Banda de Campinas faz leitura "moderna" de Roberto Carlos

DO TEXTO:

Robertones


“Essa daqui o rei iria gostar”.

Dita em voz alta, essa é uma suposição que não raramente aparece durante um ensaio da banda campineira Robertones. No MySpace, a descrição usada para resumir a música que o grupo faz diz, sucintamente: “Roberto Carlos hoje em dia...”. Está explicada a proposta do quinteto: o Robertones cria novos arranjos para faixas do rei, e a ideia é deixás-las mais rock. A balada romântica “Quando”, por exemplo, ganha riffs de guitarra mais acelerados, baixo e bateria se fazem bem presentes e está construído o Roberto Carlos versão rock “moderno”.


“A música vai surgindo na cabeça... Dá um rock, dá um groove, dá um funky”, diz o baixista Diego Testa, o “México”, para explicar como a banda escolhe as faixas a serem rearranjadas. Hoje o repertório do Robertones tem 23 composições. Às vezes o trabalho para tornar tornar interessante uma música é um pouco mais árduo, caso de “Amigo”. Se pelo título não fica fácil identificar, basta lembrar: “Você meu amigo de fé meu irmão camarada...”. México comenta que, do atual repertório, foi uma das difíceis de achar a “fórmula” certa. O vocal não encaixava. Solução: fizeram uma versão instrumental da música e deu liga. Hoje é uma das que mais empolga nos shows, confirma México. 

"Não vai dar em nada"

Hoje o Robertones se apresenta com Fabi Duarte (vocal), Guilherme (guitarra), Silas (guitarra e teclados) Diego “México” (baixo) e Naka (bateria). Começou quase que por brincadeira, no início de 2009, quando os amigos se reuniam despretensiosamente com um violão. Inicialmente, nem México acreditava muito na possibilidade formar uma banda. “Poxa, não vai dar em nada”, ele comenta, relembrando seu antigo pensamento em voz alta. “Vou em três ensaios e saio [da banda]”: esse era o plano. Sua suposição falhou e esses ensaios o fizeram crer que poderia funcionar.


Não só isso: de integrante descrente de que o grupo poderia vingar, passou a ser um dos que faz total questão de apresentar um bom show: o primeiro foi em agosto de 2009, depois de alguns meses preparando as leituras Robertones para as faixas do rei. O nome, aliás, não tem grande mistério, e pode ser interpretado como uma mistura de Roberto Carlos com Ramones, ou com The Undertones, ou como o ouvinte preferir, explica México.

Mas a primeira apresentação do Robertones, no Bar do Zé, em Barão Geraldo, mostrava uma banda com outro nome: “The Big Bob Band”. Acharam que não condizia com a música do grupo, tinha uma conotação jazzística. De lá pra cá a agenda é variável. Hora um show, ou dois, ou três... Apesar de já terem um histórico com música (principalmente como integrantes de outras bandas), o único que trabalha exclusivamente na área é o guitarrista e tecladista Silas. Perguntado se o Robertones é uma “brincadeira séria”, México confirma, essa é a melhor definição.



Roberto Carlos já ouviu?

E o Roberto Carlos já ouviu as músicas do Robertones? “Já pensamos sobre isso...”, diz o baixista: mas ainda não enviaram nenhum material para o rei, que México considera uma forma de homenageá-lo e instigar novos ouvidos a conhecer seu trabalho. Foi o caso do próprio, que passou a conhecer a fundo o trabalho de Roberto Carlos depois de iniciado o trabalho com a banda.

O Robertones tem show marcado neste sábado (28) em Campinas: a apresentação acontece na Casa São Jorge, em Barão Geraldo. E se após a apresentação alguém quiser sugerir uma nova música para o repertório da banda, será bem-vindo.  A nova versão de “Namoradinha de Um Amigo Meu”, por exemplo, foi criada quando uma pessoa presenta na plateia instigou a banda colocá-la na lista de releituras.

Serviço:O quê: Show do Robertones
Quando: Sábado (28) a partir das 21h30 (a casa abre às 19h)
Onde: Casa São Jorge
Endereço: Avenida Santa Isabel, 655, Barão Geraldo
Quanto: R$ 10 antes das 21h; R$ 15 após


http://eptv.globo.com/campinas/variedades/NOT,1,1,350511
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