maurício Mattar.

Carreira na Rede Globo 

Em 1977, transferiu-se para a Rede Globo, emissora na qual até hoje atua e na qual consolidou uma carreira de sucesso. A sua primeira atuação na emissora foi na novela Espelho Mágico[1]. Nesse mesmo ano, ainda dividiu a apresentação do musical Globo de Ouro com a atriz Christiane Torloni e, emendando trabalhos, estreou, no fim daquele ano, a novela O Astro, onde interpretou o seu primeiro protagonista na Rede Globo, o jovem Márcio Hayala, par romântico de Elizabeth Savalla[2]. Durante a trama, Tony protagonizou o primeiro nu masculino em telenovelas brasileiras, apesar da censura existente no regime militar da época.

Em 1979, protagonizou a novela Pai Herói, mais uma vez formando casal com Elizabeth Savalla. Depois, integrou o elenco da novela Chega Mais na pele do trambiqueiro Tom, que, apesar do caráter um tanto duvidoso, era o protagonista da trama, ao lado de Gelly, personagem de Sônia Braga. Em 1981, atuou pela primeira vez numa novela do autor Manoel Carlos, quando encarnou os gêmeos João Victor e Quinzinho da novela Baila Comigo. Sua atuação foi aclamada pela crítica, uma vez que, sem usar maquilagem, usou apenas de recursos técnicos de voz, postura e respiração para viver personalidades completamente diferentes.

Posteriormente, co-protagonizou a novela Sol de Verão em uma sensível atuação como o surdo-mudo Abel; e, depois, a novela Champagne, na pele de Nil, filho do humilde garçom Gastão, que luta para provar a inocência do pai, acusado injustamente de um assassinato.

Inicia-se uma sequência de protagonistas em sua carreira, entre eles o misterioso Pardal da novela Livre para Voar; o jagunço Riobaldo da histórica minissérie Grande Sertão: Veredas; o ambicioso Cristiano do remake de Selva de Pedra; o atrapalhado publicitário Tonico de Bebê a Bordo; o engenheiro Jorge da minissérie O Primo Basílio, o milionário falido Edu de Rainha da Sucata, o biólogo João da minissérie O Sorriso do Lagarto e o advogado Álvaro de Felicidade.

Em 1993, esteve a frente da apresentação de alguns episódios do Você Decide, e, ainda participou da novela Olho no Olho, na pele do padre Guido, que larga a batina para combater uma organização criminosa. Em 1994, participou do embrião da série Comédia da Vida Privada. Em 1995, protagonizou a novela A Próxima Vítima, onde viveu o feirante Juca, e, no ano seguinte, voltou a apresentar o Você Decide além de integrar o elenco fixo da série A Vida Como Ela é... e de protagonizar a novela Anjo de Mim.

Em 1998, despontou em um dos personagens centrais da novela Torre de Babel como o ex-presidiário Clementino, que iniciou a trama preso, por ter assassinado a esposa ao descobrir que ela o traía e que depois regenerou-se ao lado de um novo amor. Em seguida, viveu em 2000 o livreiro romântico Miguel, de Laços de Família, e emenda com As Filhas da Mãe, onde interpreta o espanhol Manolo Gutierrez, dono de uma casa de jogos.

Em 2003, deu vida ao músico Teo na novela Mulheres Apaixonadas. Depois, co-protagonizou o remake de Cabocla como o Coronel Boanerges e em 2005, atuou na minissérie Mad Maria como o empresário americano Percival Farquhar, e na novela Belíssima, onde viveu o grego Nikos Petrarkis. Em 2007, encarnou o empresário Antenor Cavalcanti da novela Paraíso Tropical, personagem denso, um tanto ambicioso, que porém não chega a ser um vilão. Em 2009 esteve no elenco da premiada novela Caminho das Índias, como o indiano Opash Ananda, e, em 2010, pôde ser visto como o italiano Totó de Passione.

No teatro 

Além de na TV e mais tarde em filmes, Tony atuou em mais de oitenta teleteatros e mais de vinte peças. Sua estreia profissional no teatro deu-se, em 1969, com a peça Quando as Máquinas Param, ao lado de Walderez de Barros. Nesse ano ainda encenou Rapazes da Banda e, em 1971, esteve em cartaz com Pequenos Assassinatos. Em 1989 participou do musical Meu Refrão Olê Olá, em homenagem aos 25 anos de carreira do compositor Chico Buarque, onde interpretou a travesti Geni, e em 1997 atuou na peça Cenas de um Casamento, em que contracenou com Regina Braga. Por último, em 2002 interpretou um ex-torturador da polícia na peça Novas Diretrizes em Tempos de Paz.

No cinema 

No cinema, estreou com o filme O Pequeno Mundo de Marcos, em 1968. Dentre outras produções, destacam-se suas atuações em Leila Diniz como o pai da atriz, Sr. Diniz; Bufo & Spallanzani, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator no Festival de Gramado; e nos grandes sucessos de bilheteria Se Eu Fosse Você, Se Eu Fosse Você 2 e Getúlio.

Como escritor 

No dia 6 de julho de 2006, Tony oficialmente entra no mundo literário ao lançar na Livraria da Travessa a sua autobiografia "Tony Ramos - Nos Tempos da Delic.


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