"Os Bárbaros" outro conjunto açoriano que brilhou

DO TEXTO:


 

Por: Carlos Alberto Alves
Portal Splish Splash


À semelhança do que aqui no Splish Splash fizemos eco sobre “Os Sombras”, não podíamos, muito embora de forma diferente, deixar de apresentar aos nossos visitantes e amigos um outro conjunto açoriano que brilhou e que registou uma interessante (números e qualidade) passagem de músicos e vocalistas.


Temos, portanto, a história de “Os Bárbaros”, conjunto terceirense que, durante muitos anos, sobretudo nas noites de verão, abrilhantou vários bailes e serões musicais.

A ideia de formar o conjunto partiu, ao que consta, de Ezequiel Silva e Francisco Gabriel Carvalho.

A sua primeira formação concluiu-se em 1967, com os seguintes elementos: Ezequiel A. Silva (na viola-solo), Francisco Gabriel Carvalho (em trompete e, mais tarde, no órgão), Jorge Moço (na bateria), José Manuel Pereira (na viola-baixo) e Olivério Ribeiro de Sousa (vocalista). Pouco tempo depois, junta-se ao conjunto o Paulo Alberto Ázera, na viola-ritmo.

Eram todos cidadãos nascidos e residentes na então Vila (hoje cidade) da Praia da Vitória, na ilha Terceira, Açores.

No início, ninguém sabia que nome dar ao conjunto, até que um dia, por sugestão de um tal Barbeto, que também residia na mesma localidade, se batizou o conjunto com o nome de "Os Bárbaros".

Em 1968, entra para o grupo Carlinhos Caroucho, em substituição do Jorge Moço, na bateria. No mesmo ano, junta-se à banda Vasco (de Santa Rita), a tocar viola-ritmo e a cantar algumas canções em inglês. Nesse mesmo ano, começa o conjunto a atuar nos clubes americanos da Base Aérea das Lajes e, mais tarde, nos clubes militares portugueses da Base Aérea Nº. 4.

No ano seguinte, em 1969, passou pelo conjunto Carlos Lima, como vocalista, a cantar um repertório totalmente em inglês. Logo de seguida, e no decorrer do mesmo ano, entra Fernando Mojica, a tocar viola-ritmo e a cantar e, mais tarde, a substituir Carlinhos na bateria. No segundo semestre do mesmo ano, mais duas entradas, João Eduardo Mendonça Gomes (para viola-baixo) e António Fernando Ázera da Silva (para vocalista e, mais tarde, para baterista, em substituição do Fernando Mojica).

Entre 1969 e 1971 emigram para os Estados Unidos da América Fernando Mojica e o Vasco.

A partir de 1970, o conjunto começa a solidificar-se e a criar o seu lugar próprio no meio cultural do seu tempo, atuando regularmente nos clubes americanos e portugueses da Base Aérea das Lajes e multiplicando as suas atuações durante os meses de verão nas esplanadas dos clubes de futebol praienses (no União Desportiva Praiense, mais conhecido como "os Brancos", e no Sport Club Praiense, afetuosamente conhecido como "os Encarnados"), bem como na esplanada da Filarmónica União Praiense.

Em 1971 juntam-se ao conjunto João Macedo, substituindo João Eduardo na viola-baixo; e Luis Dores, substituindo o António Fernando na bateria. Este último passa então a tocar viola-ritmo, para além da sua função de vocalista, onde permanece até terminar o grupo, em 1977.

Em 1972 o conjunto muda de organista, com a aquisição de Jorge Marques, em substituição do Francisco Gabriel. Nesse mesmo ano, entram para o grupo Jorge Silva (vocalista); Luis Macedo (viola-solo); e João Botelho (viola-baixo).

Em 1972 e 1973 emigram para os Estados Unidos da América Jorge Silva, Ezequiel Silva, João Macedo, Luis Macedo e João Botelho.

No decorrer de 1973 fez também parte do conjunto Norberto Carreiro, vocalista e viola-ritmo (um militar luso-americano que, na altura, prestava serviço para a Força Aérea Americana na Base Aérea das Lajes). No segundo semestre do mesmo ano, entram Juvenal Medeiros (viola-solo); Hélio Rocha (viola-baixo) e António Rocha (vocalista e viola-ritmo, durante a curta ausência de António Fernando na prestação do serviço militar obrigatório no continente português).

Em 1974 o grupo recebe o vocalista Rui Gama para uma permanência de dois anos.

Em 1976, tendo recentemente chegado das ex-colónias portuguesas, mais um para fazer parte do conjunto, o vocalista José Castelo. No final do mesmo ano, a entrada do Rui Bettencourt, que vem tocar viola-ritmo em substituição do António Fernando, que se prepara para emigrar para o Canadá no primeiro semestre do ano seguinte. Este, mais tarde, substitui o Jorge Marques nos teclados.

No segundo semestre de 1977 reforça o conjunto Betinho (viola-solo), em substituição do Juvenal Medeiros. Pouco tempo depois, “Os Bárbaros” fecham o seu ciclo.

É importante salientar aqui que, entre 1970 e 1977, para além de múltiplas atuações por toda a ilha Terceira, o conjunto realizou várias digressões pelas ilhas do Faial, Graciosa e Santa Maria, tendo também participado no primeiro Festival de Música Rock que se organizou nos Açores, no areal da Riviera, na Praia da Vitória, ilha Terceira, no verão de 1976.

Durante quase toda a sua existência, “Os Bárbaros” contaram também com a colaboração do José António Ázera Brasil, na assistência técnica, tendo sido também, nos últimos dois anos, coadjuvado por Jorge Humberto Miguel no controle de som, coordenação e montagem do equipamento.

Dezoito anos mais tarde, em 1995, o conjunto volta a reunir-se para atuar a convite da Comissão das Festas da Praia da Vitória. Nessa primeira reunião, presentes os seguintes elementos: Ezequiel Silva, Olivério Ribeiro, Paulo Alberto Ázera, António Fernando Ázera da Silva, João Macedo, Jorge Marques, Hélio Rocha, Juvenal Medeiros, Rui Gama e Rui Bettencourt.

Entre 1977 e 2011 faleceram, na ilha Terceira, os elementos: João Eduardo Gomes, Juvenal Medeiros e Francisco Gabriel Carvalho. Também faleceu no Canadá o Jorge Moço.

Atualmente residem nos Açores: Olivério Ribeiro de Sousa, Paulo Alberto Ázera, Carlos Lima, Luis Dores, Jorge Marques, Hélio Rocha, António Rocha, José Castelo, Rui Bettencourt e Betinho.

Residem nos Estados Unidos da América: Ezequiel Silva, José Manuel Pereira, Carlinhos Caroucho, Vasco, Fernando Mojica, João Macedo, Jorge Silva, Luis Macedo e João Botelho. O António Fernando Silva reside no Canadá e o Rui Gama atualmente no Brasil, há quatro anos a esta parte.

Mais recentemente, a convite do promotor do convívio praiense na Nova Inglaterra, Hélio Melo, o conjunto fez-se reunir pela segunda vez após o seu términos e atuou no dia 2 de Abril deste ano em Providence, no Estado de Rhode Island, com estes elementos: Ezequiel Silva, Olivério Ribeiro, António Fernando Silva, João Macedo, Luis Dores, Hélio Rocha, Jorge Silva e Rui Bettencourt.

Esta última formação está já convidada pela presente Comissão das Festas da Praia 2011 para participar, no dia 29 de Julho, na noite da abertura da Feira de Gastronomia, que anualmente se realiza naquele Concelho. Ainda no decorrer das Festas da Praia 2011, está prevista uma homenagem a todos os elementos do conjunto, a qual irá ter lugar nos Paços do Concelho da Câmara Municipal da Praia da Vitória, com a participação de membros ligados à autarquia, homenagem essa que será presidida pelo Presidente da Câmara, Dr. Roberto Monteiro.

Este historial foi registado por António Fernando Ázera da Silva em 26 de Maio de 2011 na cidade de Ottawa, Canadá.

NOTA FINAL – Estive presente em algumas atuações deste excelente conjunto que, hoje, faço aqui recordar, face aos meus conhecimentos em relação ao mesmo.





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