Prêmio da Paz de Luxemburgo tem brasileira e seu projeto contra extremismo como finalista

DO TEXTO:

Words Heal the World, projeto de jornalista brasileira de combate ao extremismo, é finalista do Prêmio da Paz de Luxemburgo, um dos mais importantes do mundo

Luxembourg Peace Prize (http://www.luxembourgpeaceprize.org/), é uma honraria destinada a pessoas e projetos que se destacam pela atuação em prol da paz. Words Heal também concorre a prêmio da ONU na Alemanha

São Paulo, Fevereiro de 2019 – Sem palavras. É assim que ficou Beatriz Buarque, a jornalista brasileira que criou o projeto Words Heal the World (Palavras Curam o Mundo, em Português), de combate ao extremismo, que deu origem à ONG homônima, ao saber que seu projeto é um dos concorrentes finalistas ao prêmio “Luxembourg Peace Prize”, ou Prêmio da Paz de Luxemburgo. Trata-se de um dos prêmios mais importantes do mundo, destinado àqueles que se destacam em projetos relacionados à paz. “Só de sermos indicados ao prêmio, já nos sentimos vitoriosos”, comemora a jornalista.

Words Heal the World concorre ao Prêmio da Paz de Luxemburgo porque, além de empoderar jovens no combate a diferentes tipos de extremismo, o trabalho também tem aproximado os jovens de dezenas de organizações que promovem a paz no mundo todo, formando uma rede de ação única no mundo. “O trabalho que fazemos no Words Heal é baseado num tripé: ele aproxima alunos universitários, de ensino médio e 23 instituições parceiras que promovem a paz em diferentes cantos do mundo. Se você for procurar, existem outras iniciativas que colocam os jovens como principais atores no desenvolvimento de mensagens de combate ao ódio. No entanto, não existe nenhuma outra iniciativa que tem os jovens como principais atores e que também conta com essa rede de ação que tem formado um ciclo virtuoso de paz. Essa rede é fundamental para amplificar nossas mensagens e ajudar essas organizações que desenvolvem um trabalho fantástico em suas comunidades”, diz Beatriz.

O projeto também é um dos candidatos ao prêmio da ONU “Ações pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (UM SDG Action Awards)”, na categoria conector. Neste caso, 356 projetos do mundo inteiro concorrem na mesma categoria, 208 desenvolvidos especificamente por jovens. O prêmio celebra as iniciativas mais inovadoras que têm contribuído para os objetivos de desenvolvimento sustentável nas categorias mobilizador, contador de histórias, campanha, visualizador, conector, trabalho inclusivo e trabalho criativo. Words Heal the World concorre na categoria conector porque além de empoderar jovens no combate a diferentes tipos de extremismo, o trabalho também tem aproximado os jovens de dezenas de organizações que promovem a paz no mundo todo, formando uma rede de ação única no mundo.

Beatriz irá para a Alemanha em maio, para a premiação, e no mês seguinte segue para os Estados Unidos para apresentar o projeto na Cúpula do Avanço da Juventude Mundial (Global Youth Advancement Summit) – um evento anual organizado pela Universidade de Michigan, que reúne 200 jovens líderes do mundo inteiro para discutirem alguns dos principais problemas enfrentados pela sociedade atualmente. “Fiquei muito feliz com o convite para participar do evento porque, sem dúvida, a expansão dos discursos de ódio é um tema muito sério que precisa do engajamento dos jovens, pois muitos extremistas são jovens e passam praticamente o dia inteiro em frente ao computador disseminando mensagens de ódio contra muçulmanos, imigrantes, judeus, negros, homossexuais, mulheres. Precisamos combater não apenas o extremismo violento porque a raiz do extremismo é a palavra. Casos recentes de antissemitismo na França, Reino Unido e nos Estados Unidos deixam isso bem claro. No Brasil, a quantidade de comentários de ódio em relação a homossexuais, negros e pessoas de religiões de matriz-africana também revela a necessidade de um trabalho sério de educação para prevenir que essas palavras de ódio se transformem em violência nas ruas”, revela.

Para Beatriz, todos esses eventos são chave para trazer visibilidade ao projeto que foi registrado como ONG no Reino Unido e agora está atrás de patrocínio para ampliar ainda mais suas ações no Reino Unido, Brasil e América Latina. “A paixão com que os alunos desenvolvem estratégias de combate ao extremismo não deixa sombra de dúvida de que os jovens querem e precisam sim deixar a posição de meros receptores de mensagens e passarem a atuar no combate ao extremismo. Eles são os principais alvos de grupos extremistas e eles nasceram numa sociedade digital. Deixá-los de lado, numa batalha onde a principal arma é a palavra veiculada no meio digital, é um erro que não podemos cometer se quisermos evitar um mal ainda maior para a humanidade”.

Para finalizar, Beatriz conta que a Words Heal está finalizando um mapa do extremismo no Brasil, que será divulgado no final de maio, com o intuito de contribuir com autoridades e organizações civis para criação de políticas contra crimes como racismo, xenofobia e homofobia. “A ideia do mapa é propiciar a quem pode agir contra o extremismo uma visão ampla das regiões mais propensas a estes tipos de ações. Desta maneira, poderão ser criadas estratégias sociais de combate e prevenção de atitudes e crimes extremistas, para que o Brasil se livre desse mal”, finaliza a jornalista.

Sobre o projeto Words Heal the World
Lançado há um ano no Brasil, o portal Words Heal the World (www.wordshealtheworld.com), que significa Palavras Curam o Mundo, foi idealizado pela jornalista brasileira Beatriz Buarque e recebeu apoio de importantes entidades, como a Universidade de Westminster, no Reino Unido, e entidades de outras partes do mundo, como a Mothers for Life (canadense) e a RATTA (Tunísia), entre outras. No Brasil, é apoiada pela FAMBRAS – Federação das Associações Muçulmanas do Brasil.
O projeto, que cresce a cada dia, tem uma missão muito clara, que é a de levar esclarecimento sobre a importância de se combater a intolerância, o radicalismo e o extremismo.
Atualmente, a Words Heal the World está em uma ação intensa no Brasil, onde os casos de violência ligados ao extremismo estão crescendo.

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