Antigamente, as mulheres em Portugal cantavam: "já passei a roupa a ferro, já passei o meu vestido”. E, nesse longínquo tempo, acabou por ser uma canção muito em voga, até porque se metia o Manel como marido, ou seja, “já passei a roupa a ferro, já passei o meu vestido e o Manel é meu marido”. Manéis há muitos por esse mundo fora, sobretudo em Portugal, que se diz o país dos Manéis e das Marias.
Não sou Manel, mas já conheci algumas Marias. Mas estas Marias são de outras gerações, isto é, a geração que passou a usar o ferro elétrico, mais prático, embora mais dispendioso em termos de energia elétrica.
Nos meus tempos de militar em Angola, quando o rei mandava marchar e tínhamos que seguir o regime militar de barba feita e roupa a preceito, cheguei a utilizar um ferro igual a este que documentamos. Arranjava-se carvão do melhor e lá íamos levando a “roupa ao seu moinho”, melhor dizendo ao exército que a isso nos obrigava. E havia comandante que era excessivamente rigoroso em relação à indumentária dos militares e que sempre diziam “uma boa vestimenta é o espelho do nosso exército”. Mas eles tinham quem lhes passasse a roupa com ferro sofisticado e umas Marias empregadas de que dispunham. Pagavam razoavelmente, isto porque, na maioria dos casos, escolhiam Marias das sanzalas.
Mas, ao ver este ferro, veio à tona a recordação dos meus tempos de militar em Angola. Em Portugal, na minha santa terrinha, tinha a minha mãe que tratava também da minha roupa de militar, naquele tempo a farda cinza, mas já com ferro elétrico.
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