Porque Hoje é Domingo

DO TEXTO:


Por: Carlos Alberto Alves
jornalistaalves@bol.com.br

Se o Roberto Carlos conta histórias suas nos shows e/ou nas coletivas (são todas interessantes, há que dizê-lo sem pontinha de demagogia), também gosto de passar muitas das minhas (que as tenho, inegavelmente) para o pio leitor, quer neste Portal Splish Splash quer em outros OCS para os quais escrevo, nomeadamente o jornal A União (www.auniao.com), matutino ligado à igreja católica e que se publica na ilha Terceira.

Hoje, lembrei-me de repetir a historiazinha (...) relacionada com uma linda mulher que de mim recebeu o epíteto de BOMBA-H, no tempo em que pouco se falava em terrorismo. E é uma história que teve a ver (associação de ideias) com uma sósia que passava na rua. Daí o teor que se segue:

Esta coisa de sósias tem muito que se lhe diga. Muita gente me achava parecido com o ator Mauro Mendonça. Inclusive, no aeroporto Galeão, quando esperava pela minha filha – reporta a sete de Novembro de 2004 -, fui rodeado por um grupo de jovens estudantes que me confundiram com o dito cujo Mauro Mendonça, para lhes conceder autógrafos. Agora, ninguém me procura mais para o efeito, isto porque rapei o bigode e mudei o visual, cortando o cabelo como se fosse um militar, curtinho, curtinho. Não vou culpar o Mauro Mendonça por esta transformação. No fim de contas, somos duas figuras simpáticas, publicamente reconhecidas. Esta é que é a verdadeira questão.

Sósias e mais sósias, o que mais se conhece por esse mundo fora. No sábado, quando passeava, confrontei-me com uma figura de senhora que me fez recordar alguém ligada à minha infância. Puxei pela memória (ai que bela memória, Deus ma conserve) e lá cheguei nessa associação de fisionomias altamente parecidas. Claro que essa minha amiga hoje está algures nos Estados Unidos. Viva, morta, não sei. O que sei isso sim é que está ainda bem presente na minha memória.

Ora, Orlanda Machado, na altura era loira, olhos verdes e corpo esbelto. Na minha cidade, onde fui nado e criado, quando passava pelas principais artérias – ela fazia questão em dar nas vistas -, quase que fazia parar o trânsito e punha “muita gente em sentido”. Uma mulheraça de se-lhe-tirar-o- chapéu. Como sempre fui criativo e fértil em ideias, um dia batizei a Orlanda por “BOMBA H”. Só tive pena que ela nunca tivesse explodido comigo, amorosamente falando. Tentativas, fiz algumas, mas sempre faltou o feedback. Mais: reza a estória que, numa bela tarde, quando Orlanda passava pela principal rua da cidade de Angra do Heroísmo, o comandante do Batalhão Independente de Infantaria 17 – claro que não me lembro quem era – mandou o seu motorista parar o carro (de serviço) para apreciar a passagem da Orlanda Machado, um autêntico modelo de mulher. Na circunstância, as más-línguas consideraram esse gesto do militar um escândalo. E mais: ela veio, a saber, que lhe coloquei a alcunha de “BOMBA H”. Quando passava por mim, sobretudo quando eu estava parado na esquina da Caixa Geral dos Depósitos , sorria, digamos mesmo, com um ar provocador – só nunca me "xingou" pelo fato de lhe chamar “BOMBA H”.

Soube, mais tarde, que Orlanda Machado, filha de Leonel Machado Soares, cabeleireiro que era juiz de futebol, tinha emigrado para os Estados Unidos, para que Estado não sei, mas muito provavelmente para Massachusetts, por onde passei várias vezes. Numa das últimas viagens, fui ao Canal 20 da Televisão Portuguesa, entrevistado pelo meu querido amigo Afonso Costa. Uma entrevista que durou cerca de 30 minutos – foi muita coisa em termos de tempo – e, no final, o Afonso colocou-me o espaço para eu declarar algo que tivesse em mente. Claro que mandei um abraço para todos os meus amigos e conhecidos, aqueles que não encontrei nesta viagem, e também aproveitei a oportunidade para lançar esta dica: sabem onde pára a “BOMBA H”? O Afonso ficou assim meio perplexo com a frase ”BOMBA H”. Pensou mesmo que eu estava procurando alguma bomba, talvez de fabrico artesanal. No fim do programa, entre grandes gargalhadas, expliquei o que significava “BOMBA H”.

Posteriormente, alguns amigos me ligaram para saberem se eu tinha, efetivamente, encontrado a desejada “BOMBA H”. Bem gostaria que isso tivesse acontecido. Será que a “BOMBA H” me reconheceu na televisão? Será que ela me viu? No caso afirmativo, será que ela pensou no seguinte: “foi este sacana que me apelidou de BOMBA-H. Mas também nunca teve a sorte de me passar a mão no traseiro”. Agora sou eu próprio a interrogar leitores e amigos: seria eu capaz de fazer uma coisa dessas? Já estou a ler o pensamento de muitos: santinho! Isso não sou, mas nasci a 13 de Outubro e Nossa Senhora de Fátima é minha madrinha do batismo.

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