Roberto Carlos une diferentes classes sociais e várias gerações na carreira
Publicada por
Carmen Augusta
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Roberto Carlos faz show sábado no Ginásio Nilson Nelson: canções de uma vida serão mostradas no palco
Os anos passam, os nomes se sucedem no panteão de celebridades, mas Roberto Carlos não perde a majestade. Desde que surgiu, como um garoto cabeludo cantando iê-iê-iê, o ídolo romântico consolidou uma legião de fãs. Sua presença desperta uma idolatria quase beatlemaníaca, homens e mulheres que disputam palmo a palmo os botões de rosa que ele atira do palco. Seja em sua fase soul/funk, seja nas exaltações à natureza e às mulheres, o cantor nunca perdeu o lugar cativo no aparelho de som dos brasileiros. E as razões para essa consagração vão além das mais de 500 músicas que ele compôs. Algumas delas estarão no repertório do show que o cantor fará em Brasília, no sábado, às 21h, no Ginásio Nilson Nelson.
O casal Gilson e Sandra alimenta a paixão por Roberto Carlos desde os tempos do iê-iê-iê
“Roberto é um símbolo de pureza e honestidade. Tem uma postura exemplar, nunca se envolveu com drogas ou escândalos, como tantas outras celebridades. É um exemplo para todo mundo”, acredita o auditor Gilson Araújo, 64 anos. Na década de 1960, Araújo, que compartilha a paixão pelo cantor com a mulher (a técnica em contabilidade Sandra Oliveira, 47 anos), frequentava as gravações de um programa de tevê que Roberto Carlos apresentou, na TV Tupi, no Rio de Janeiro. Queria ver de perto a mudança que aquele capixaba estava operando na música brasileira. “Ele fala em Deus. E mostra a relação especial que tem com as mulheres, como Maria Rita, a última esposa, e a mãe, Lady Laura”, destacou.
“Morro por ele, mas não tenho nenhum disco”, confessa a dona de casa Terezinha dos Santos, 57 anos. Os originais são caros e ela se recusa a aderir à pirataria. Por isso, interrompe o que está fazendo quando escuta os acordes das músicas do rei no rádio ou na televisão. E garante que a adoração vem de longe. Nos anos 1960, em uma das primeiras vindas de Roberto Carlos à cidade, uma Terezinha adolescente conseguiu se aproximar e até tocar a mão do cantor. “Ele é minha paixão e torço muito pelo seu sucesso. Fico triste quando algo ruim acontece, quando ele se separa, ou uma mulher morre. Quando a Nice morreu, chorei muito. Não sei se por ela ou se foi pena dele”, admite. O motivo de tanta devoção? “Ele é um cara dez. Não, é mil. É uma pessoa boa, de coração, de fé”, defende a fã incondicional da canção O portão.
No sangue
“Roberto Carlos está no sangue, corre nas veias de todos nós. Toda melodia dele conta uma história do brasileiro, um povo apaixonado por natureza”, acredita o comerciante Nonato Forte, 83 anos, que frequentou muitos shows do jovem cantor, nos primeiros 20 anos de carreira. Para ele, o artista se diferencia de seus pares por compor melodias e letras atemporais. “Ontem mesmo, estava ouvindo rádio com minha mulher, quando uma música dele começou a tocar. É impressionante. A obra dele não envelhece”, elogia. Forte não consegue calcular o imenso contigente de fãs do cantor, mas dá um palpite: acredita que 80% dos brasileiros tenham o mesmo encanto pelo Rei.
Encanto não é o bastante para definir o sentimento da doméstica Ivete Pereira, 45 anos. “Sou apaixonada por Roberto, de verdade. Quando entra no palco, ele sabe cativar, sabe conduzir o público às músicas”, ressalta. Canções que, por sinal, fazem parte de sua trilha sonora pessoal. “Às vezes, parece que ele adivinha nosso passado ou nosso presente nas letras. Sempre tem alguma coisa pela qual passei ou estou passando”, diz. A fidelidade dela ao astro já foi estopim, inclusive, para o fim de um casamento. Na noite de um dos especiais anuais de televisão, o ex-marido insistia em mudar de canal. Ela protestou e o companheiro, enciumado, fez as malas e foi embora. A tietagem ao cantor atravessa gerações em sua família. “Tenho uma sobrinha de 23 anos que acha ele tudo de bom”, diverte-se.
Carisma de mito
Há dois anos, o jornalista Oscar Pilagallo lançou o livro Roberto Carlos, no qual revisita a trajetória do Rei, desde a infância em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo, até o período mais recente, passando pelos estilos e artistas que marcaram sua obra. No livro, ele cita o escritor Affonso Romano de Sant’Anna para confirmar a tese de que o carisma anda lado a lado com a produção musical do ídolo, um mito no imaginário de seus compatriotas. "Ele é o lado kitsch dos ouvintes mais sofisticados e é o lado mais sofisticado dos ouvintes mais kitsch. É uma espécie de herói popular", escreveu Sant’Anna.
ROBERTO CARLOS
Ginásio Nilson Nelson (Eixo Monumental). Sábado, às 21h30, show com o cantor. Ingressos variam de R$ 50 a R$ 350. Valores de meia-entrada. Assinantes do Correio têm 50% de desconto na compra de ingresso inteiro (cupom Sempre Você). Informações: 3248-5221. Não recomendado para menores de 16 anos.
Mariana Moreira Correio Brasiliense
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Os anos passam, os nomes se sucedem no panteão de celebridades, mas Roberto Carlos não perde a majestade. Desde que surgiu, como um garoto cabeludo cantando iê-iê-iê, o ídolo romântico consolidou uma legião de fãs. Sua presença desperta uma idolatria quase beatlemaníaca, homens e mulheres que disputam palmo a palmo os botões de rosa que ele atira do palco. Seja em sua fase soul/funk, seja nas exaltações à natureza e às mulheres, o cantor nunca perdeu o lugar cativo no aparelho de som dos brasileiros. E as razões para essa consagração vão além das mais de 500 músicas que ele compôs. Algumas delas estarão no repertório do show que o cantor fará em Brasília, no sábado, às 21h, no Ginásio Nilson Nelson.
“Roberto é um símbolo de pureza e honestidade. Tem uma postura exemplar, nunca se envolveu com drogas ou escândalos, como tantas outras celebridades. É um exemplo para todo mundo”, acredita o auditor Gilson Araújo, 64 anos. Na década de 1960, Araújo, que compartilha a paixão pelo cantor com a mulher (a técnica em contabilidade Sandra Oliveira, 47 anos), frequentava as gravações de um programa de tevê que Roberto Carlos apresentou, na TV Tupi, no Rio de Janeiro. Queria ver de perto a mudança que aquele capixaba estava operando na música brasileira. “Ele fala em Deus. E mostra a relação especial que tem com as mulheres, como Maria Rita, a última esposa, e a mãe, Lady Laura”, destacou.
“Morro por ele, mas não tenho nenhum disco”, confessa a dona de casa Terezinha dos Santos, 57 anos. Os originais são caros e ela se recusa a aderir à pirataria. Por isso, interrompe o que está fazendo quando escuta os acordes das músicas do rei no rádio ou na televisão. E garante que a adoração vem de longe. Nos anos 1960, em uma das primeiras vindas de Roberto Carlos à cidade, uma Terezinha adolescente conseguiu se aproximar e até tocar a mão do cantor. “Ele é minha paixão e torço muito pelo seu sucesso. Fico triste quando algo ruim acontece, quando ele se separa, ou uma mulher morre. Quando a Nice morreu, chorei muito. Não sei se por ela ou se foi pena dele”, admite. O motivo de tanta devoção? “Ele é um cara dez. Não, é mil. É uma pessoa boa, de coração, de fé”, defende a fã incondicional da canção O portão.
No sangue
“Roberto Carlos está no sangue, corre nas veias de todos nós. Toda melodia dele conta uma história do brasileiro, um povo apaixonado por natureza”, acredita o comerciante Nonato Forte, 83 anos, que frequentou muitos shows do jovem cantor, nos primeiros 20 anos de carreira. Para ele, o artista se diferencia de seus pares por compor melodias e letras atemporais. “Ontem mesmo, estava ouvindo rádio com minha mulher, quando uma música dele começou a tocar. É impressionante. A obra dele não envelhece”, elogia. Forte não consegue calcular o imenso contigente de fãs do cantor, mas dá um palpite: acredita que 80% dos brasileiros tenham o mesmo encanto pelo Rei.
Encanto não é o bastante para definir o sentimento da doméstica Ivete Pereira, 45 anos. “Sou apaixonada por Roberto, de verdade. Quando entra no palco, ele sabe cativar, sabe conduzir o público às músicas”, ressalta. Canções que, por sinal, fazem parte de sua trilha sonora pessoal. “Às vezes, parece que ele adivinha nosso passado ou nosso presente nas letras. Sempre tem alguma coisa pela qual passei ou estou passando”, diz. A fidelidade dela ao astro já foi estopim, inclusive, para o fim de um casamento. Na noite de um dos especiais anuais de televisão, o ex-marido insistia em mudar de canal. Ela protestou e o companheiro, enciumado, fez as malas e foi embora. A tietagem ao cantor atravessa gerações em sua família. “Tenho uma sobrinha de 23 anos que acha ele tudo de bom”, diverte-se.
Carisma de mito
Há dois anos, o jornalista Oscar Pilagallo lançou o livro Roberto Carlos, no qual revisita a trajetória do Rei, desde a infância em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo, até o período mais recente, passando pelos estilos e artistas que marcaram sua obra. No livro, ele cita o escritor Affonso Romano de Sant’Anna para confirmar a tese de que o carisma anda lado a lado com a produção musical do ídolo, um mito no imaginário de seus compatriotas. "Ele é o lado kitsch dos ouvintes mais sofisticados e é o lado mais sofisticado dos ouvintes mais kitsch. É uma espécie de herói popular", escreveu Sant’Anna.
ROBERTO CARLOS
Ginásio Nilson Nelson (Eixo Monumental).
Sábado, às 21h30, show com o cantor.
Ingressos variam de R$ 50 a R$ 350.
Valores de meia-entrada. Assinantes do Correio têm 50% de desconto na compra de ingresso inteiro (cupom Sempre Você).
Informações: 3248-5221.
Não recomendado para menores de 16 anos.
Mariana Moreira
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