Kiyomi Nakamura acompanha a Seleção Brasileira desde em viagens ao exterior até em treinamentos na Granja Comary, no Rio - Foto: Silvio Barsetti / Especial para Terra
Conheça a repórter que faz sucesso nos bastidores da Seleção Silvio Barsetti
Entre os jornalistas mais bem informados sobre o dia a dia da Seleção brasileira de futebol há um lugar reservado para a repórter japonesa Kiyomi Nakamura. Desde 2001, ela acompanha ininterruptamente todos as partidas da equipe. Fez dezenas de viagens ao exterior para produzir textos e vídeos sobre os jogos e já coleciona mais de uma centena de entrevistas com os atletas da equipe, feitas em diversos países. Kiyomi mora no Rio há 16 anos. Aprendeu a falar português sozinha e trabalha em parceria com o cinegrafista Jorge Ventura, carioca da gema. A dupla presta serviços para quatro emissoras de TV do Japão: Fuji, NHK, J Sports e Sky PerfecTV. Além disso, Kiyomi escreve com frequência para os sites e revistas vinculados a essas empresas.
Nas viagens da Seleção, ou mesmo nas coletivas na sede da CBF para anúncio de convocados, a presença de Kiyomi é marcante. Entre jogadores e técnicos, como Tite, Dunga e Felipão, e com seus colegas de imprensa, a repórter esbanja carisma e consegue depoimentos exclusivos com alguma facilidade.
Com sua voz fina e pausada, ela se tornou, sem querer, uma das atrações dessas entrevistas coletivas. A Assessoria de Imprensa da CBF, quando comandada por Rodrigo Paiva, detectou isso e por várias vezes explorou a presença de Kiyomi para contornar situações tensas. Toda vez que o clima esquentava entre repórter e treinador ou jogador, numa daquelas conferências, o microfone era logo entregue à Kiyomi. A pergunta da repórter, na sequência, por mais pertinente que fosse, descontraía o ambiente.
A
simpatia de Kiyomi Nakamura acabou chamando a atenção de colegas
jornalistas, que frequentemente retratam a jornalista japonesa em
matérias - Foto: Silvio Barsetti / Especial para Terra
Nesta entrevista ao Terra , na sexta-feira (20), pouco antes de Tite divulgar mais uma lista de convocados, na sede da CBF, no Rio, Kiyomi falou de sua carreira, sua vida de carioca e seu amor pelo futebol brasileiro.
Como começou essa sua relação com o futebol brasileiro?
K – A presença de Zico no Japão deu início a tudo. Ele é o Deus do futebol no meu país. Por conta disso, eu fiz um projeto para acompanhar a Seleção brasileira por três meses, desde a fase de preparação até a final da Copa do Mundo de 1998. O Zico era o coordenador-técnico da equipe e isso bastava.
Você já era jornalista? Começou quando? K (fica pensativa) – Fiz faculdade de literatura americana e inglesa e já tinha um curso técnico de jornalismo. Mas não vou dizer quando comecei. Senão você vai fazer as contas e descobrir a minha idade (ela ri).
Kiyomi
Nakamura, nesta foto com o cinegrafista Jorge Ventura, faz a cobertura
da Seleção Brasileira desde 2001 para veículos jornalísticos do Japão - Foto: Silvio Barsetti / Especial para Terra
Qual foi o passo seguinte, depois daquele Mundial da França, para você se mudar, em 2001, para o Brasil?
K – Primeiro, passei a estudar a língua portuguesa, com vídeos, leitura de pequenos textos. Depois, não foi tão difícil, porque a Copa de 2002 seria no Japão (em conjunto com a Coreia do Sul). E eu queria conhecer mais o Brasil, as pessoas daqui, a cultura, o jeito carinhoso e acolhedor do brasileiro. Achei que aqueles três meses tinham sido insuficiente para isso. Foi mais fácil vender o novo projeto.
O título do Brasil no Mundial de 2002 foi determinante para sua permanência no País?
K – Sem dúvida. Já falei isso para o 'Felipon' (Luiz Felipe Scolari, técnico da Seleção no pentacampeonato). Meu trabalho ganhou visibilidade. Desde 2001, eu moro no Rio e passei a ser brasileira também.
Em novembro, o Brasil vai fazer amistoso com o Japão. Para quem você vai torcer?
K – Para o Brasil, não tem dúvida. No futebol, primeiro é o Brasil. Em segundo lugar vem o Japão.
Qual a melhor entrevista que você fez envolvendo a Seleção brasileira?
K – Foi com Roberto Carlos, em 2006. Ele abriu o coração para mim e falou do lance em que acabou como vilão no jogo com a França, que eliminou o Brasil daquele Mundial. Fez um desabafo e a entrevista repercutiu no mundo todo.
Você sempre teve acesso fácil aos grandes craques do Brasil. Tem sido assim também com Neymar?
K – É um pouco mais difícil. Já fiz entrevistas exclusivas com ele. Mas, ultimamente, não tem sido possível. Ele é gente boa e entendo a situação. É muita imprensa em cima dele o tempo todo. Não fico chateada.
Qual a expectativa do desempenho no Brasil na Copa do Mundo da Rússia?
K – O Brasil vai ser campeão. Tite deu jeito no time, que tem jogado muito bem, tem um padrão e conta com jogadores de muito bom nível.
Você pretende continuar cobrindo a Seleção depois do Mundial da Rússia?
K – Não quero parar. Sou muito bem tratada e sei que Dunga, Tite, Mano Menezes e Felipon gostam muito de mim. É também assim com Neymar, Ronaldo, Ronaldinho, Romário, Kaká, Robinho, Zico. Mas não depende só de mim. Para a TV japonesa manter o interesse, é preciso que o Brasil faça bonito na Copa. Não pode repetir o 7 a 1, né?
Kiyomi Nakamura, repórter que acompanha a Seleção Brasileira
Uma vitória da Seleção pode mudar a vida de muita gente, sabia? A repórter japonesa Kiyomi acompanha a Seleção desde 2002 e conta, emocionada, como a Família Felipão e o título daquele ano mudou sua vida para sempre.
Conheça a repórter que faz sucesso nos bastidores da Seleção
Silvio Barsetti
Entre os jornalistas mais bem informados sobre o dia a dia da Seleção brasileira de futebol há um lugar reservado para a repórter japonesa Kiyomi Nakamura. Desde 2001, ela acompanha ininterruptamente todos as partidas da equipe. Fez dezenas de viagens ao exterior para produzir textos e vídeos sobre os jogos e já coleciona mais de uma centena de entrevistas com os atletas da equipe, feitas em diversos países.
Kiyomi mora no Rio há 16 anos. Aprendeu a falar português sozinha e trabalha em parceria com o cinegrafista Jorge Ventura, carioca da gema. A dupla presta serviços para quatro emissoras de TV do Japão: Fuji, NHK, J Sports e Sky PerfecTV. Além disso, Kiyomi escreve com frequência para os sites e revistas vinculados a essas empresas.
Nas viagens da Seleção, ou mesmo nas coletivas na sede da CBF para anúncio de convocados, a presença de Kiyomi é marcante. Entre jogadores e técnicos, como Tite, Dunga e Felipão, e com seus colegas de imprensa, a repórter esbanja carisma e consegue depoimentos exclusivos com alguma facilidade.
Com sua voz fina e pausada, ela se tornou, sem querer, uma das atrações dessas entrevistas coletivas. A Assessoria de Imprensa da CBF, quando comandada por Rodrigo Paiva, detectou isso e por várias vezes explorou a presença de Kiyomi para contornar situações tensas. Toda vez que o clima esquentava entre repórter e treinador ou jogador, numa daquelas conferências, o microfone era logo entregue à Kiyomi. A pergunta da repórter, na sequência, por mais pertinente que fosse, descontraía o ambiente.
Como começou essa sua relação com o futebol brasileiro?
K – A presença de Zico no Japão deu início a tudo. Ele é o Deus do futebol no meu país. Por conta disso, eu fiz um projeto para acompanhar a Seleção brasileira por três meses, desde a fase de preparação até a final da Copa do Mundo de 1998. O Zico era o coordenador-técnico da equipe e isso bastava.
Você já era jornalista? Começou quando?
K (fica pensativa) – Fiz faculdade de literatura americana e inglesa e já tinha um curso técnico de jornalismo. Mas não vou dizer quando comecei. Senão você vai fazer as contas e descobrir a minha idade (ela ri).
Qual foi o passo seguinte, depois daquele Mundial da França, para você se mudar, em 2001, para o Brasil?
K – Primeiro, passei a estudar a língua portuguesa, com vídeos, leitura de pequenos textos. Depois, não foi tão difícil, porque a Copa de 2002 seria no Japão (em conjunto com a Coreia do Sul). E eu queria conhecer mais o Brasil, as pessoas daqui, a cultura, o jeito carinhoso e acolhedor do brasileiro. Achei que aqueles três meses tinham sido insuficiente para isso. Foi mais fácil vender o novo projeto.
O título do Brasil no Mundial de 2002 foi determinante para sua permanência no País?
K – Sem dúvida. Já falei isso para o 'Felipon' (Luiz Felipe Scolari, técnico da Seleção no pentacampeonato). Meu trabalho ganhou visibilidade. Desde 2001, eu moro no Rio e passei a ser brasileira também.
Em novembro, o Brasil vai fazer amistoso com o Japão. Para quem você vai torcer?
K – Para o Brasil, não tem dúvida. No futebol, primeiro é o Brasil. Em segundo lugar vem o Japão.
Qual a melhor entrevista que você fez envolvendo a Seleção brasileira?
K – Foi com Roberto Carlos, em 2006. Ele abriu o coração para mim e falou do lance em que acabou como vilão no jogo com a França, que eliminou o Brasil daquele Mundial. Fez um desabafo e a entrevista repercutiu no mundo todo.
Você sempre teve acesso fácil aos grandes craques do Brasil. Tem sido assim também com Neymar?
K – É um pouco mais difícil. Já fiz entrevistas exclusivas com ele. Mas, ultimamente, não tem sido possível. Ele é gente boa e entendo a situação. É muita imprensa em cima dele o tempo todo. Não fico chateada.
Qual a expectativa do desempenho no Brasil na Copa do Mundo da Rússia?
K – O Brasil vai ser campeão. Tite deu jeito no time, que tem jogado muito bem, tem um padrão e conta com jogadores de muito bom nível.
Você pretende continuar cobrindo a Seleção depois do Mundial da Rússia?
K – Não quero parar. Sou muito bem tratada e sei que Dunga, Tite, Mano Menezes e Felipon gostam muito de mim. É também assim com Neymar, Ronaldo, Ronaldinho, Romário, Kaká, Robinho, Zico. Mas não depende só de mim. Para a TV japonesa manter o interesse, é preciso que o Brasil faça bonito na Copa. Não pode repetir o 7 a 1, né?
Repórter comenta relacionamento com Tite, Dunga e Felipão, veja aqui:
http://terratv.terra.com.br/trs/video/8515694
In terra.com.br/esportes/futebol/copa-2018
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Kiyomi Nakamura, repórter que acompanha a Seleção Brasileira
Uma vitória da Seleção pode mudar a vida de muita gente, sabia? A repórter japonesa Kiyomi acompanha a Seleção desde 2002 e conta, emocionada, como a Família Felipão e o título daquele ano mudou sua vida para sempre.
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