40.º Bate-papo entre Roberto Carlos e eu - A Guerra dos Meninos

DO TEXTO: Oi, Mindo! Desculpe a demora, mas depois de ter acabado meu bate-papo com o maestro Eduardo Lages aproveitei para ir fazer xixi.

Composição: Fotos de 2 turmas do Projeto Piracicaba.



A GUERRA DOS MENINOS

 
 
Por: Armindo Guimarães
https://www.portalsplishsplash.com/p/armindo-guimaraes.html
 

24 de Agosto de 2010, terça-feira, 19,49h no Brasil, 23,49h em Portugal.
O meu telemóvel toca.
(música E por isso estou aqui do CD “Inesquecível” do maestro Eduardo Lages).
E eu atendo.

ARMINDO – Estou!
ROBERTO CARLOS – Oi, Mindo! Desculpe a demora, mas depois de ter acabado meu bate-papo com o maestro Eduardo Lages aproveitei para ir fazer xixi.
ARMINDO – Tudo bem, pá! Não há problema. Eu também aproveitei para fazer o mesmo. Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Estamos agora no 40.º Bate-papo. Agora a gente fala mais um pouquinho, eu desligo e passamos para o 41.º. Depressa chegaremos ao 50.º pra editora aceitar publicar seu livro, rapaz!
ARMINDO – Ó Berto, não te preocupes com isso, pá! As coisas têm que decorrer com normalidade como sempre decorreram connosco e não é agora por causa do livro ou duma qualquer editora que a coisa vai mudar. Aliás, essa coisa do livro é questão que não me preocupa. A ideia era que estes nossos bate-papos ficassem registados para sempre em formato de livro, mas hoje em dia com a nova tecnologia é possível guardar qualquer documento com tanta ou mais segurança.
ROBERTO CARLOS – Bicho, cada coisa em seu lugar, né?!
ARMINDO – Tens razão, pá! Um livro é sempre um livro. Mas se não for imprimido em série pode muito bem ser em apenas um ou dois exemplares – um para ti e outro para mim. Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Essa é uma boa solução. Mas não esqueça do maestro Eduardo Lages, viu?! O cara ficava danado demais se você não se lembrasse dele, mora!
ARMINDO – ehehheheheh
ROBERTO CARLOS – A propósito do Edu, cê sabe qual foi o assunto do nosso bate-papo?
ARMINDO – Ó pá, para variar, foi sobre o samba-enredo composto por ele, pelo Erasmo e pelo Paulo Sérgio Valle. eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Aí é que você se engana, bicho! Desta vez Edu me telefonou preocupado com a tragédia que aconteceu com os mineiros do Chile. Ele tem estado muito impressionado com o que está acontecendo com os mineiros isolados a 700 metros de profundidade. Edu pretende fazer alguma coisa na tentativa de amenizar um pouco o sofrimento das famílias, mas ainda não sabe como. Enquanto isso, ele me pediu pra eu reservar alguns instantes de meu dia para orar pelos mineiros e suas famílias.
ARMINDO – De acordo com as últimas notícias, os trabalhos de perfuração para resgatar os 33 mineiros presos começarão na próxima segunda-feira e durarão três a quatro meses. O que o Edu e todos nós pretendemos é que todos juntos formemos uma corrente no sentido de que tudo decorra com o maior sucesso.
ROBERTO CARLOS – É isso, bicho! Vamos orar todos por isso, né?!
ARMINDO – Ó Berto, disseste ao Edu que eu lhe mandava aquele abraço?
ROBERTO CARLOS – Mas é claro que sim. Ele me disse que breve irá telefonar pra você, viu?! Mindo, agora continue o que me estava contando sobre Piracicaba. Me recordo que no bate-papo anterior você me estava dizendo que o Projeto Roberto Carlos – O Mensageiro da Paz, uma iniciativa da autoria da prof. Rosemeire Barbosa que envolveu os alunos da Escola Municipal Professora Olívia Caprânico, de Piracicaba-SP, bem assim como a comunidade local e que teve inicio com um tributo…
ARMINDO – Exactamente, pá! Vejo que tens memória de elefante! Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Cê sabe que eu nunca brinco em serviço, né?! Eheheheheh
ARMINDO - O Tributo a Roberto Carlos constou de uma série de actividades realizadas pelos alunos com a ajuda da prof. Rosememeire que mandou gravar tudo em cinco vídeos que foram enviados para ti e que constaram da exposição “Roberto Carlos – 50 anos de carreira” levada a efeito na Oca, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, e que podem ser visualizados no Splish Splash Blog, através do link http://splishsplashblog.blogspot.com/2010/03/tributo-roberto-carlos-alunos-de.html
ROBERTO CARLOS – Eu cheguei a ver esses vídeos lá na exposição, sabia?
ARMINDO – Não sabia, mas sei que lá em Piracicaba todo mundo vai gostar de saber isso. Bom, mas continuando, aconteceu que tendo chegado aos ouvidos da prof. Rosememire que tu em tempos idos terias tido casa de férias no Bairro Artemis, em Piracicaba, é claro que ficou espantada pela novidade, porém, pensando se seriam ou não apenas boatos. Vai daí e metendo pés ao caminho, conseguiu chegar à fala com o actual dono do rancho, o senhor Salvador Cortese, filho de João Cortese que era, na altura, o proprietário e, ao que consta, teu amigo também.
ROBERTO CARLOS – Bicho, na verdade, nos anos 70 eu vivi cerca de seis anos nesse rancho com minha família. Como o tempo passa, mora!
ARMINDO – Rosemeire visitou o rancho acompanhada do senhor João Cortese que, numa de cicerone, mostrou as dependências da casa, algumas fotos da época e também os cantos do rancho que eram da tua predilecção. Rosemeire consegui ainda chegar à fala com os antigos caseiros do rancho, o senhor Paulo Nardo e Dona Catarina Nardo, que com muita saudade falarem desses tempos, tendo…
ROBERTO CARLOS – Rapaz, me lembro com saudade das pescarias que fazia com seu Paulo num riacho que por lá passa no rancho.
ARMINDO – Rosemeire consegui ainda o depoimento de Cecília Surian, viúva de Beto Surian que tu apadrinhaste de forma que ele conseguiu gravar o seu primeiro compacto em 1974 “Estrada Branca e Doação”, tendo participado em vinte e dois festivais da MPB.
ROBERTO CARLOS – E tem mais, bicho! Por essa altura, o Beto compôs “Silêncio” que eu gravei.
ARMINDO – Ó pá, confesso que essa eu nunca ouvi, carago!
ROBERTO CARLOS – Muito linda, cara!
ARMINDO – Ó Roberto, até te dava um doce se tu me cantasses agora um pouquinho de “Silêncio”, pá!
ROBERTO CARLOS – Bicho, essa do doce já ninguém acredita, mora! Todo mundo sabe que você promete doce que nunca dá. Eheheheheh
ARMINDO – Anda lá, pá! Canta aí, carago!
ROBERTO CARLOS – Achar você depressa é o que me importa, um grande amor não pode se apagar assim, preciso de você abrindo a porta, dizendo que acredita ainda em mim. Trazer você quem sabe é o meu destino, razão para seguir por essa estrada, te achar e ser feliz como um menino, chorar no seu abraço na chegada…
ARMINDO – Grande Roberto, carago!!! O delírio robertocarlistico!!!
ROBERTO CARLOS – eheheheheh Mindo, continue o que estava falando sobre Piracicaba.
ARMINDO – A prof. Rosemeire apurou ainda que Beto Surian promoveu um evento filantrópico designado “Noite de Vigília,” durante cinco anos consecutivos e foi o coordenador da campanha idealizada por ti e por Nice, denominada “Campanha do Agasalho - Eu quero que você me aqueça neste inverno”, as duas primeiras em Piracicaba, nos anos 70, conseguindo arrecadar várias toneladas de alimentos, remédios e agasalhos, doadas para as entidades sociais.
ROBERTO CARLOS – Rapaz, me lembro bem desse evento.
ARMINDO – Depois desse seu trabalho de pesquisa em Artemis, Rosemeire e seus alunos, na sequência do “Projeto Roberto Carlos – O Mensageiro da Paz”, criaram um vídeo intitulado “Verde e amarelo”, com o objectivo de resgatar o civismo e respeito à Pátria. Este foi o último trabalho recentemente realizado mas outros já estão na forja.
ROBERTO CARLOS – Puxa vida! Minha emoção é tanta diante de um grande, grande amor por parte da prof. Rosemeire e dos meninos que eu gostaria de conhecer, viu?!
ARMINDO - Acontece que há dias recebi da professora Rosemeire uma mensagem que me comoveu bastante, pois nela fiquei a saber que muitos dos pais dos meninos não puderam nem podem ver o trabalho colectivo dos seus filhos em homenagem a Roberto Carlos, tudo porque não têm Internet e a escola também não tem condições para poder convidar os pais para lá se deslocarem pois a Internet que possuem na secretaria é muito lenta e o espaço minúsculo.
ROBERTO CARLOS – Puxa, vida!
ARMINDO - Senti uma pena tremenda da professora, desses pais e dos meninos que tu nem imaginas, pá! Acho que o trabalho colectivo que foi feito no âmbito dos teus 50 anos de carreira merecia que tivesse melhor eco junto da professora e em especial dos meninos que de corpo e alma meteram mãos à obra com um resultado final digno de nota.
ROBERTO CARLOS - ?!?!?!
ARMINDO – Ó pá, até me lembrei da possibilidade de os meninos puderem visitar gratuitamente a exposição na Oca sobre os teus 50 anos de carreira. Tenho a certeza que se tal acontecesse seria para os meninos uma alegria que jamais iriam esquecer. Seria ouro sobre azul, mas é claro que tal é impossível dado que a exposição já encerrou.
ROBERTO CARLOS - ?!?!?!
ARMINDO – Ó Roberto, não dizes nada, pá! De repente ficaste mudo…
ROBERTO CARLOS – Bicho, você falando tudo isso me deixou sem jeito, mora!
ARMINDO – Ó pá, se calhar era melhor eu não te ter dito nada.
ROBERTO CARLOS – Que nada, bicho! Cê contou e fez muito bem, cara! Eu tenho até que agradecer a você. Muito legal essa sua ideia da visita à exposição da Oca, mas agora que ela já encerrou vamos ter que achar uma saída.
ARMINDO – Ó Berto, ouvi dizer que vais fazer um show só para mulheres, segundo uma ideia da tua amiga e fã Hebe Camargo.
ROBERTO CARLOS – É isso, cara! O show se realiza no dia 21 de Novembro, no Anhembi, de São Paulo e a renda do show será revertida para uma entidade voltada para a prevenção de doenças como o câncer de mama. E então?
ARMINDO – Então, se a Hebe te deu a ideia do show só para mulheres, eu dava-te a ideia de um show só para crianças, género Um Milhão de Amigos ou A Guerra dos Meninos, sendo que a receita do show reverteria para uma ou mais instituições de apoio à criança.
ROBERTO CARLOS – Bicho, você tá dando uma ideia bem bacana, mora!
ARMINDO – Mesmo assim, acho que o melhor era falares com o homem das ideias. Quem sabe ele não terá uma melhor.
ROBERTO CARLOS – Quem é esse homem das ideias, bicho?
ARMINDO – O maestro Eduardo Lages, pá! Ao que constato, ele não é só bom em música. Também tem ideias porreiras.
ROBERTO CARLOS – Bicho, vou falar com Edu sobre o assunto e na certa algo se irá fazer, mora! Agora vamos terminar nosso bate-papo, viu?! Aquele abraço pra você e pra toda a malta, digo, pra toda a galera lá do Splish Splash e, é claro, pra prof. Rosemeire e meninos.
ARMINDO – E pra ti um abraço do tamanho do mundo, pá! Até ao próximo bate-papo. E que da próxima vez que sejam mais quatro! Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – eheheheheh
ARMINDO – Ó Roberto, estás com pressa, pá?
ROBERTO CARLOS – Não muita. Mas por que você pergunta?
ARMINDO – Ó pá, está-me a apetecer cantar “A guerra dos meninos”.
ROBERTO CARLOS – Tudo bem, bicho! Eu vou desligar e você assim já pode cantar à vontade.
ARMINDO – Ó Roberto, deixa-te de coisas, pá! Sabes bem que eu quero é cantar contigo, carago!
ROBERTO CARLOS – Puxa vida! Você se lembra sempre de cada coisa, mora!

ROBERTO CARLOS / ARMINDO

Hoje eu tive um sonho que foi o mais bonito
Que eu sonhei em toda a minha vida
Sonhei que todo mundo vivia preocupado
Tentando encontrar uma saída
Quando em minha porta alguém tocou
Sem que ela se abrisse ele entrou
E era algo tão divino, luz em forma de menino
Que uma canção me ensinou

La…la..la… (coro – Roberto e Mindo)

Tinha na inocência a sabedoria
Da simplicidade e me dizia
Que tudo é mais forte quando todos cantam
A mesma canção e que eu devia
Ensinar a todos por ali
E quantos mais houvessem para ouvir
E a fé em cada coração, na força daquela canção
Seria ouvida lá no céu por Deus

La…la…la.. (coro – Roberto e Mindo)

E saí cantando meu pequeno hino
Quando vi que alguém também cantava
Vi minha esperança na voz de um menino
Que sorrindo me acompanhava
Outros que brincavam mais além
Deixavam de brincar pra vir também
E cada vez crescia mais aquele batalhão de paz
Onde já marchavam mais de cem

La…la…la… (coro – Roberto e Mindo)

De todos os lugares vinham aos milhares
E em pouco tempo eram milhões
Invadindo ruas, campos e cidades
Espalhando amor aos corações
Em resposta o céu se iluminou
Uma luz imensa apareceu
Tocaram fortes os sinos, os sons eram divinos
A paz tão esperada aconteceu
Inimigos se abraçaram e juntos festejaram
O bem maior, a paz, o amor e Deus

La…la…la… (Roberto e Mindo)

ROBERTO CARLOS – Mindo, foi porreiro, digo, foi legal, bicho! Quando passar nosso bate-papo pro computador não esqueça da frase dizendo que tudo não passa de ficção, viu?! Gudvai que eu gudfico! Vai, vai!
ARMINDO – Xau pá! Abração. És um gajo do carago, pá! Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – eheheheheh
ARMINDO - eheheheheh


AVISO:

O texto que acabaram de ler é fictício.
Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

A ficção revela verdades que a realidade omite
Jassemin West


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