Veronez celebra sete anos de “Não Sou Nenhum Roberto”

DO TEXTO:

    LUCAS BUZATTI

Foi na Gruta que o espetáculo “Não Sou Nenhum Roberto”, de Marcelo Veronez, ganhou novos contornos. “Antes, era um show de MPB. A banda tocava de terno. Na Gruta, ele virou um show de rock’n’roll. Foi ali que a gente entendeu que era esse o formato ideal”, conta o músico mineiro. Celebrando sete anos de apresentações ininterruptas do espetáculo, Veronez volta hoje à casa de shows que ressignificou sua proposta.

 “Acho a Gruta, hoje, o espaço mais interessante de Belo Horizonte para a música. É meu lugar preferido para trabalhar e para me divertir”, conta Marcelo Veronez, que guarda relação antiga com a casa. “A Gruta trabalha numa lógica mais punk, mais verdadeira. É um lugar pequeno, onde o artista fica próximo do público, onde palco e plateia se misturam. Um espaço muito livre, sem disfarces, onde todo mundo faz junto”, reflete.

 Veronez afirma que o show ganha novidades a cada ano – e, dessa vez, não será diferente. “Este ano vamos trabalhar com oito músicas que nunca tocamos. Estamos focando o repertório na época em que Roberto estava mais próximo de Erasmo Carlos”, revela o artista. “Erasmo é um artista mais da nossa onda. Roqueiro, independente, que nunca se escondeu por trás de grandes empresas e que produz um conteúdo incrível, desde os anos 70”, defende.

 Para o artista, outro mérito de Erasmo Carlos foi ter trazido debates importantes e à frente de seu tempo. “Naquela época, Erasmo já falava de maconha, de feminismo, de diversidade, mesmo quando muitos conceitos ainda não estavam definidos. Sempre foi um cara de vanguarda. Já o Roberto ia mais pelo óbvio. Rede Globo, especial de Natal, rosas, essas coisas”, brinca.

 Atualmente, Veronez é acompanhado por um competente power trio, formado por João Castro (guitarra), Rafael Madanêlo (baixo) e Isabella Figueira (bateria). “Pode parecer clichê, mas sem essa turma o espetáculo não seria possível. Apesar de ele levar meu nome, toda a construção é muito coletiva”, conta o artista, que comenta algumas canções novas do repertório.

 “Vamos fazer ‘Sou Uma Criança, Não Entendo Nada’, do Erasmo, uma música que estamos gostando muito. Tem ‘Vou Recomeçar’, dele e do Roberto, que foi gravada pela Gal. Vamos tocar, também, ‘Suspicious Mind’, do Elvis Presley, por causa dessa influência do Erasmo, que é super Elvis. O espetáculo também trabalha com obras de figuras correlatas, que influenciaram Roberto e Erasmo”, afirma.

 Marcelo Veronez define “Não Sou Nenhum Roberto” como um “show de rock, mas com brilho”. “É uma versão roqueira e purpurinada da obra de Roberto e Erasmo. Vamos brincando com essa história romântica, colocando mais pimenta, glitter e rock’n’roll”, conclui.

 Agenda

 O quê. Marcelo Veronez – “Não Sou Nenhum Roberto
Quando Hoje, às 23h
 Onde. Gruta (rua Pitangui, 3.613, Horto)
 Quanto. R$ 15 (até 0h) e R$ 20 (depois de 0h)

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