Guitarrista de Shakira conta como é trabalhar ao lado de Roberto Carlos

DO TEXTO:

Arranjador e guitarrista americano, Tim Mitchell circulava entre os convidados do coquetel que antecedeu o show de lançamento do CD 'Primera Fila', de Roberto Carlos, completamente à paisana, no Copacabana Palace, ontem (27) à noite. Os 120 convidados que foram conferir o novo trabalho do Rei nem podiam imaginar que era ele o cara responsável por, digamos assim, modernizar arranjos de clássicos da carreira de Roberto, como "Detalhes", "Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo" e "Jesus Cristo", que foram apresentados na festa.

 Mitchell, parceiro musical da cantora Shakira e duas vezes vencedor do Grammy, contou à coluna que não foi tão difícil assim convencer Roberto a reinventar suas canções, flertando com o reggae e o rock. "Roberto é um perfeccionista, sem dúvida, mas no melhor sentido. Ele me dirigiu e eu o dirigi nesse trabalho. O cara é de uma sabedoria impressionante. Sua voz está na mesma categoria da de Frank Sinatra e Tony Bennett. Eu já era um grande fã", contou o guitarrista e arranjador, que já chegou "vacinado" para o trabalho com o Rei. "Sei das manias dele. Não perguntei sobre usar marrom, mas achei melhor vestir azul, sabe? Ele tem razão, é um lance de energia", continuou Tim, que o descreveu como "sábio e um gentleman" no trato.

Tim Mitchell, vencedor de dois prêmios Grammy, comparou Roberto Carlos a Tony Bennet e Frank Sinatra: "Ele é um gentleman"

 Apesar dos excelentes adjetivos, Roberto mostrou um certo mau humor assim que subiu ao palco, três horas depois do horário que estava marcado no convite - justificado posteriormente. Já eram 22h, e, na plateia, as amigas Vanessa de Oliveira e Luiza Brunet estavam cansadas, assim como os outros convidados, de esperar, mas continuavam ansiosas. "Esperaria mais dez horas", comentou Brunet. Assim que avistou o Rei, a ex-modelo sacou o celular para fotografá-lo e filmá-lo.

 Visivelmente cansado após uma bateria de entrevistas para a imprensa gringa, motivo de seu longo atraso, Roberto não gostou do volume do retorno da banda, altíssimo para seus ouvidos. Mais de uma vez, ele abandonou a letra de "Eu Te Amo..." para pedir que baixassem o retorno e nada. Até que arrancou aquele aparelhinho dos ouvidos e seguiu. O Rei ainda cantaria uma quarta música, "And I Love Her", dos Beatles, mas desistiu.

Luiza Brunet, que é fã do Rei, esperou três horas para assisti-lo. "E esperaria mais dez", disse ela

 "Fiquei nervoso. É uma música que pede agudos suave, precisava de som perfeito. No palco, a gente fica mais sensível. Estava com um pouco de raiva, acho que não entenderam que estava alto demais", justificou Roberto, sobre sua visível irritação, num rápido bate-papo com os jornalistas brasileiros, após o pocket-show, numa das salas de convenções do Copacabana Palace. Por ali, os assuntos giraram em torno de sua vida afetiva.

 "Não estou namorando, nem paquerando ninguém", jurou o Rei. Então, alguém falou sobre Viviane, a morena com quem ele foi visto recentemente dando umas voltas em seu Lambourguini branco pelas ruas da Urca, Zona Sul do Rio, bairro onde mora. "Muitas meninas de 50 e senhoras de 20 vêm falar comigo. Me alegra muito, dou beijinho, mas é tudo na camaradagem", minimizou.

 Sobre seu especial de fim de ano na Globo, ele confirmou que vai receber Thiaguinho e Ludmilla, além de Erasmo Carlos e Wanderléa. "Gosto da Ludmilla, acho funk excitante. Ela tem letras interessantes", afirmou. Em seguida, a crise política do país também foi abordada. Roberto tentou se esquivar das perguntas quanto a um possível Impeachment, mas acabou respondendo. "Olha, não me meto em política, mas estou sofrendo tanto quanto todo mundo. É inadmissível o que está acontecendo. Algo precisa mudar, mas não sei se o Impeachment é a solução.

" Por falar em mudanças, Roberto confirmou que estava feliz com as transformações feitas nos arranjos de seus sucessos, por influência de Tim Mitchell. "Fiquei preocupado no início. Mas são arranjos que me emocionam mais até do que algumas gravações originais. Pensei em como ia cantar as músicas, mas gostei muito", entregou Roberto, que ainda recebeu, naquela noite, um presente da Sony Music, sua gravadora: um quadro grande e pesado pelas vendagens de 25 milhões de discos em países de língua hispânica.

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