Dia dos Namorados - 12 de junho

DO TEXTO:

Por: Rosemeire dos Santos Vieira*

Com a proximidade do dia dos namorados, algumas temáticas emergem como necessárias e fundamentais para serem discutidas. Entre essas está a prática sexual.

Esse é um assunto bastante delicado porque, mesmo em pleno século XXI, muitos são os tabus que envolvem a temática.

Estudos evidenciam que a atividade sexual tem início na adolescência, e quanto menor a escolaridade serão maiores os riscos relacionados ao início da atividade. É fundamental que se possa entender que os riscos não estão relacionados apenas as possibilidades de infecções de inúmeras doenças, mas a exposição a diversas formas de violência e de gestação indesejada (Gonçalves et al, 2015; Castro, 2017).

Habitualmente, quando se fala em sexo seguro, pensa-se em sexo protegido, que se configura em um conjunto de práticas que têm como função reduzir o risco de infecção durante a relação sexual, e impeça o desenvolvimento de doenças sexualmente transmissíveis.

De fato, as infecções sexualmente transmissíveis representam um grave problema de saúde pública, e não são apenas as infecções por HIV, e Hepatite B. As doenças antigas como gonorreia e sífilis ainda se mantém em alta, entre outras graves infecções. Para que se tenha ideia da dimensão do problema o principal motivo de hospitalização de recém-nascidos é a sífilis congênita, ou seja, infecção adquirida durante a gestação devido a infecção materna.

Então o uso de preservativos de barreira (camisinha masculina e feminina) são essenciais para evitar doenças.

Mas, é igualmente essencial discutir a violência nas relações de gênero. Estudos evidenciam associação mecânica entre o ser masculino e o ser violento, e a construção e reprodução a partir de uma lógica em que a violência seria a referência para se diferenciar o homem da mulher, isso desde a adolescência (Bitar, Nakano, 2017).

“À luz do conceito de dominação masculina, podemos dizer que não é conferida à mulher – representada por atributos de delicadeza e submissão de seus atos – uma postura e atitudes próprias, legítimas no namoro, que possam ferir esses atributos; enquanto, ao homem, é conferida uma postura de masculinidade e poder, claramente presente e forte no relacionamento afetivo-sexual dos adolescentes, além de reafirmada por ambos os gêneros” (Bitar, Nakano, 2017).

*Rosemeire dos Santos Vieira é Coordenadora dos Cursos de Especialização em Enfermagem  Pediátrica e UTI Pediátrica, e Especialização em Enfermagem em Neonatologia e UTI Neonatal e Professora do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Contato:rosemeire.vieira@fcmsantacasasp.edu.br

Goncalves H. et al. Início da vida sexual entre adolescentes (10 a 14 anos) e comportamentos em saúde. Rev. bras. epidemiol. [online]. 2015, vol.18, n.1, pp.25-41. ISSN 1980-5497. http://dx.doi.org/10.1590/1980-5497201500010003.

Castro JFL, Araújo RC, Pitangui ACR. Sexual behavior and practices of adolescent students in the city of Recife, Brazil. J Hum Growth Dev. 2017; 27(2): 219-227. DOI: http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.112645

Bitar DB, Nakano MAS. Violência simbólica entre adolescentes nas relações afetivas do namoro. Rev Esc Enferm USP. 2017;51:e03298. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2017003003298

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