Geralmente mais celebrado durante o frio, o vinho também pode ser consumido prazerosamente em dias quentes, e harmonizado com os pratos frescos e leves que dominam os cardápios na primavera e verão.
Neste caso, as bebidas encorpadas e envelhecidas saem de cena para dar espaço aos vinhos cuja maior acidez é a característica marcante, como explica o enólogo Amaro Dornelles, da importadora Ravin. "Vinhos fortificados, vinhos de guarda ou velhos devem ser evitados porque são extremamente encorpados e alcoólicos e, juntos com o calor, dão uma sensação de moleza e sono", ensina Amaro.
Inês Cruz, enóloga da importadora WineMax, completa que os vinhos com essas características precisam ser servidos em temperaturas elevadas. "Vinhos mais encorpados, de estrutura sólida e intensa, com taninos agressivos, não são a melhor opção para dias quentes. São vinhos que deverão ser degustados a temperaturas mais elevadas, na ordem dos 18ºC. Sendo a temperatura de serviço um fator extremamente importante na determinação do sucesso da degustação, eles devem ser evitados precisamente pelas elevadas temperaturas registradas no verão", argumenta Inês.
Os dois especialistas ressaltam que os vinhos indicados para serem consumidos em dias quentes são aqueles que apresentam leveza, frescor, menos corpo, taninos menores, boa acidez e graduação alcoólica moderada, características presentes nos brancos, rosés e espumantes.
Vinhos para beber em dias quentes
Cepas brancas e tintas
A enóloga Inês Cruz ressalta que entre aqueles que mais combinam com dias quentes, destacam-se os vinhos com maior acidez, como a grande maioria dos brancos, espumantes e alguns rosés. Entre os brancos, o enólogo Amaro Dornelles seleciona os vinhos das cepas sauvignon blanc e chardonnay sem madeira, assim como os espumantes do novo mundo, espumantes leves da França e proseccos italianos. "Brancos do velho mundo, pois têm grande frescor e pouco ou nenhuma madeira", completa Amaro.
Apesar de não serem muito populares no Brasil, Inês Cruz considera os rosés, principalmente pelo seu frescor, o tipo de vinho ideal para países tropicais. Ela explica que eles podem ser servidos em temperaturas que variam entre 7° e 14°. Segundo a enóloga, na Europa, sobretudo em Portugal, Espanha, França e Itália, esta variedade da bebida é bastante apreciada e largamente consumida, especialmente no verão.
"A maioria dos vinhos rosé apresentam boa intensidade de frutas vermelhas e corpo médio, tendo ainda a vantagem de não se sobrepor à comida. Mais fresco do que o tinto e mais aromático do que o branco, o vinho rosé harmoniza com uma extensa gama de pratos, que vão desde frutos do mar, peixes, carnes leves até massas com molhos mais ligeiros", menciona.
Mas, para quem não abre mão dos vinhos tintos em nenhuma situação, ela aconselha que a escolha seja feita por aqueles com estrutura ligeira, como é o caso dos italianos chianti e valpolicella, ou até mesmo os elaborados com castas mais macias, a exemplo da pinot noir. Amaro Dornelles acrescenta as cepas gamay e barbera à lista.
"Na verdade, para aqueles que não conseguem passar sem a companhia do tinto, há uma vasta gama de vinhos indicados para temperaturas mais elevadas e refeições mais ligeiras. São, na regra geral, vinhos produzidos com variedades de uva com potencial alcoólico mais baixo e sem passagem por barris de madeira. Vinhos que prestigiam mais as características da própria uva, a fruta e a frescura", ressalta Inês.
Por Samanta Dias - Equipe BBel
Publicado em 26/10/2011
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Publicado em 26/10/2011
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