Festival Global de Inovação Social reúne mais de 1,4 mil pessoas em Florianópolis

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Evento promovido pelo Impact Hub, com apoio do Sebrae, contou com 35 palestrantes nacionais e internacionais em uma programação de mais de oito horas

Pela primeira vez no hemisfério sul, o Festival Global de Inovação Social reuniu mais de 1,4 mil pessoas nesse domingo (14), em Florianópolis (SC). Com 35 palestrantes nacionais e internacionais atuando em nove palcos, a programação foi dividida em sete trilhas temáticas: inovação, liderança, sustentabilidade, empreendedorismo, transformação pessoal, igualdade de gênero e colaboração. 

Além das palestras, o evento teve também oficinas, rodas de conversa e apresentações culturais. A youtuber Júlia Tolezando, do canal Jout Jout Prazer, abriu o evento no palco principal falando sobre igualdade. Ela fez uma reflexão sobre o papel das redes sociais para motivar as novas gerações a serem agentes de mudança social. Outros nomes de projeção nacional como Téo Benjamin, fundador da Bando e co-criador de grandes campanhas de crowdfunding no Brasil, o favelamaker Rauli Santiago, e o co-fundador do Colaboramerica, Tomás de Lara, também foram destaques durante o dia. 

O empreendedorismo social esteve em pauta em vários momentos durante o Festival e o principal deles foi o painel “Inovação e microempreendedores individuais”, que foi mediado por Maíra Rodrigues, do Impact Hub, e teve a presença da analista de inovação do Sebrae Nacional, Olivia Castro, da gerente de mercado do Sebrae em Santa Catarina, Soraya Tonelli, e da presidente do Banco da Família, Isabel Baggio. As participantes debateram sobre como incentivar os microempreendedores individuais a inovarem nos seus negócios e a buscarem o crescimento das suas empresas. 

Olivia Castro trouxe um histórico da figura jurídica do MEI, que completou dez anos em 2018, e apresentou dados sobre o perfil desse empreendedor no Brasil. “Existe um mito de que o microempreendedor individual é só aquele que empreende por necessidade, tem baixa escolaridade e abriu um negócio somente para poder gerar a sua própria renda. Esse perfil existe, mas é cada vez maior o número de MEI que estão empreendendo por oportunidade. 

Hoje, 27% dos microempreendedores individuais formalizados no país têm ensino superior”, comentou. Ela ressaltou ainda que atualmente esses empresários já são a maioria entre os negócios formalizados no país, ultrapassando o número de micro e pequenas empresas. “O MEI é um exemplo de inovação social. Em dez anos já são mais de oito milhões de empreendedores formalizados no país”, completou. 

A presidente do Banco da Família, Isabel Baggio, falou como a instituição de microcrédito pode ser ferramenta de transformação social. Atualmente, o banco está presente em 80 municípios da região sul, tem mais de 170 colaboradores e os empréstimos realizados pelo Banco já impactaram positivamente a vida de mais de um milhão e meio de pessoas. 

Para completar o debate, a gerente de mercado do Sebrae em Santa Catarina, Soraya Tonelli, falou sobre a inovação do Salto, programa de aceleração de microempreendedores individuais que foi executado com pioneirismo em 2018 na cidade de Palhoça, na Grande Florianópolis. O programa teve o apoio da prefeitura municipal e do Banco do Empreendedor e impactou 150 microempreendedores individuais, sendo que 17 deles foram certificados por terem participado de todas as etapas do Programa.“Cem por cento dos participantes disse que a participação no programa os ajudou a aumentar a motivação e o comprometimento e 80% deles garantiram que a participação no Salto ajudou a encontrarem novas ideias e soluções para os seus negócios. Além disso, 90 conexões relevantes foram criadas graças ao Programa”, contou Soraya. 

No total, o Salto ofereceu mais de 1.500 horas de capacitação aos microempreendedores de Palhoça. “O grande desafio é descobrir maneiras de incentivar os microempreendedores individuais a pensarem grande para o seu negócio, a buscarem a inovação e projetarem o crescimento das suas empresas. O microempreendedor individual deve querer ser um microempresário”, finalizou. 

Também no período da tarde, o Sebrae promoveu pitches de inovação social. Ao todo, 16 empreendedores e futuros empreendedores tiveram três minutos para falar sobre as suas ideias de negócio social e depois, também durante três minutos, ouviram feedbacks do público. Durante todo o dia o Sebrae também esteve presente com um estande onde foi possível tirar dúvidas sobre abertura de empresa e formalização. Mais de 150 atendimentos foram realizados no local.

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