Com remixes de alguns clássicos, Roberto Carlos cantou mais de 20
músicas no Mineirinho
Elemara Duarte - Hoje em Dia O rei arrisca pegar uma onda na música eletrônica, mas o que os seus súditos
parecem querer mesmo é a tradição daquilo que ele faz melhor: o romantismo.
Roberto Carlos subiu atrasado ao palco do Mineirinho com quase meia hora de
atraso na noite deste sábado (25). Desfiou seu repertório conhecido e
idolatrado, mas causou um certo estranhamento no público de 18 mil pessoas ao
apresentar “Fera Ferida”, em arranjo mixado pelo DJ Memê, o que fez o ginásio
virar cenário de balada – por pouco tempo, felizmente.
A inovação, depois de interpretar a sedutora “Mulher
Pequena”, veio com explicação.
“Neste ano, vou lançar um disco de remixes. As
músicas virão com uma roupagem diferente, como nunca imaginei cantar. Todas
minhas com o Erasmo (Carlos)”, anunciou o cantor capixaba. Com o primeiro
batidão do remix, o público gritou, mas parou no quarto ou quinto verso da
canção. “Show do Roberto Carlos é para ouvir juntinho”, observou um
fã.
Ele veio trajando sua cor preferida, calça,
casaco e uma camisa com um toque de ousadia na gola mostrando um pedaço do peito
real. Tradicionalmente, abriu o espetáculo que teve ingressos esgotados com
“Emoções”.
Outro toque de inovação do repertório veio com “Esse Cara Sou Eu” e
“Furdúncio”, esta última em funk, mas “melody”, mais no jeitão de Roberto Carlos
firmado em 52 anos de carreira. Ambas canções estão nas paradas de sucesso por todo país
há quase um ano.
Ainda na abertura, interpretou “Eu Te Amo”, driblando a microfonia dos
equipamentos, e “Além do Horizonte”. Na mais tradicional e amada de todas do seu
repertório, “Detalhes”, ele tocou violão.
O de sempre, por favor!
A crítica que ecoa pela
cabeça de alguns é: O show do Roberto Carlos é sempre igual, com as mesmas
músicas. Isso não cansa? Numa corridinha básica pelos setores do ginásio é
possível entender que o Rei parece manter a tradição no palco é porque o povo
gosta. “Ele é romântico. Isso não cansa nunca!”, resume Betsy Mello Pinheiro, de
71 anos, moradora de BH.
“Um clássico é um clássico”, resumiu a designer de moda Mariel Dodd, de
apenas 23 anos. A jovem veio com os pais e não se importa com o repertório
invariável. “Ele é o Rei. Ele pode”, autoriza.
Ana Carolina da Silva, 63 anos, em seu 25º show de Roberto Carlos no
currículo, também não reprova o que é quase sempre igual, mas que segundo ela, é
bom. "Venho de Santa Luzia todo ano. Sempre estou na primeira fila", ressalta,
esbanjando o look azul. (Adivinhe em homenagem a quem?)
Quem também “pegou estrada” para ver o show foi a moradora da cidade de
Luz, no Centro-Oeste mineiro, Maria Augusta Ventura, de 63 anos. “Eu sou
aventureira”, diz, fazendo trocadilho com o sobrenome. “Espero chorar muito
vendo esse homem de perto”, completou ela, que ainda trouxe filhos e
nora.
Mas quem sabe se ele fizesse shows temáticos? Roqueiro, erótico, religioso,
ecológico... Repertório para isso Roberto Carlos tem. “Essa ideia não me agrada
muito”, opina a bancária aposentada Léa de Simone, de 63 anos.
Aos 90 anos, Ana Pinto de Oliveira Rocha, diz que o Rei, mesmo repetitivo,
merece o sacrifício dela para subir escadas e chegar até o Mineirinho. “Mas é
tão bonito, né? É meu terceiro show. O primeiro foi em Marataízes (ES) e ele
ainda usava jaqueta de couro”, lembra.
Mas roupa escura, hoje, é coisa que o cantor deixou enterrada no passado
rocker. As amigas Maria Antônia Mota Batista e Geralda Rodrigues sabem disso.
Mesmo vindo com roupas escuras, elas não esqueceram o gosto de Roberto:
colocaram fitas azuis no pescoço. “É para não deixar ele chateado”, diz Maria
Antônia. E sobre o repertório, o voto a favor se confirma: “É o romantismo que
manda”.
Agarrada a uma das disputadas rosas jogadas pelo cantor para o público, no
fim da apresentação, a empresária Socorrinha Almeida já perdeu a conta de
quantos shows de Roberto Carlos assistiu. “Aqui em Minas vou em todos. Já fui no
show do navio também”. Não cansa? “Funk para o Roberto não dá. Prefiro o Roberto
romântico”.
"A gente sempre faz o que elas querem", emenda Roberto, no palco. "Porque é
assim que está certo", completa, ensinando que no gosto musical ou no amor, a
mulherada é quem tem sempre razão.
O rei arrisca pegar uma onda na música eletrônica, mas o que os seus súditos parecem querer mesmo é a tradição daquilo que ele faz melhor: o romantismo. Roberto Carlos subiu atrasado ao palco do Mineirinho com quase meia hora de atraso na noite deste sábado (25). Desfiou seu repertório conhecido e idolatrado, mas causou um certo estranhamento no público de 18 mil pessoas ao apresentar “Fera Ferida”, em arranjo mixado pelo DJ Memê, o que fez o ginásio virar cenário de balada – por pouco tempo, felizmente.
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