Recital de Poesia Poeira de Marte - 4ª Edição - Homenagem a Bettencourt Faria fundador do Centro espacial da Mulemba | CCP Luanda 17/07

DO TEXTO: Recital de Poesia Poeira de Marte - Homenagem a Bettencourt Faria, no CCP Luanda 17/07

17 de Julho de 2019 (4ª feira) às 18H30
Promotor, José Luís Mendonça 

Homenagem a Bettencourt Faria
Fundador do Centro espacial da Mulemba 

No dia 17 de Julho de 2019 (4ª feira), pelas 18H30, o AUDITÓRIO PEPEPTELA do CAMÕES/ CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS (Av. de Portugal nº 50), vai acolher a 4ª Edição do RECITAL DE POESIA “POEIRA DE MARTE”.


O RECITAL POEIRA DE MARTE tem, como Poetas Residentes, JOSÉ LUÍS MENDONÇA, AMÉLIA DALOMBA, LOPITO FEIJÓ, ANTÓNIO GONÇALVES, CRISTOVÃO NETO e CONCEIÇÃO CRISTOVÃO.    

Segundo o promotor, escritor e poeta JOSÉ LUÍS MENDONÇA, o RECITAL POEIRA DE MARTE “é um projecto literário humanista e interplanetário, que visa alertar para os perigos do aquecimento global, numa viagem interplanetária de salvaguarda da espécie”.  Em cada Edição, cada um dos Poetas, para além de outra poesia, declamará um poema dedicado ao ambiente e ao lugar que ocupamos no Universo (ou Multiverso).

Nesta 4ª Edição, o Promotor quis prestar homenagem à figura impar de Carlos Mar Bettencourt Faria, autodidacta genial, dotado de um enorme dinamismo, criador do Centro Espacial da Mulemba. Este Centro tinha por missão, fazer estudos solares, nomeadamente: fotografias integrais diárias, contagens de manchas, heliografias, espectografias, recepção de ondas electromagnéticas. Fazia ainda toda a espécie de astro-fotografias e estudos de rádio – astronomia, bem como rastreios de satélites artificiais.

Em todo o Continente Africano, o Centro Espacial da Mulemba foi o único que registou e fotografou em aparelhagem apropriada  os sinais emitidos pelo Sputnik russo. Nesse Centro, Bettencourt Faria deu largas à sua paixão pela exploração do Espaço, pela Rádio e pela Astronomia, construindo aparelhos de  detecção remota, telescópios e antenas.

Num tempo em que a Terra ainda não estava rodeada por satélites de comunicações e a NASA tinha necessidade de recorrer a uma rede de colaboradores espalhados pelo mundo, que recolhessem dados enviados pelos satélites ou que estabelecessem contacto com os astronautas, servindo de “ponte” entre o Espaço e a sede da NASA, o Centro Espacial da Mulemba, em Angola era o único observatório em todo o Continente Africano a fazer esse papel. Bettencourt Faria chegou a gravar uma conversa que teve com o astronauta Neil Armstrong na Lua.

Em 1974, numa entrevista a um jornal angolano Bettencourt Faria dizia “eu sou daqueles que acreditam neste país e nas suas gentes; sou dos que vieram para ficar; dos que deram os melhores anos da sua vida por um ideal ao serviço do povo angolano. As minhas actividades foram, são e serão sempre apolíticas, dedicadas ao bem comum, à elevação constante do nível cultural de toda uma comunidade”.

Bettencourt Faria não se interessava apenas pelo Espaço e pela Astronomia. Tinha interesses muito diversificados. Fez investigação etnológica, da qual resultaram várias obras publicada. Era inventor de máquinas. Era pintor. Tocava piano e era rádio amador.

A 4 de Julho de 1976, Bettencourt Faria foi assassinado em Luanda, no Centro Espacial da Mulemba. Assim terminava, de forma trágica, o sonho de um homem que nasceu um génio.

Pelo seu trabalho pioneiro, pelo seu sacrifício por uma causa universal e humanista, a Poesia angolana rende-lhe esta singela homenagem.

PROMOTOR

JOSÉ  LUÍS MENDONÇA
José Luís Mendonça nasceu em Angola, em Novembro de 1955, na Comuna da Mussuemba, Município do Golungo Alto.
Licenciado em Direito, jornalista e poeta. Director e Editor-Chefe do Jornal CULTURA, quinzenário angolano de Artes & Letras.
Tem uma vasta obra de poesia e prosa publicada e já conquistou vários prémios, designadamente, Prémio Sagrada Esperança, em 1981. 
Prémio Angola Trinta Anos, em 2005. Prémio Notícias Gerais da Lusofonia - Concurso CNN Multichoice Jornalista Africano, em 2005. Prémio Nacional de Cultura e Artes na categoria de Literatura, pela singularidade do seu estilo e valor cultural das temáticas tratadas, em 2015.

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