Roberto Carlos reencontra seus fãs em Belo Horizonte

DO TEXTO:
Em seu último show em BH o Rei distribuiu rosas aos mineiros apaixonados


O cantor se apresenta neste sábado (24) no Mineirinho para celebar 70 anos de vida e reinterpretar os sucessos de sempre


Belo Horizonte recebeu a turnê de comemoração dos 50 anos de carreira de Roberto Carlos em 2009. Neste sábado (24), o “Rei” volta ao Mineirinho para celebrar 70 anos de vida, completados dia 19 de abril. O repertório, como não poderia deixar de ser, traz um passeio pelos grandes sucessos dele, regravados por várias gerações de artistas, de diferentes estilos, o que só ajuda a reforçar o mito.

Wilmar Braga, cover de RC há quase 20 anos, está mexendo os pauzinhos para se encontrar com o ídolo no camarim, antes do show. Quer tirar uma foto com ele, como fez semana passada com Erasmo Carlos, o que, acredita Braga, ajuda a vender shows. “Sempre tentei, só consegui uma vez”, conta ele, sem se lembrar de quando foi o feito. O artista planeja chegar cedo e ficar no local combinado, controlando a ansiedade. Outra missão é observar cada detalhe do show para acrescentar à própria performance.

Para o cover, que vai dar uma “canja” hoje no Minas ao Luar (a partir de 20 horas na Praça Duque de Caxias, Bairro Santa Tereza, com Wanderley Cardoso, Waldirene e os Vips e Rodrigo Miranda e Banda), a popularidade do “Rei” se deve ao fato de ele cantar para o povo. “As músicas que fez – e não são todas que gosto, algumas são muito pessoais, como ‘Amor sem limite’ que fez para a mulher Maria Rita – ele fez para o povo; uma, com certeza, vai servir para você; tem música para tudo”.

Outra “sacada” é mudar os arranjos para os sucessos. “Negro Gato’ era roqueira, agora é mais devagar, tem um balanço mais legal. O tempo passou, ele não tem mais o mesmo pique, o mesmo gás; quando fez, tinha 25 anos, agora tem 70”.

Para Carlos Roberto, outro cover de RC, há quase três décadas, o rei não perde a majestade porque canta o que os fãs querem ouvir. “Tem quem reclame que o show não muda, mas para que mudar o que está fazendo sucesso há 50 anos? Não se mexe em time que está ganhando”, analisa o cover, que se apresenta principalmente em aniversários de “meninas de 60, 70, 80 anos”, mas que também canta em festas de 15 anos.

Carlos Roberto diz que os contratantes pedem músicas dos anos 1970/80; normalmente, preterem as músicas de 1990 para cá. “Ele tem tanta música boa que é difícil o público aceitar outras coisas”, avalia.

É por isso, na avaliação de Carlos Roberto, que RC não lança disco de inéditas há bom tempo.

As comemorações pelos 50 anos de carreira incluem, além da turnê e da exposição comemorativas, o CD/DVD “Elas Cantam Roberto Carlos” e “Emoções Sertanejas”, sempre com releituras de sucessos. “Muda a roupagem, mas são as mesmas canções, as de sempre. Não acredito que vá vender se fizer música inédita. E cada canção nos leva a um tempo”.

Antônio Bahense tem aposta diferente. “Está todo mundo esperando este disco de inéditas, provavelmente vai ser um sucesso, ele é O cara”. Bahense lembra que, nos últimos anos, RC investiu em regravações e duetos com outros artistas. Fã de Roberto Carlos, ele acha que o ídolo tem personalidade forte. “Não é um cara de fazer mudanças radicais, o público não aceita isso, mas vai mudando de acordo com a vida dele. Com 70 anos, não canta ‘Namoradinha de um amigo meu’, canta ‘Olha’. Tem outra postura, mais madura, fala de forma diferente, mas retém o romantismo que as pessoas gostam, todo mundo gostaria de ser amigo dele”.

Bahense se apresenta hoje, a partir de 21 horas, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes. O repertório é baseado no recém-lançado CD “O Tempo não vai apagar”, que traz dez canções gravadas por RC nos tempos da Jovem Guarda.


Apesar de ser compositor (Bahense calcula ter cerca de 250 músicas, incluindo “umas 20” em parceria com Carlos Colla, que tem 45 músicas gravadas por RC), ele quis fazer esse CD porque “são músicas que me tocavam na época, me motivaram a compor mais tarde. Músicas que serviram de referência na minha vida musical, as que ouvia nos bailes, nas serenatas. Quando canto, as pessoas se identificam, cantam comigo”.

Com 52 anos de carreira e mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o mundo, Roberto Carlos compôs mais de 500 músicas. Tem 64 discos e cinco DVDs lançados no Brasil e outros 124 discos no exterior. Neste ano, foi homenageado (e desfilou) pela escola de samba carioca Beija-Flor, que venceu com o enredo “A simplicidade de um rei”.
 


Viviane Moreno
Luiz Costa

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