Betty Milan é homenageada na Lebanese Diaspora Energy

DO TEXTO:

Sábado (08/06), Betty Milan, autora de dois romances sobre a diáspora, O Papagaio e o Doutor e Baal, foi homenageada com um cedro pelas mãos do Ministro das Relações Exteriores do Líbano pela contribuição e compromisso com a terra natal. Esta homenagem aconteceu na Lebanese Diaspora Energy, que a renomada escritora e psicanalista esteve a convite do cônsul do Líbano no Brasil, evento que reuniu mais de duas mil pessoas do mundo todo. Na ocasião, Betty Milan palestrou sobre o tema dos romances e sobre as consequências subjetivas da imigração.

Tive o sentimento de ter pago a minha dívida com os ancestrais  que imigraram há mais de 100 anos para o Brasil. – Betty Milan

A obra Baal, que já está em pré-venda na internet, será lançada neste mês pela Editora Record. Link para compra: https://amzn.to/2MMAf85

Lançamento Baal - Betty Milan (São Paulo)
Debate: Betty Milan, Manuel da Costa Pinto e Patrícia Mello (Folha de S. Paulo)
Data: 18/06
Horário: 19 horas
Local: Livraria da Vila
Endereço: Alameda Lorena, 1731 - Jardim Paulista - São Paulo
Entrada: Gratuita

Lançamento Baal - Betty Milan (Rio de Janeiro)
Debate: Betty Milan, Dionísio da Silva (escritor) e Marco Antônio Coutinho Jorge (escritor)
Data: 25/06
Horário: 19 horas
Local: Travessa
Endereço: Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - loja 205 A - Leblon - Rio de Janeiro Entrada: Gratuita

Sobre a obra: Baal é uma história familiar. O patriarca e personagem principal, Omar, narra um drama sempre atual: o da imigração. No final do século XIX, quando seu melhor amigo é capturado por uma milícia para servir no exército inimigo, Omar é forçado a largar do seu país no Oriente Médio. Ao fugir da aldeia, coração partido, jura que voltará para buscar a família e a noiva. 
Embarca para os trópicos, atravessa o oceano e começa a vida na mascatagem, como os conterrâneos que emigraram para o Novo Mundo. Valendo-se da sua força física e da inteligência, vence as dificuldades, torna-se um próspero atacadista e constrói um palácio, Baal, «uma jóia do Oriente no Ocidente», para sua filha única, Aixa, e a família dela. 
Só que, depois da sua morte, os descendentes dilapidam a fortuna. O patriarca, que morreu sem poder descansar em paz por causa dos conflitos familiares, vê a guerra do país natal se repetir no país da imigração. Pervertidos pelo dinheiro e com medo do empobrecimento, os netos resolvem demolir Baal para vender só o terreno e fazer com o palácio « o negócio mais rentável ». 
Tiram a mãe já idosa do lugar onde ela sempre morou e a transferem com a fiel servidora e o cachorro para um cubículo. Indignado com o comportamento dos netos, Omar os culpa por não se darem conta da sua luta e do alto custo do berço de ouro que lhes proporcionou. Associa a crueldade deles à vergonha das origens. Diz que, além de xenófobos, são desmemoriados, « sucumbiram no fundo negro do esquecimento». Para se opor a isso, ele rememora a história. 
A rememoração o obriga, no entanto, a reconhecer os seus erros. Não se empenhou em transmitir o que aprendeu na travessia e, por preconceito em relação às mulheres, não formou a filha, para ser sua sucessora. Se valeu dela para animar Baal, o seu pequeno império tropical, e não para que o palácio continuasse a existir depois da sua morte e se tornasse o que deveria ter sido, um memorial da imigração.

Sobre a autora: Betty Milan é paulista, autora de romances, ensaios, crônicas e peças de teatro. Além de publicadas no Brasil, suas obras também circulam com selos de França, Argentina e China. Colaborou nos principais jornais brasileiros e foi colunista da Folha de S.Paulo, da Veja e da Veja.com. Trabalhou para o Parlamento Internacional dos Escritores, sediado em Estrasburgo, na França. Foi convidada de honra do Salão do Livro de Paris em 1998 e em 2015. Em 2014, representou a literatura brasileira contemporânea na Feira Internacional do Livro de Miami (EUA). Antes de se tornar escritora, formou-se em medicina pela Universidade de São Paulo, especializou-se em psicanálise na França com Jacques Lacan e fundou o Colégio Freudiano do Rio de Janeiro.

POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários