Show de Roberto Carlos 'vira balada' em Nova Odessa

DO TEXTO:
Roberto Carlos

Érica Araium 


Roberto Carlos nem precisaria provar que é o “rei”, mas o fez, e de maneira impecável, ao longo de duas horas de show, diante da plateia saudosa que o aguardava no espaço Expoamérica, em Nova Odessa, neste final de semana.

Cerca de 4 mil fãs, entre senhoras empolgadas, casais apaixonados e até crianças assistiram à apresentação, que marcou o retorno do cantor à região de Campinas, depois de nove anos de breu.

Logo na abertura, depois de um pot-pourri de sucessos que incluiu as canções 'É Preciso Saber Viver' e 'Detalhes', embalado pela orquestra e coral, e vestido de azul como sempre, ele se declarou à multidão, que o recebeu de pé: “Que prazer rever vocês”. E cantou 'Emoções' e 'Eu te Amo', para delírio dos fãs, que levaram cartazes e camisetas. Em seguida, avisou que “o negócio” dele não era “falar, mas cantar”, e seguiu o set list programado, perpassando o repertório dos 50 anos de carreira.

 Bem à frente do palco, estava a aposentada Carmem Miranda, de 77 anos, (à dir.) paulistana e fã de carteirinha do rei desde 1964, quando ele ia espiar uns calhambeques na loja de um amigo na Rua da Consolação, em São Paulo. 

“Ganhei o show de presente de aniversário de minha filha, Priscila (à esq.) e, para mim, ele é o ícone do romantismo”, afirmou.

E não só do romantismo. Mas das homenagens (caso de 'Lady Laura', composta para a mãe), da fé ('Nossa Senhora'), do rock and roll e até da música eletrônica. “Ainda este ano vou lançar um EP com quatro ou cinco canções que fiz com Erasmo Carlos, com arranjos bem diferentes. Uma delas é essa aqui, cujo arranjo é do DJ Memê”, anunciou o rei antes de cantar 'Fera Ferida' e transformar o show em “balada”, como quem sabe que é mesmo “uma brasa, mora?”.

Outro dos pontos altos do show, aliás, foi a sequência de músicas da Jovem Guarda, que incluiu 'O Calhambeque'. Dali em diante, Roberto Carlos contou histórias, entre elas a do cachorro Axaxá, personagem de um livro de história infantil que o inspirou a compor 'O Portão', acompanhada em coro pela plateia, sobretudo no refrão “eu voltei”.

O rei deixou para os momentos finais da apresentação do hit 'Esse Cara Sou Eu', encomendado por Glória Perez para a trilha sonora da novela global 'Salve Jorge'. “Esse cara, na verdade, é todo homem que verdadeiramente ama”, declarou Roberto, sendo imediatamente ovacionado. 

Entre os fãs, porém, um, em especial chamava a atenção pela semelhança com o rei. “Se o público acha que tenho algo de parecido, só posso ficar feliz”, disse Ednardo Nunes, compositor e primo do cantor Belchior.

Quem estava acomodado nas cadeiras mais distantes do palco se ressentiu de não poder assistir ao show como gostaria, caso de Vilma Batista Lopes, que faz aniversário no mesmo dia que Roberto Carlos, aliás. “Roberto merecia mais. O acesso ao Expoamérica é muito ruim, a estrutura idem. Houve congestionamento desde o pedágio da Anhanguera e muitas filas. Mas, se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”, descontraiu ela.

Paciência


O show terminou com a canção 'Jesus Cristo' e a tradicional entrega de botões de rosa brancas e vermelhas, disputados por quem conseguiu se aproximar do palco. 

No retorno para casa, o público teve de ter paciência. Entre a saída do espaço de eventos e o acesso único à Rodovia Anhanguera, a espera chegava a cerca de 40 minutos.


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30/09/2013 

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