"Um Show em Jerusalém - O Rei na Terra Santa"

DO TEXTO:
Léa Penteado


Assessora de imprensa e diretora de comunicação, Léa Penteado vai lançar, pela nossa Editora Globo, o livro Um show em Jerusalém — O Rei na Terra Santa, amanhã, na Livraria Saraiva do Shopping Eldorado, em São Paulo, e no dia 12 de dezembro na Saraiva do Shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro.

Na publicação, detalhes do show histórico de Roberto Carlos em Jerusalém, desde a concepção até os menores detalhes de sua produção. Léa trabalha há 25 anos com o empresário do cantor, Dody Sirena, e foi uma das primeiras interlocutoras quando o cantor teve a ideia de apresentar-se em Israel, logo depois de uma viagem que fez a Jerusalém. Do sim do Rei à participação da TV Globo, passando por todas as dificuldades de se produzir um evento deste porte para milhares de pessoas num país tão distante, com hábitos tão diferentes, ela conta tudo no livro.

Quanto tempo demorou para fazer o livro?

Na verdade é um instant book — o livro mais rápido do mundo. Levei um ano para fazer e trabalhei como se fosse um diário. As coisas foram acontecendo e eu fui guardando porque sabia que daria uma boa história. Comecei a escrever durante o show Roberto só para mulheres, dia 21 de novembro do ano passado, no Anhembi, em São Paulo. Sou uma jornalista preocupada com conteúdo de memória. O livro nada mais é do que um documentário, uma grande reportagem.


Como foi a convivência com o Rei?

O texto é de observação de tudo à distância. Eu conheço Roberto há mais de 40 anos, mas sei que não posso invadir a privacidade dele e nem foi essa a intenção. Eu assisti a todas as gravações, mas prefiro ficar de longe e relatar com minhas palavras sobre as sensações, o olhar dele atento aos lugares. Tenho muito mais para escrever sobre isso do que se tivesse uma frase dele.


Quais as dificuldades na produção do espetáculo?

Passei 15 dias lá, mas antes estudei a cultura, que é muito diferente da nossa. São costuras diplomáticas muito delicadas. Procurei me informar sobre o Torá, o Alcorão… Não é fácil trabalhar com pessoas que falam outra língua, têm outra moeda, outra cultura, e o país pode entrar em guerra a qualquer momento. Quando explodiu um ônibus em abril, ficamos tensos, porque muita gente parou de comprar o pacote para o show, mas o Dody jamais desacreditou e dizia que a cidade era mais segura que o Rio de Janeiro. E tem uma coisa interessante: quando morei em Portugal (por conta da produção do Rock in Rio Lisboa), entendi exatamente de onde nós brasileiros viemos, pelos costumes e cultura; já quando cheguei a Jerusalém, percebi nitidamente que ali nasceu a humanidade. É uma energia tão intensa e forte. O mundo começou ali.


Algumas passagens curiosas?
Conto, por exemplo, que o prefeito da cidade, Nir Barkat, queria subir ao palco e fazer um discurso. Um dia antes do show, sentimos a pressão da prefeitura, mas nós pagamos pelo espaço, ele não foi cedido, e não fazia sentido algum ele discursar. Por medo de retaliação, resolvemos gravar um vídeo de boas vindas com no máximo um minuto de duração e ficou tudo certo, tanto que Barkat ficou apaixonado pelo show e concedeu o título de embaixador de Jerusalém no Brasil a Roberto. Outro momento foi quando Maria Elisa Berenguer, embaixadora do Brasil em Israel, achava que Roberto não deveria cantar em hebraico porque poderia incomodar os árabes. Por outro lado, Ligia Maria Sherer, embaixadora da Palestina, queria que ele cantasse em árabe. Criou-se um pequeno impasse e o Dody resolveu as implicações diplomáticas. Embora o Rei tenha pensado em cantar em árabe, a músic
a foi tirada do repertório e ele só cantou em hebraico a valsa Jerusalém de ouro.




Editora Globo
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