Vou cavalgar por toda a noite, por uma estrada colorida...

DO TEXTO:

Por: Danilo Bezerra

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Com uma voz mansa, pausada e gostosa de ouvir, nosso Rei Roberto Carlos já cantou o amor, a natureza, o progresso, a amizade, a saudade, a velocidade... Muitas são as canções em que nosso Rei demonstra seus sentimentos e pensamentos, mas não há que não perceba que ele trata de um tema em muitas de suas canções há anos: a sensualidade. Com os versos "eu te proponho/ nos amarmos/ nos entregarmos/ nesse momento/ tudo lá fora deixar ficar..." da canção "Proposta" (1973), nosso Rei dava início à sua linha de canções que abordava a relação afetiva mais intensa entre pessoas que se amam, em outras palavras, o alto sublime do amor.

"O primeiro passo é sempre mais difícil, naquele tempo falar dessas coisas era complicado", talvez pensando no que a opinião pública da época diria, nosso Rei esperou mais de um ano para trazer mais uma vez a sua sensualidade à tona, isso se deu na música "Seu corpo" (1975), "no seu corpo/ minhas mãos se deslizam/ e se firmam em uma curva mais bonita..." e para sua alegria nenhuma crítica foi feita, "pelo contrario, até aplaudiram!", comentou o Rei. Então, após esse primeiro passo a sensualidade se fez presente em seus álbuns, sempre em forma de canções que marcaram a vida de seus fãs.

E muitas foram as cenas descritas pelo nosso Rei, o que dizer de coisas do tipo "os botões da blusa / que você usava/e meio confusa, desabotoava/ iam pouco a pouco/ me deixando ver/no meio de tudo um pouco de você... Travesseiro soltos/ roupas pelo chão..." (Os botões) de "uma noite quente sugere desfrutar/ do meu terraço, a vista pro mar " (Ilegal, Imoral ou Engorda)  ou da ingênua "além do horizonte deve ter/ algum lugar bonito/ pra viver em paz (...), onde a gente pode/ se deitar no campo/ se amar na relva/ escutando o canto dos pássaros" (Além do Horizonte). Sempre de maneira poética e nunca vulgar, o sexo era trazido com uma beleza sem precedentes.

Mas sem dúvida Cavalgada trás essa temática do primeiro ao ultimo verso, essa canção que é da segunda metade dos anos 70, ganhou uma releitura instrumental ficou ainda mais bela nos anos 80. "Vou cavalgar por toda a noite/ por uma estrada colorida/ usar meus beijos como açoite/ e minha mão mais atrevida/ vou me agarrar aos seus cabelos para não cai aos seus cabelos para não cair do seu galope.." com essa poesia RC começa a descrever cenas de mais puro e intenso amor, se sentido "como um gigante ou nada mais que um menino" ele chega ao ápice com "estrelas mudam de lugar/ chegam mais perto só pra ver/ e ainda brilham na manhã/ depois do nosso adormecer/ e na grandeza desse instante o amor /cavalgar sem saber /e na beleza dessa hora /o sol espera pra nascer", nessa canção ele conseguiu descrever tudo o que ele vinha dizendo há anos.

No ano seguinte, nosso Rei lançava Café da Manhã e com essa canção ganhava ainda mais a classe média dos anos 70 e se consolidava como o cantor das multidões. "Sem me importar/ com o tempo correndo lá fora/ amanhã nosso amor não tem hora/ vou ficar por aqui" e descrevendo que o amor fazia com que passasse horas com a amada, Roberto Carlos daria delírios aos seus súditos pois "além do mais/ temos tantas razões pra ficar". Essa foi a música mais aplaudida por 30 mil pessoas em sua exibição em show no Anhembi/SP em junho de 1979.

Os anos 80 ainda guardaria pérolas da sensualidade real. A relação entre Roberto Carlos e a sensualidade de suas canções será descrita em dois textos, iremos revivendo essas emoções durante nossos encontros aqui no Portal Splish Splash. "Eu te proponho...", preparados? Até à próxima. 

Cavalgada - Roberto Carlos

Roberto Carlos Especial 1979

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