Matriarca da família Veloso era "um exemplo do Brasil batalhador". Morreu aos 105 anos, neste dia de Natal.
As canções em que ela aparece na voz de um dos seus filhos, Caetano Veloso e Maria Bethânia, vão ficar para sempre na história da música popular brasileira. Muito provavelmente Dona Canô, que morreu esta terça-feira aos 105 anos, sabia disso.
Estava em sua casa, em Santo Amaro da Purificação, na Baía, depois de ter recebido alta hospitalar na sexta-feira. Estivera internada devido a uma isquemia transitória, com sintomas semelhantes ao de um Acidente Vascular Cerebral, explica hoje o diário Folha de S. Paulo.
Foi nesta mesma casa, a 70 quilómetros de Salvador, que no dia do seu último aniversário (16 de Setembro) disse ao jornal brasileiro não ter medo da morte: “Acredito em Deus e sempre vivi com a minha família, com pessoas do meu lado, com a casa cheia. Acho que esse é o segredo [da longevidade].”
O número 179 da Avenida Viana Bandeira, a casa de Claudionor Vianna Telles Velloso, o nome de casada de Dona Canô, é ponto de paragem obrigatória na rota turística da cidade baiana, explica a imprensa brasileira, que a refere como figura de grande influência junto de empresários e políticos do Estado, e até de Lula da Silva, o ex-Presidente.
Mas a matriarca da família Velloso, que casou com José Teles Velloso em 1930, relativizou sempre essa importância: “Se hoje me reconhecem é por causa dos meus filhos”, disse ao jornal Folha de São Paulo, em 2000. Caetano e Bethânia são dois dos oito filhos.
A família, que passou com ela as últimas horas, ainda não revelou detalhes sobre as cerimónias fúnebres, que deverão levar centenas de pessoas a Santo Amaro da Purificação, já que Dona Canô se tornou, como escrevia esta terça-feira O Globo, “um exemplo do Brasil batalhador”.
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