O Baú do Carlos Alves (6)

DO TEXTO:


Por: Carlos Alberto Alves


Já uma vez revelei que tinha um tremendo medo em sentar-me numa cadeira de dentista. Lembro-me que em criança quando fui extrair um dente chamei um nome muito feio a quem estava com o alicate na mão. Mas, apesar de tudo, tenho um enorme respeito por esses profissionais que não são culpados de eu


ser, na circunstância, um “medricas” . Curiosamente, desde que vim para o Brasil já me sento na bendita cadeira com outro à-vontade. De médicos dentistas, queria aqui destacar o Dr. Sócrates que foi uma das pedras-basilares da seleção do Brasil que, em 1982, em Espanha, disputou a Copa do Mundo, competição essa em que estive presente, tendo acompanhado de perto o selecionado brasileiro. E sabíamos muita coisa em termos de notícias graças à colaboração do Bruno Santos, então correspondente de A Bola em Paris e que era, na altura, o representante da ADIDAS junto da seleção brasileira. E ao que apuramos “in loco”, o Sócrates também fazia essa ligação com o Bruno Santos.

Agora, quando completo sete anos de Brasil, sou confrontado com a notícia de que o Dr. Sócrates foi internado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Segundo o boletim médico que foi divulgado, o ex-jogador possuía um quadro de hemorragia digestiva alta. Depois de ser acompanhado por três médicos, o estado de Sócrates é (foi) considerado estável. Sócrates teve Hipertensão Portal que causou hemorragia digestiva.

E porque nos momentos mais difíceis é que se conhecem os verdadeiros amigos, o Dr. Sócrates, com 57 anos de idade, foi visitado por alguns ex-futebolistas e companheiros, um deles Valter Casagrande que, como se sabe, atravessou momentos periclitantes devido ao seu envolvimento com a droga.

No Mundial de 82, se eu soubesse que o Sócrates estava para seguir a carreira de médico-dentista, por certo que estaria a quilómetros de distância do dito cujo. É que, quando se passava pelo hotel onde o Brasil estava instalado (primeira fase em Sevilha) à procura do Bruno Santos, os jogadores, incluindo Sócrates, óbvio, andavam por ali perto, apesar da segurança ser implacável. Mas com a presença do Bruno Santos tudo se resolvia a contento.

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