Nas ondas do "Sol de Portugal"

DO TEXTO:
Por: Carlos Alberto Alves
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Tive o privilégio, e porque não dizer também uma enorme honra, em ter colaborado para vários jornais e rádios sediadas no Canadá e nos Estados Unidos, países onde pululam milhares de emigrantes portugueses, muitos deles oriundos das ilhas açorianas. Mas há que dizer, ainda, que quero incluir aqui os brasileiros radicados nos dois referidos países. Afinal, falam a nossa língua e sempre foram considerados irmãos, pese embora o facto de, ultimamente, terem aflorado tricas desnecessárias, mas isso, bem vistas as cosias, faz parte da mentalidade de cada um, quer português quer brasileiro, mesmo ao nível de governantes, que não estão fora desta questiúncula.

Com 47 anos de carreira – tenho que falar de mim para ligar o fio à meada -, passei por todas as situações em termos de meios técnicos – telefones com chamadas pedidas para a operadora, depois a linha direta, telex, fax e, por último, a internet, que fez mudar muita coisa. Sem dúvida, um grande avanço da tecnologia -, mas, por volta dos anos 70, a convite do meu querido amigo Jorge Machado, figura muito conhecida em Toronto, passei a colaborar com o programa radiofónico “Sol de Portugal”, programa esse com muita audiência naquela zona. Porque sempre tive grande admiração pelo Jorge Machado, procurei sempre cumprir com a minha missão de preparar umas notícias atualizadas para lhe enviar. E como fazer naquela altura? Atendendo aos meios que dispúnhamos – só o telefone com chamada pedida à operadora, o que muitas vezes era um saco em função da demora -, viu-me obrigado, quase sistematicamente, a ter que viajar para o aeroporto a fim de conseguir um passageiro que levasse o tão esperado envelope que continha as notícias por mim preparadas. Era um corre-corre para lá chegar duas-três horas antes do avião com destino a Toronto saísse do nosso aeroporto. Sempre conseguia uma pessoa com boa vontade para colocar na sua bolsa o envelope da ordem para, de seguida, no Aeroporto Internacional de Toronto, o deixar nos escritórios da TAP, local mais aconselhável para o Jorge Machado recolher a “minha encomenda”, como eu sempre dizia por brincadeira.

Pensando que não, este lufa-lufa ainda durou mais do que um ano. Mas são estas coisas que sempre recordamos com saudade: o querer servir um amigo despretensiosamente. O querer servir uma comunidade que estava sempre ávida por notícias da sua terra. Hoje, porém, tudo é diferente, de harmonia com a tecnologia que foi avançando: chamadas telefónicas feitas diretamente, telex, fax e internet. Hoje, com a internet, muito coisa se faz em termos de rádio, dispensando, na maioria dos casos, os colaboradores do exterior. Aliás, isso se tem verificado em muitos OCS: a internet motivou um decréscimo de despesas, incluindo em relação ao número de profissionais, constatando-se redução nos respectivos quadros.

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