Escritor do Mês na Biblioteca Camões | Revisitando ALDA CLARA - Luanda 14 e 28/01

DO TEXTO: Na 12ª Edição/Janeiro de 2019 do “Escritor do Mês na Biblioteca Camões”, nos dias 14 (2ª feira) e 28 de Janeiro (2ª feira), a partir das 10H00, será revisitada a obra da Escritora angolana, ALDA LARA

CAMÕES/CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS
“ESCRITOR DO MÊS NA BIBLIOTECA CAMÕES”
12ª Edição –  dias 14  e 28 de Janeiro  de 2019 a partir das 10H00
ALDA LARA 


“Todo o caminho é belo se cumprido.
Ficar no meio é que é perder o sonho.
É deixá-lo apodrecer, no resumido círculo,
da angustia e do abandono”
(“Círculo” – Alda Lara)


O CAMÕES/CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS, no quadro do seu desígnio de  promoção da língua portuguesa e de  divulgação de autores de língua portuguesa, criou na sua BIBLIOTECA um Núcleo de Leitura, que revisita autores consagrados  de língua  portuguesa,  através da leitura colectiva de extractos das respectivas  obras e biografias. Este Núcleo de Leitura, com momentos interactivos, conta com a participação activa de jovens, sobretudo, estudantes universitários e pré-universitários, utentes da Biblioteca.

Em dois dias de cada mês,  a obra e a biografia do autor escolhido  são  revisitadas e analisadas.   

Na  12ª Edição/Janeiro de 2019 do “Escritor do Mês na Biblioteca Camões”, nos  dias 14  (2ª feira) e 28 de  Janeiro   (2ª feira), a partir das 10H00,  será  revisitada a obra da Escritora angolana, ALDA LARA, poeta da Geração Mensagem que, desde muito cedo, ainda como declamadora, começou a divulgar, em Portugal, a poesia africana e angolana, na época, praticamente desconhecida. Enquanto estudou medicina, em Lisboa  e Coimbra, manteve sempre a ligação com a Casa dos Estudantes do Império, alfobre de nacionalistas angolanos. Em 1958, publicou a sua primeira poesia, na “Antologia de Poesias Angolanas”. Até 1963, publicou a sua poesia em várias obras e Antologias. Em 1966, foi publicada “Poemas-Obra Completa de Alda Lara“ (edição póstuma).     

ALDA LARA, nasceu em Benguela, em  1930, e morreu em 1962, em Cambambe. Licenciou-se em Medicina em Coimbra, tendo apresentado como tema de tese “A Psiquiatria Infantil”, que a notabilizou no meio Académico.    

A sua poesia caracteriza-se por uma intensa e angolanidade e, sobretudo, extravasa um profundo amor, carinho e dedicação aos outros, particularmente a gente da sua terra, Angola, que sofria o jugo do regime colonial.

Sobre ALDA LARA, diz o Profº Soares: “Ela nunca deixou de partilhar as preocupações da angolanidade, soube escrever aproveitando a superação lírica do neo-realismo realizada pelos poetas da “Távola Redonda”, ainda que mantenha, por vezes, um tom conclamatório e didáctico, que  de lá lhe terá vindo”.

Maria Nazareth Soares Fonseca diz sobre ALDA LARA: “fazer poesia significou um compromisso com a Luta de Libertação. Os seus versos cantam as belezas do continente ou denunciam atrocidades da colonização”.

Para Inocência da Matta, ALDA LARA “concentra na mulher as direcções do sonho de libertação nos anos 50 – 60. O sonho é portador de extrema esperança, mas aí reside a diferença relativamente à maior parte da poesia dos seus contemporâneos, nutrindo-se de ideias intemporais e universais, como justiça, fraternidade/solidariedade, amor e paz, vão além da construção da nação… A força desse sonho percorre a sua poesia, em cuja enunciação discursiva não há espaço para as contradições e as aspirações de sentir individual”.

E apesar de tudo,
Ainda sou a mesma!
Livre e esguia,
filha eterna de quanta rebeldia
me sangrou.
Mãe-África!
Mãe forte da floresta e do deserto,
ainda sou,
a irmã-mulher
de tudo o que em ti vibra
puro e incerto!...
(Alda Lara in ”Presença Africana”)

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