Urge refletir o futebol brasileiro

DO TEXTO:



Carlos Alberto Alves
jornalistaalves@hotmail.com

É do domínio público, pelo menos aquele que me acompanha ao longo destes quase 48 anos de atividade de índole jornalística, que sempre fui um fã do futebol brasileiro e, quando ainda muito jovem (dos 12 aos 15 anos, por aí), passava noites a ouvir, num pequeno receptor de rádio que tínhamos em casa,

os relatos dos jogos, muitas vezes com o ouvido encostado ao aparelho para não fazer barulho aos meus pais e avó paterna, pois, caso contrário, no outro dia estaria de castigo. Era a educação daquele tempo, tempo esse em que não tínhamos nada do melhor, nem se sonhava, por exemplo, que haviam de surgir os ditos fones. Se nesse tempo os tivesse, com um rádio apropriado, não tinha que andar com o ouvido encostado ao pequeno receptor. Hoje, com toda esta tecnologia, os jovens (e adultos também, porque não) não necessitam de recorrer aos tais meios a que me referi anteriormente.

Também é sabido, e não vou esconder o que já tornei público no passado (1982) e no presente, que fui daqueles que chorei quando, em 1982, no Mundial de Espanha, o Brasil foi afastado da final ao ser derrotado pela Itália do “carrasco” Paolo Rossi que meteu três na baliza do Waldir Peres. Grande “malandro”...

Vem isto a talho de foice para dizer, primeiramente, e sem qualquer espécie de receios, que o futebol brasileiro já não ostenta aquela hegemonia que os adversários sempre temiam. E nem é por falta de valores, porque eles existem, é grande o campo de recrutamento. O que acontece, tristemente, é que a CBF está transformada numa bagunça, de tal forma que já ninguém acredita e, concomitantemente, entrou-se num ciclo em que já não há aquele grande respeito pelo futebol canarinho. Onde se viu marcarem-se jogos a meio da semana com a seleção do país a realizar jogos amistosos, não esquecendo a fase de qualificação para o Mundial. Óbvio que os clubes são prejudicados, sobretudo aqueles que lutam pelo título e os que aspiram a participar na Copa Libertadores e na Sul-Americana. Hoje, todos se queixam do mesmo mal, mas não se tomam firmes posições para se refletir sobre a orgânica do futebol brasileiro. Urge essa tomada de posição.

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