Um Carlos com Carmo



Por: Carlos Alberto Alves
jornalistaalves@bol.com.br
Facebook
https://www.facebook.com/carlosalberto.alvessilva.9
Quando cheguei ao Brasil e fui diretamente para Carmo (cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro), lembrei-me do Carlos do Carmo. Carmo “a cidade bela” (assim reza o seu hino), Carmo, o Carlos, a voz de ouro.
A 17 de Novembro, a Casa de Portugal lança o disco “Um Ar de Fado”, do saxofonista Paulo Pereira. O projeto, de tributo a Carlos do Carmo, foi gravado entre Portugal e Macau, integra alguns dos temas incontornáveis do fadista e conta com a colaboração de uma mão cheia de músicos.
Macau que conheci no tempo do último governador português, o meu amigo General Vasco Rocha Vieira que convidou alguns dos amigos jornalistas que o apoiaram no tempo em que foi Ministro da República para a Região dos Açores.
Um tributo a Carlos do Carmo. O filho da fadista Lucília do Carmo bem merece. Um fadista-cançonetista que muito tem dignificado Portugal. Possuidor de uma inteligência de se lhe tirar o chapéu, Carlos do Carmo também é uma legenda do Bairro Alto. E quando ele canta Bairro Alto dos meus amores, que sentimentalismo.
Bairro Alto onde está o jornal A Bola a que estive ligado durante 20 anos. Bairro Alto dos fadistas, das adegas e das muito procuradas casas do fado.
Das muitas deslocações a Lisboa, logo que chegava à capital era só deixar a mala no hotel, subir o Elevador da Glória e ir para aquele que era (penso que ainda é) conhecido pelo jornal da Travessa da Queimada. Pois bem. Numa dessas tarde-noite fui à Cocheira Alentejana onde estavam os meus colegas (todos já falecidos, Vítor Santos, Homero, Pinhão, Miranda, Carvalheira, Nuno Ferrari e outros) e, ao entrar, deparo-me com a figura do Carmo do Carmo sentado na mesma mesa. Fui apresentado pelo chefe Vítor com aquela frase de que era conhecido no jornal: “o homem dos Açores”. Carlos do Carmo, na verdade, granjeava muita simpatia entre os jornalistas do jornal da Travessa da Queimada.
Volvidos alguns anos, já eu estava no jornal Record, fui ao primeiro casamento do jornalista meu amigo (hoje escritor) Joel Neto. Fiquei no Hotel Roma na avenida com o mesmo. No sábado, à noite (o casamento marcado para o domingo), fui jantar num restaurante bem pertinho do hotel e deparo-me, logo à entrada, com o Carlos do Carmo mais a esposa. Fiquei pertinho, trocamos olhares e, a dado momento, o Carlos do Carmo fixou-se em mim, foi então que a ele me dirigi e falei-lhe daquele nosso encontro com as gentes de A Bola na Cocheira Alentejana. E me retirei com votos de um bom jantar. O Carlos foi o primeiro a sair e despediu-se com um até à próxima.
Carlos do Carmo Bairro Alto
Enviar um comentário

Comentários