Na virada inclusiva, peça teatral integra crianças e adolescentes com e sem deficiência em grande espetáculo

DO TEXTO:

Peça “O grande circo do seu Leo” participa da Virada Inclusiva com a atuação de 14 atores com deficiência, dentre 100 atores

Projeto “O Palco, uma experiência para a juventude”, realizado pelo Polo Cultural Educação e Arte apresenta neste sábado, 01/12, às 15h, a peça “O grande circo do seu Léo”, espetáculo que agrega 100 atores entre 6 e 16 anos, dentre os quais 14 deles são crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência, física ou intelectual. No total,  40 bailarinas e 46 alunos do teatro.  

A apresentação será realizada no CEU Jaçanã, à rua Francisca Espósito Tonetti, 105, no Jd. Guapira, em São Paulo, Entrada grátis.

Um dos atores com deficiência é o valente Kaíque Sales Santos, de apenas 14 anos,  mas com um histórico de vida cheio de percalços. Nasceu com muitos desafios, de fenda palatina, uma má formação no céu da boca, a microencefalia, além de ter se submetido a muitas cirurgias para melhorar sua qualidade de vida desde o nascimento. Afora isso, é um garoto com todos os anseios dos demais. Gosta de música e de festas, mas até o inicio deste ano, antes das aulas de teatro iniciadas no início do ano, era tímido e só falava com pessoas da família. Sua mãe, Ângela, conta que agora ele está mais solto e ganhou novas expressões.

No sábado, 01/12, dia em que se inicia a Virada Inclusiva em todo o estado de São Paulo, Kaique sobe ao palco do Céu Jaçanã, como ator da peça “O grande circo do seu Leo”. Ele e mais 96 atores entre 06 e 16 anos, sendo um total de 14 atores com deficiência, participam da peça. Trata-se de uma das apresentações a compor-se com a iniciativa do governo do estado de São Paulo, em relação às atividades inclusivas para pessoas com deficiência. No dia 03 de dezembro, comemora-se o Dia internacional da pessoa com deficiência e o estado de São Paulo participa dessas celebrações mundiais  há nove anos.  

A trama

O nome da peça, obviamente,  é uma paródia ao Cirque du Soleil. A trama se desenvolve quando seu Léo, o dono do circo, procura um bom lugar para montar seu picadeiro. Ele chega ao CEU Jaçanã,  gosta do lugar e então decide instalar-se ali, com sua família e os artistas. A filha do seu Leo tem o sonho ser bailarina, mas sempre é desestimulada pela mãe, que acha que a filha nunca conseguiria um desempenho ‘mágico’. Em meio à trama, a jovem se apaixona pelo palhaço... “A trama é o pano de fundo para essa sinergia. O ambiente do circo é propício para compor a diversidade, mantendo a característica de cada um, mas onde todos têm seu valor”, explica Bruna Burkert, coordenadora do projeto. “No circo, os artistas são diferentes  uns dos outros, mas estão todos no picadeiro. A diferença entre eles é o que faz o circo ser legal.”

O desafio

Montar um espetáculo teatral com todos os itens que se preze já não seria uma tarefa fácil, mas o desafio de Bruna toma proporções de “três dígitos”. Ensaios em meio à trama envolveram 100 crianças e jovens, somando mais de 400 horas de ensaio, de março a novembro. “Portanto, o desafio de incluir os atores com deficiência é irrisório, quando paramos diante deste cenário! Tudo que você faz no circo, é compartilhado, e as crianças com deficiência, que não estão acostumadas a protagonismos, por N razões, ganham essa percepção e elas mesmas escolhem quando e como incluir-se”.

Sucesso em São Paulo e Interior paulista

O Polo Cultural Educação e Arte, criador do Projeto “O Palco, uma experiência para a juventude”,  é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), e nasceu para a função de promover a descentralização e democratização da cultura. O projeto “O Palco, uma experiência para a juventude” conta com as unidades públicas de ensino locais como pontos de encontro desses jovens e com o apoio das prefeituras. “Em todas as unidades o Polo Cultural faz a adaptação de salas e estrutura para receber os alunos nas atividades artísticas e entra com uma a equipe do Polo com a metodologia. Boa vontade, adesão e um olhar especial para a formação cultural dos nossos jovens são os motores desse sucesso”, agradece Eneida Soller, fundadora do Polo Cultural.

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