Um encontro com o Rei Roberto

DO TEXTO:


Dia 10 de dezembro de 2010, dia do segundo Show no Teatro Riachuelo aberto ao público, seus incontáveis fãs!

Quis o destino que um dia eu conhecesse um Rei! Mais que isso, falasse com ele, mais ainda, fosse ouvido e interagisse com ele. E que Rei! Um Rei com um grandioso trono conquistado por puro talento, trono que há 50 anos é venerado e carregado por milhares de fãs ardorosas, enlouquecidas, onde quer que ele vá! Eu confesso, sem qualquer problema por revelar, que o admirava de longe (e quem não admira suas canções?), mas não entendia bem o motivo pelo qual causava tanta veneração divina.

Desse encontro pessoal, passei a sentir um pouco essa magia. Que gigante eu tinha acabado de ver atuar no palco do Teatro Riachuelo versus um ser humano tão simples, calmo, doce, poderia dizer até de aparência física frágil. Isso foi o que mais me impressionou, depois de conhecê-lo pessoalmente! Como aquele ser, de quem eu estava diante, podia ser tão gigante no palco, como eu acabara de testemunhar e me emocionar (de novo) durante o seu segundo e também maravilhoso show no nosso Teatro?

Só pode ser magia! Magia dos diferentes, dos seres especiais, magia de Rei!Do fundo da sua tranqüilidade só diferenciada pela voz marcante e bela, ao entrar no seu camarim, ele me perguntou em tom brincalhão, acho que procurando nos descontrair: “e aí, cantei direitinho?” Com essa “quebra de gelo” até esqueci a frase pronta que levava decorada para cumprimentá-lo. Nem lembro mais o que falei! Acho que apenas sorri! Ele nos deixou muito mais à vontade. Ganhei coragem para falar do Teatro Riachuelo, do desafio que foi dirigir todo aquele projeto e, especialmente, executar aquela obra.

Surpresa! Ele se interessou em saber mais, fez perguntas técnicas, quis saber sobre o projeto de acústica, opinou, perguntou-me pelo seu Nevaldo, a quem havia conhecido no dia anterior, falou do prazer em dedicar a ele Nevaldo o show daquela noite, perguntou-me a sua idade e, ao revelar-lhe a idade do seu Nevaldo e também que tinha sido ele próprio quem tinha me pedido para projetar e construir um teatro no seu shopping Midway Mall, o Rei Roberto Carlos, com a sensibilidade de quem já escreveu tanto e tão bem sobre tudo que fala de amor, de emoção, completou: “bicho, que maravilha, não há limite de idade para sonhar e realizar! Esse homem, aos 82 anos, teve um sonho e o realizou com esse projeto. Vocês estão de parabéns (e repetiu), vocês estão de parabéns mesmo por essa obra, esse teatro é uma referencia nacional.

Eu já tinha inaugurado várias Casas de Espetáculo, mas nunca um Teatro. Sinto-me feliz pelo convite e por ter participado da festa de ontem. Dos que eu já toquei no Brasil esse foi o máximo!

”A essa altura, eu estava entre perplexo e desconcertado de feliz! Estava acompanhado de cinco mulheres, entre as quais a minha Patrícia, minha filha Camilla carregando ainda no ventre minha primeira netinha Maria Eduarda, de minha nora, também Camila, da sua mãe Marigilda e da minha cunhada/irmã Monalisa. Olhei de lado e estavam todas paralisadas e boquiabertas acompanhando nossa conversa que transcorria solta com tratamento franco de Roberto pra lá e Pedro pra cá! Foi aí que recebi o primeiro beliscão da minha filha Camilla.


Era o “deixa de conversa” e vamos para as fotos! Ainda tive tempo para lhe contar que, dois meses atrás, quando o Teatro já começava a ficar acabado, eu, pessoalmente, havia apresentado ao seu Nevaldo cinco opções de shows para a inauguração. Ele foi claro e direto, apoiado integralmente por sua filha Anne: “Quem vai inaugurar o meu Teatro é o Rei, ponto!” O Rei abriu um sorriso e me disse: “tinham me falado isso”, ao que retruquei ser a mais pura verdade, pois eu tinha sido protagonista dessa cena. Pelo pouco tempo que restava entre aquela vontade do seu Nevaldo e a inauguração do Teatro, e pela sempre concorrida agenda do Rei Roberto Carlos, saí preocupado mas obcecado para cumprir a sua determinação, que conheço bem há mais de trinta anos de trabalho com ele, sempre muito firme.

Nossos parceiros da Opus foram fundamentais nessa conquista. Que bom que deu certo!Um segundo beliscão me fez parar a conversa. Ok filha, vamos às fotos! Foi o que aconteceu em seguida com o Rei sempre carinhoso no tratamento e paciência com todos! Ao final da seção de fotos fui cumprimentá-lo para sair do seu camarim e, novamente, fui surpreendido! Estendendo a mão e esperando apenas o último cumprimento, ele me deu um abraço forte e me disse: “continuem fazendo coisas maravilhosas como essa!”Apesar da intimidade do momento, eu quis compartilhar com todos os meus amigos e conterrâneos do meu Estado!Ao seu Nevaldo, o mérito de deixar mais esse legado, entre tantos, agora para a cultura do Rio Grande do Norte!


A Natal, um equipamento de primeira grandeza que fica para ajudar a fazer sua história!Aos artistas consagrados e àqueles que ainda vão desabrochar dentro e fora do Estado, uma casa digna para reprodução dos seus talentos com a mais perfeita qualidade!Não poderia deixar de agradecer, de coração, a todos, indistintamente, a todos àqueles com quem convivi por esses três anos desafiadores desde o projeto até a construção do Teatro Riachuelo: à minha família, de quem vivi distante muitos dias, em Natal, por força desse compromisso, aos colegas da empresa que souberam entender a minha ausência da Matriz em São Paulo, aos amigos incentivadores e aos profissionais competentes e dedicados que nos ajudaram a erguer essa bela obra!
Parabéns! Ganhamos todos!

Pedro Siqueira - diretor de Patrimônio da Riachuelo

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1 Comentários

Comentários

  1. É por isso que eu amo tanto esse homem! Um gigante no palco e um ser humano extraordinário na sua vida do dia-a-dia e que a todos encanta!

    Beijos lisboetas
    Ju

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