Wanderléa canta: "Sentado à beira do caminho"

DO TEXTO:
Wanderléia

Cantora interpreta a música de Roberto Carlos e Erasmo Carlos em versão exclusiva para esse clipe, dirigido por Walter Campos, da então TV Manchete, no início dos anos 80. A canção é uma das preferidas pela artista do acervo criativo da dupla de amigos. Porém, só a gravou em outubro de 2002 no Estúdio Vibe, em SP, quando se preparava para lançar o disco independente O amor sobreviverá em benefício ao Pequeno Cotolengo (www.pequenocotolengo.org.br), que atende crianças e adultos com necessidades especiais. O único registro anterior da cantora para a música foi no show Phono 73 em que interpreta trecho ao lado de Erasmo Carlos.

"Após receber uma homenagem como madrinha do Pequeno Cotolengo em Curitiba, resolvi gravar este disco para contribuir com eles com o que posso e o que Deus me deu, que é o meu canto", informa a cantora no encarte do CD, posteriormente lançado pela BMG.

Até chegar a lista oficial do repertório de Wanderléa, a história desse clássico da Jovem Guarda nos remete aos ares de 1968, período em que o governo militar preparava-se para dar em 13 de dezembro, uma sexta-feira, o mais duro golpe contra a sociedade: o Ato Institucional Número Cinco, ou o amaldiçoado AI-5, instrumento de poder que deu ao regime poderes absolutos e cuja primeira conseqüência foi o fechamento do Congresso Nacional por quase um ano.

Na trilha desse ambiente, que inclui a visita ao Brasil da rainha Elisabeth II nesse ano, está a música norte-americana Honey, de Bobby Goldsboro, muito executada nas emissoras de rádio, e que despertou a atenção de Roberto e Erasmo Carlos. No encarte da coletânea Esquinas do Tempo 1960-2000, da Som Livre, Erasmo revela que "Sentado à beira do caminho" foi criada por influência da harmonia dessa música que, segundo o próprio artista, "é um maná pra gente até hoje".

O Tremendão explica: "Se você pega essa harmonia, sai uma música logo logo, porque ela também é uma música muito rica. Então Roberto chegou e disse que tinha bolado um tema que tinha a minha cara. Ele morava no Morumbi, recém-casado com Nice, e eu fui pra lá.

Eu falei ao Roberto que queria gravá-la porque estava fazendo meu último disco para a RGE etc. Ele mostrou-me o início, nós começamos a trabalhar e demoramos mais de dois meses pra fazer essa música. É que o refrão não saia de jeito nenhum, e era uma época em que a gente trabalhava feito doido, fazendo shows pelo Brasil sem as mordomias de hoje tudo era mais difícil. Então, a gente quase não dormia e fazer música com sono. Toda noite batia sono e o Roberto pedia minutos pra tirar um cochilo, depois eu o acordava e a gente continuava. Quando ele acordou de um determinado cochilo, ele esfregou os olhos e soltou a segunda parte com a qual havia sonhado.

Lancei no finalzinho da Jovem Guarda; lembro-me de cantar essa música com todo mundo abraçado na coxia num dos últimos programas senão o último. Roberto não participava mais do programa, mas ele estava lá com Wanderléa. Aquela música foi um soco no estomago do mundo porque, na minha carreira, eu nunca havia feito algo tão avassalador. Tocava em todas as emissoras de rádios".


 
Wanderléa canta Sentado à beira do caminho

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