Tu tens o nome do heróico Português

DO TEXTO: Clube de Regatas Vasco da Gama - As grandes conquistas e os esquadrões que fizeram a história
400 anos se passavam desde que o navegador Vasco da Gama cruzou o Cabo das Tormentas, que sua esquadra revelou ser o Cabo da Boa Esperança, novo trajeto para os navegantes portugueses chegarem a caminho das Índias.




por Vinícius Faustini


Clube de Regatas Vasco da Gama, 112 anos


400 anos se passavam desde que o navegador Vasco da Gama cruzou o Cabo das Tormentas, que sua esquadra revelou ser o Cabo da Boa Esperança, novo trajeto para os navegantes portugueses chegarem a caminho das Índias. E a 21 de agosto de 1898, num Brasil em que os esportes mais populares eram o turfe, o ciclismo e o remo, um grupo de jovens de descendência portuguesa, fomado por José Henrique d'Avellar Rodrigues, Manuel Teixeira de Sousa Júnior, Henrique Ferreira Monteiro e Luis Antônio Rodrigues fundou o Clube de Regatas Vasco da Gama. Um clube que se revelaria com o mesmo ímpeto do navegador que lhe deu o nome, e que sobreviveria a grandes tormentas durante sua trajetória.

Provavelmente, nenhum destes fundadores saberia que os rumos desta agremiação seriam tão amplos que ultrapassariam os séculos e ultrapassariam, até, as provas de remo da Lagoa Rodrigo de Freitas. 112 anos depois, o Vasco fez sua fama através das muitas glórias no cenário esportivo, e graças aos seus serviços prestados ao futebol (esporte no qual o país se popularizou a partir do século XX), conseguiu formar uma torcida, sua imensa torcida bem feliz, como diz o hino de Lamartine Babo.

A maior glória vascaína talvez tenha sido no cenário social. Nos primeiros séculos do futebol, o esporte ainda era considerado elitista, amador, atração para poucos homens endinheirados. Em 1922, o Vasco venceu a Segunda Divisão do Campeonato Carioca e chegou à elite do futebol do Rio em 1923, com um time formado por negros, mulatos e operários. Ao contrário de todos os prognósticos, o Vasco logo sagrou-se campeão carioca, desbancando os favoritos Botafogo, Flamengo, Fluminense, América e Bangu.

Após um primeiro turno invicto, o Vasco foi campeão com apenas uma derrota, por 3 a 2 diante do Flamengo (rival que vinha desde o remo). Derrota muito esperada por todos os adversários, a ponto do juiz Carlito Rocha, benemérito do Botafogo, ter invalidado um gol legítimo de Pascoal a poucos minutos do fim, que daria o empate à equipe vascaína. Nada que impedisse o título. Os primeiros titulares campeões vascaínos foram: Nélson Conceição, Leilão e Mingote; Nicolino, Claudionor e Artur; Pascoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito. O treinador, o uruguaio Ramón Platero.

Foi apenas o primeiro de uma série de títulos no futebol. Nesta época, os futebolistas do Vasco eram designados como "Os Camisas Negras". Ao contrário do remo, que tinha uma camisa branca com faixa diagonal preta e a cruz no peito, o futebol vascaíno usava camisas de cor totalmente preta. Do uniforme do remo, ficava apenas a cruz.

Em resposta à marginalização, um manifesto e São Januário

Em 1924, veio o segundo título carioca, desta vez sem perder nenhuma partida. Os clubes mais ricos decidiram então dar um golpe no Vasco. Sabendo que muitos jogadores eram analfabetos, e que alguns deles começavam a se sustentar graças ao futebol, impuseram que 12 jogadores fossem dispensados do clube, por não terem comprovação de trabalho fixo e por não conseguirem assinar o próprio nome na súmula.

Caso o Vasco aceitasse esta exigência, Flamengo, Botafogo, América, Fluminense e Bangu permitiriam que o adversário fosse filiado à Associação Metropolitana de Esportes Amadores (Amea) e jogasse o Campeonato Carioca. O presidente José Arnaldo Prestes escreveu um manifesto que provavelmente seja o marco da busca pelo fim da discriminação racial no esporte:

Estamos certos de que V.Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno de nossa parte sacrificar, ao desejo de filiar-se à Amea, alguns dos que lutaram para que tivéssemos, entre outras vitórias, a do campeonato de futebol da cidade do Rio de Janeiro de 1923. São 12 jogadores jovens, quase todos brasileiros, no começo de suas carreiras. Um ato público que os maculasse nunca será praticado com solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que eles com tanta galhardia cobriram de glórias. Nestes termos, sentimos ter que informar à V. Exa., que desistimos de fazer parte da Amea.

A situação foi contornada a tempo do Vasco disputar o Campeonato Carioca de 1925 - com os 12 jogadores inscritos. Mas outro empecilho entrou em pauta. Alguns clubes continuaram a marginalizar os vascaínos, alegando que o clube não tinha estádio (quando tinha mando de campo, o jogo era realizado no estádio do clube Andarahy). Com o aumento de torcedores vascaínos, clubes como o Fluminense e Botafogo até estenderam a mão, oferecendo o privilégio de que os jogos do Vasco fossem realizados em seus estádios. Mas a única intenção era lucrar com o bom público a cada jogo.

Alguns torcedores vascaínos de origem portuguesa iniciaram uma campanha, que logo foi aderida por toda a colônia luso-brasileira residente no Rio de Janeiro. Trata-se da coleta denominada "A Campanha dos Dez Mil". Cada pessoa doava dez mil réis, que seriam revertidos para erguer um estádio. Foram 665.895 contos de réis destinados à compra do terreno da antiga Chacrinha da Marquesa de Santos, em São Cristóvão, e mais 2 mil contos de réis para que o estádio fosse construído num tempo de 10 meses.

O Estádio Vasco da Gama foi inaugurado em 21 de abril de 1927, na partida Vasco 3 x 5 Santos, e o primeiro gol do estádio foi marcado pelo vascaíno Negrito. Mais tarde, o estádio do Vasco recebeu o apelido de São Januário, pois o Bonde São Januário passava perto dele. Além dos jogos realizados lá, São Januário ficou marcado na história por ser o local onde o presidente Getúlio Vargas fazia seus discursos de primeiro de maio, Dia do Trabalho.

As grandes conquistas e os esquadrões que fizeram a história

O Expresso da Vitória

Talvez a melhor equipe da história do Vasco, o Expresso da Vitória surgiu a partir de um processo do presidente Cyro Aranha, que queria montar uma equipe a longo prazo. Jovens jogadores foram contratados a partir de 1942, como forma de acabar com a ausência de títulos do clube (que não era campeão carioca desde 1936). E as conquistas viriam em massa a partir da segunda metade da década de 1940.

O Vasco foi campeão carioca em 1945, 1947, 1949 (estes três de forma invicta), 1950 e 1952, e se tornou um pioneiro clube brasileiro ao alcance do futebol da América do Sul. No ano de 1948, o Expresso da Vitória disputou o Torneio Sul-Americano de Clubes Campeões, realizado em Santiago, na capital do Chile. O formato da competição é semelhante à atual Taça Libertadores da América, o que dá ao clube vascaíno a honra de ter sido o primeiro time brasileiro campeão sul-americano.

A campanha começou com uma vitória por 2 a 1 sobre o El Litoral, da Bolívia. Em seguida, o time ganhou do uruguaio El Nacional por 4 a 1, do peruano Deportivo Municipal por 4 a 0, do equatoriano Emelec por 1 a 0 e empatou com o anfitrião chileno Colo Colo em 1 a 1. No jogo decisivo, um empate em 0 a 0 com o River Plate, na época base da seleção argentina e favorito absoluto ao título, deu a conquista ao Vasco.

Dois anos depois, o Vasco se tornou o primeiro campeão carioca do Maracanã, estádio construído para a Copa do Mundo de 1950. O Expresso da Vitória cedeu oito jogadores à Seleção Brasileira, que perderia o título no jogo final para o Uruguai.

Acusado de falhar no gol de Ghighia, o grande goleiro Barbosa acabou execrado na história, mesmo com a dimensão de seu talento debaixo das traves do Vasco. O lateral Bigode, cedido pelo Fluminense, à época foi chamado de "nego frouxo" por permitir que o atacante uruguaio entrasse na área, mas não sofreu com o mesmo alarde no resto dos anos. O centroavante Ademir de Menezes, também vascaíno, foi o artilheiro da Copa do Mundo com nove gols - número que nenhum jogador brasileiro alcançou numa só competição.

O Expresso da Vitória apresentou jogadores memoráveis, como Ademir de Menezes, Danilo Alvim, Friaça, Lelé, Ely, Rafagnelli, Maneca, Chico, Tesourinha, Sabará, Ipojucan, Augusto. E, no ano de 1952, deu chance para o futebol àquele que, seis anos depois, se tornaria o primeiro capitão brasileiro a erguer a Taça Jules Rimet: o zagueiro Bellini.

A última conquista do Expresso da Vitória data de 1953, e também em uma competição pioneira. O Torneio Octogonal Rivadavia Corrêa Meyer segue o mesmo molde da Copa Rio (conquistada por Palmeiras e Fluminense em suas edições anteriores), e é precursora do Mundial Interclubes da FIFA. Depois de passar por adversários como Botafogo, Fluminense, Hibernian (da Escócia) e Coríntihans, na final os vascaínos superaram o São Paulo com duas vitórias - 1 a 0 na capital paulista e 2 a 1 na capital carioca.

Um ótimo encerramento para tantas conquistas e tantas goleadas históricas. 5 a 2 sobre o Flamengo (após estar perdendo por 2 a 0 no início da partida), 6 a 2 sobre o América, 9 a 0 sobre o Bonsucesso, e aquela que é a maior goleada de um time vascaíno na história: 14 a 1 sobre o Canto do Rio.

Os quatro títulos brasileiros

1974

Depois de um começo muito fraco, no qual só conseguiu sua primeira vitória após cinco partidas (e diante do modestíssimo Tiradentes do Piauí), o Vasco chegou ao quadrangular final do Campeonato Brasileiro de 1974 como azarão da disputa. Os adversários seriam o Santos de Pelé, o Cruzeiro de Nelinho e o Internacional, que começava a formar a base que daria três títulos brasileiros na década de 1970.

No confronto com os santistas, Pelé fez um gol de falta, mas Luis Carlos (que abrira a contagem) e Roberto Dinamite decretaram o placar de 2 a 1 no Maracanã. No Mineirão, o Cruzeiro chegou a abrir o placar, mas no finzinho os vascaínos empataram em 1 a 1. O Vasco não só estava classificado para a final, como uma vitória contra o Internacional no Maracanã daria ao clube o título brasileiro por antecipação. No entanto, quis o destino que, depois de abrir 2 a 0 a equipe permitisse que o Inter empatasse em 2 a 2. Por vencer o Santos por 3 a 1 na outra partida, o Cruzeiro seria adversário do Vasco na decisão do Campeonato Brasileiro, realizada em um jogo extra.

Os cruzeirenses teriam a vantagem do empate, por causa da melhor campanha na competição, e a partida seria realizada no Mineirão. Seria, se o dirigente do Cruzeiro, Carmine Furletti, não tivesse entrado em campo durante a partida com o Internacional para reclamar um pênalti, e o treinador Hilton Chaves não tivesse partido para cima de um bandeirinha no mesmo jogo. O Vasco entrou com um recurso e conseguiu que a decisão saísse de Belo Horizonte para o lugar mais próximo da capital mineira que tivesse um estádio com grande capacidade: o Maracanã.

Em primeiro de agosto de 1974, o Maracanã assistiu à vitória do Vasco por 2 a 1 diante do Cruzeiro. Ademir abriu o placar aos 14 minutos do primeiro tempo. Nelinho empatou aos 19 do segundo tempo, em cobrança de falta. Aos 33 minutos, um lançamento de Alcir encontra Jorginho Carvoeiro, que divide com o goleiro Vítor, mas na sobra, o atacante colocaa bola no fundo da rede. 2 a 1, gol do título. Do primeiro título no Campeonato Brasileiro do Vasco, e primeiro título do estado do Rio de Janeiro na competição disputada a partir de 1971.

O time-base trouxe Andrada, Fidélis, Miguel, Moisés e Alfinete; Alcir, Zanata e Ademir; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite e Luis Carlos, sob o comando de Mário Travaglini. Roberto Dinamite foi o artilheiro daquela edição do Campeonato Brasileiro, com 16 gols. A campanha teve 12 vitórias, 12 empates e 4 derrotas.

1989

No ano de 1989, a torcida viu o Vasco formar uma equipe cheia de estrelas. A SeleVasco tinha nomes do nível de Seleção Brasileira, casos do lateral Mazinho, dos meias Andrade e Tita, e teve como grande estrela o atacante Bebeto, ex-jogador do Flamengo que chegou a São Januário numa negociação surpreendente. Ao lado deles, jogadores em boa fase na época, como o lateral Luiz Carlos Winck e o meia Marco Antônio Boiadeiro, e atletas formados na base vascaína, como o goleiro Acácio, o volante França, o meia Bismarck e os atacantes Sorato e William.

Após as duas primeiras fases, os vascaínos foram vencedores do Grupo B, e estavam credenciados a disputar a final contra o São Paulo, vencedor do Grupo A. Por ter campanha superior ao adversário, bastariam dois pontos na decisão para o Vasco ser campeão - ou dois empates ou uma vitória nos dois jogos decisivos (na época, a vitória valia dois pontos). O time vascaíno ainda tinha o direito de decidir os locais das duas partidas.

O primeiro jogo foi realizado no Morumbi, contra um São Paulo que trazia como destaques o goleiro Gilmar, o zagueiro Ricardo Rocha, o promissor Raí e os meias Bobô e Mário Tilico. Numa partida tensa, Acácio impediu de todas as formas que os são-paulinos balançassem a rede.

A rede balançou para os vascaínos. Aos cinco minutos, Luiz Carlos Winck recebeu na direita e cruzou para a área. A bola passou por Bebeto e Sorato, livre, cabeceou para marcar o gol do título. Sem necessidade de uma segunda partida, o clube chegava ao seu segundo título brasileiro.

Na decisão, o Vasco atuou com: Acácio, Luiz Carlos Winck, Quiñonez, Marco Aurélio e Mazinho; Zé do Carmo, Bismarck e Marco Antônio Boiadeiro; Sorato, Bebeto e William. A base desta equipe tinha sido iniciada dois anos antes, com o bicampeonato carioca de 1987 e 1988 sob o comando de Sebastião Lazaroni. Entretanto, ele deixou o clube para comandar a Seleção Brasileira. A SeleVasco foi treinada por Nelsinho Rosa, e durante sua trajetória teve 9 vitórias, 8 empates e 2 derrotas.

1997

Renovação. Foi a palavra de ordem na equipe vascaína a partir de 1996. Com o insucesso no Campeonato Brasileiro daquele ano, o Vasco passou 1997 tentando se movimentar para fazer uma equipe de maior qualidade. O objetivo era que, em 1998, o clube fosse campeão da Taça Libertadores da América no ano de seu centenário.

A estrutura foi pensada minuciosamente. Jogadores que se destacaram em meio ao mau desempenho do ano anterior, como Juninho e Ramón, atletas esforçados vindos de times de menor expressão do Rio de Janeiro, casos do zagueiro Odivan e do volante Nasa foram recrutados. E reforços de ótima qualidade e carreira vitoriosa, como o zagueiro Mauro Galvão e o atacante Evair, completaram a lista.

Tudo em função do jogador alçado a camisa 10: Edmundo. O Animal, que saíra brigado com o Vasco em 1993 para jogar no Palmeiras, e além do alviverde paulista passara pelo Flamengo e pelo Corínthians, tinha voltado em 1996. E já sairia, mas no início de 1998, para jogar na Fiorentina, da Itália.

Só que ele ficou seis meses a mais, a tempo de disputar o Campeonato Brasileiro.Dos pés dele, saíram dribles, jogadas e muitos, muitos gols. 29, para ser exato, superando o recorde de Reinaldo, que 20 anos antes tinha feito 28 gols numa só edição do Brasileirão. O gol do recorde veio numa noite inspirada contra o arquirrival Flamengo, na qual marcou três gols. E, no terceiro, driblou dois zagueiros rubro-negros antes de chutar a bola fora do alcance de Clêmer. O lateral Maricá completou a goleada por 4 a 1 que levou o Vasco à final.

Edmundo foi protagonista de outra goleada do Vasco na final. Goleada nos tribunais. O camisa 10 tomou cartão amarelo na primeira partida com o Palmeiras, em São Paulo. Mas forçou uma expulsão e foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Por 6 votos a 1, teve o direito de entrar em campo no Maracanã sob o poder de um efeito suspensivo. Ele não precisou fazer gol nas duas partidas decisivas, pois os empates em 0 a 0 em São Paulo e no Rio de Janeiro deram o título ao Gigante da Colina.

O time do Vasco na decisão foi: Carlos Germano, Válber, Odivan, Mauro Galvão e Felipe; Luisinho, Nasa, Juninho (Pedrinho) e Ramón (Alex); Edmundo e Evair. O técnico Antônio Lopes sacramentou sua passagem no Vasco definitivamente.

2000

Título contra tudo e contra todos. A trajetória do Vasco no título brasileiro de 2000 talvez tenha sido a mais acidentada. Não bastassem os adversários passados pelo caminho, os vascaínos enfrentaram alguns problemas para saírem vitoriosos da competição.

O maior deles foi o estigma de "vice", atribuído depois de perder duas finais de Estadual consecutivas para o Flamengo (1999 e 2000) e, no ano 2000, ser derrotado nas decisões Mundial Interclubes da FIFA pelo Corínthians e no Torneio Rio-São Paulo pelo Palmeiras. No Brasileirão, o time passou a primeira fase, eliminou Bahia, Paraná (campeão da Segunda Divisão de 2000 que foi alçado à disputa do Brasileiro da Série A no mesmo ano) e chegou à semifinal contra o Cruzeiro.

Depois do empate em 2 a 2 em São Januário, mais um momento de empáfia do então presidente Eurico Miranda surgiu como adversário. Ele demitiu o técnico Oswaldo de Oliveira, meramente porque o treinador cumprimentou o comandante cruzeirense e desafeto de Eurico, Luiz Felipe Scolari. Joel Santana foi chamado para comandar o Vasco às pressas, em plena finalíssima da Copa Mercosul, com o Palmeiras.

Embalado pelo título heroico (do qual falaremos a seguir) na competição internacional, o Vasco venceu o Cruzeiro em pleno Mineirão por 3 a 1, e foi credenciado para disputar a final contra o surpreendente São Caetano. O time do ABC paulista tinha sido vice-campeão do Módulo Amarelo da Copa João Havelange. Numa caminhada histórica pelo Módulo Azul, eliminou Fluminense, Palmeiras e Grêmio para chegar à final.

No primeiro jogo, um empate em 1 a 1 no Estádio Palestra Itália em 27 de dezembro deu a vantagem do empate sem gols ao Vasco. Na segunda partida, começou a se desenhar outro grande adversário. Em 30 de dezembro, Vasco e São Caetano realizavam a decisão em São Januário quando, aos 23 minutos do primeiro tempo, uma confusão na arquibancada fez parte do alambrado ceder. Um tumulto generalizado começou, muitas pessoas tiveram de invadir o campo e o incidente terminou com 168 feridos.

Detentora dos direitos de transmissão da partida, a TV Globo, que inicialmente apoiou que a partida continuasse, mudou de opinião ao ver que a situação não seria contornada a tempo de afetar sensivelmente sua programação (o jogo era no sábado, às 16h). A partida não prosseguiu, e o futebol brasileiro chegou a 2001 sem seu campeão brasileiro de 2000 - fato que coroava a Copa João Havelange, um campeonato cercado por liminares e por um regulamento absurdo.

A emissora fez uma campanha maciça contra o Clube de Regatas Vasco da Gama, mas ao final foi decretado que haveria a realização de uma nova partida. Como forma de protesto, o presidente Eurico Miranda fez o Vasco entrar em campo na decisão de 18 de janeiro de 2001, no Maracanã, com seu uniforme estampando a logomarca do SBT, emissora concorrente da TV Globo, no peito e nas costas da camisa, e no calção dos jogadores.

Apesar da torcida de um país, que além de querer ver a sensação São Caetano campeã brasileira sobre um timaço do Vasco, de imagem ligada ao presidente hostil (com razão) Eurico Miranda, e de uma TV Globo, os vascaínos foram campeões. O placar de 3 a 1 foi construído com gols de Juninho, Jorginho Paulista e Romário. Adãozinho fez o gol do Azulão.

O time que disputou a decisão do Maracanã foi: Helton, Clébson, Odivan, Júnior Baiano e Jorginho Paulista; Nasa, Jorginho (Henrique), Juninho (Paulo Miranda) e Juninho Paulista (Pedrinho); Euller e Romário. O elenco ainda trazia nomes de destaque, como o goleiro Fábio, o zagueiro Mauro Galvão, o meia Alex Oliveira e o atacante Viola. Foram 15 vitórias, 9 empates e 8 derrotas na competição.

Copa Mercosul 2000 - A virada do milênio

Deixar para trás Atlético Mineiro, pelo argentino San Lorenzo e pelo uruguaio Peñarol na primeira fase. Vencer nos pênaltis outro argentino, Rosario Central. Golear por 4 a 1 o River Plate no Monumental de Nuñez. O caminho trouxe muitas alegrias à torcida.

Mas nenhuma delas ganhou tanta dimensão quanto os 45 minutos finais da Copa Mercosul. De acordo com o regulamento, a decisão entre Vasco e Palmeiras aconteceria em três partidas. Os vascaínos venceram a primeira por 2 a 0 no Rio, e jogariam pelo empate em São Paulo para serem campeões. Devido à vitória palmeirense por 1 a 0, haveria uma terceira partida, e os paulistas jogariam pelo empate.

Num Palestra Itália lotado, o Palmeiras precisou de menos de 10 minutos para fazer três gols. Arce, de pênalti, Magrão e Tuta marcaram aos 36, aos 37 e aos 45, respectivamente, e a partida parecia liquidada.

O segundo tempo veio mais equilibrado, até que Marcio Rezende de Freitas assinalou pênalti para o Vasco aos 14 minutos. Romário diminuiu a vantagem. Nove minutos depois, novamente um jogador vascaíno foi derrubado na área. 3 a 2.

O Vasco esboçava uma reação histórica, quando Júnior Baiano fez falta dura e foi expulso depois de tomar o segundo cartão amarelo na noite. Joel Santana possivelmente queimaria uma alteração para recompor a zaga. O técnico fez uma alteração diferente: saiu o volante Nasa e entrou mais um atacante, Viola.

Os vascaínos pressionaram o adversário e, aos 41 minutos, Juninho Paulista chutou e a bola passou por baixo de Sérgio. Era o empate. Vieram os acréscimos, e a possibilidade de uma disputa de pênaltis. Mas a Copa Mercosul acabou aos 48 minutos. Viola avançou até a grande área e Jorginho Paulista tocou para Juninho Paulista. O goleiro palmeirense defendeu parcialmente. Na sobra, Romário colocou a bola no fundo da rede.

O Vasco vencia a partida por 4 a 3, deixando para trás os insucessos do ano e demonstrando uma superação digna da dimensão da qualidade da equipe. O milênio virava, e o Clube de Regatas Vasco da Gama honrava novamente o rótulo de "time da virada".

Na decisão, o Vasco atuou com: Helton, Clébson, Odivan, Júnior Baiano e Jorginho Paulista; Nasa (Viola), Jorginho (Paulo Miranda), Juninho e Juninho Paulista; Euller (Mauro Galvão) e Romário.

Taça Libertadores da América - 1998

O Clube de Regatas Vasco da Gama chegava ao ano de seu primeiro centenário em busca do segundo título sul-americano - 50 anos depois da conquista do primeiro, o Torneio Sul-Americano de Clubes Campeões. Mas, assim como em toda sua história centenária, a caravela teve muitas tormentas para enfrentar.

A primeira delas foi a saída de sua dupla de ataque no Campeonato Brasileiro de 1997. Edmundo se apresentou à Fiorentina, e Evair acertou com a Portuguesa. A diretoria contratou Donizete, ex-jogador do Botafogo que fizera uma temporada razoável pelo Corínthians, e repatriou Luizão, centroavante de destaque no Guarani e no Palmeiras que estava há algumas temporadas na Europa.

Depois de duas derrotas nas duas primeiras partidas - ambas por 1 a 0 para o Grêmio e o mexicano Chivas Guadalajara, duas vitórias e dois empates foram suficientes para a classificação às oitavas-de-final. E o caminho vascaíno foi permeado por embates complicadíssimos.

De cara, o Cruzeiro, campeão da Taça Libertadores da América no ano anterior. Uma vitória por 2 a 1 em São Januário e um empate sem gols no Mineirão encurtaram a presença cruzeirense no torneio. Nas quartas-de-final, mais um adversário brasileiro. O "copeiro" Grêmio, campeão sul-americano em 1995. Empate em 1 a 1 no Rio Grande do Sul e uma vitória por 1 a 0 em São Januário.

Veio a semifinal da competição. Novamente, contra outro campeão da década: o argentino River Plate. Num jogo dificílimo, o Vasco fez 1 a 0 em São Januário. No Monumental de Nuñez, os argentinos abriram o placar. Aos 37 minutos do segundo tempo, falta para o time vascaíno. Juninho, que entrara no lugar de Luizão, cobrou a falta da intermediária e encobriu o goleiro Burgos. Era o gol do empate que classificava a equipe carioca para a final da Taça Libertadores da América. Um gol tão importante que faz parte do grito "São Januário, meu caldeirão": "Contra o River Plate, sensacional / Gol do Juninho, Monumental...".

Curiosamente, a final foi a única fase do "mata-mata" na qual o Vasco venceu ambas as partidas. Em São Januário, diante de mais de 36 mil torcedores, Donizete e Luizão fizeram os gols da vitória por 2 a 0 sobre o Barcelona de Guayaquil. No jogo de volta, em campo equatoriano, vitória por 2 a 1, com gols de Donizete e Luizão, e De Ávila descontando. A 26 de agosto de 1998, o Vasco da Gama chegava ao maior título de sua história no futebol.

O time da decisão foi: Carlos Germano, Vágner, Odivan, Mauro Galvão e Felipe; Luisinho (Vítor), Nasa, Juninho e Pedrinho (Ramón); Donizete e Luizão (Alex). Sob o comando de Antônio Lopes, o Vasco ainda disputou a decisão do Mundial Interclubes no fim do ano contra o Real Madrid, e vendeu caro a derrota por 2 a 1 para o timaço espanhol. Nasa (contra) e Raúl marcaram para o Real. Juninho fez o golaço dos vascaínos.

Ídolos

Roberto Dinamite

Nome de batismo: Carlos Roberto de Oliveira (1954-)

Clubes onde atuou: Vasco (1970 a 1979), Barcelona/ESP (1979 e 1980), Vasco (1980 a 1989), Portuguesa (1989), Vasco (1990), Campo Grande (1991) e Vasco (1992).

Títulos pelo Vasco: Campeonato Brasileiro (1974) e Campeonato Carioca (1977, 1982, 1987, 1988 e 1992).

A partida entre Vasco e Internacional pelo Campeonato Brasileiro de 1971 era apenas mais uma dentre as tantas do primeiro torneio nacional nos moldes do que é até os dias de hoje. Até que um garoto de 17 anos pegou uma bola, passou por quatro adversários e chutou de longe, fora do alcance do goleiro Gainete. A vitória por 2 a 0 ficou em segundo plano. O Jornal dos Sports deu destaque à manchete: "GAROTO-DINAMITE EXPLODIU!".

O país do futebol via o primeiro gol de Roberto Dinamite. Oportunista, artilheiro, grande cobrador de faltas, um líder. O maior ídolo da história de futebol do Club de Regatas Vasco da Gama. Pelo clube, foram 1.110 partidas e 704 gols marcados.

Além dos títulos com a camisa do Vasco, tem um bom retrospecto pessoal como artilheiro. É o maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro, com 190 gols marcados, além de ter sido o goleador dos anos de 1974 e de 1984, com 16 gols marcados em cada edição. Foi artilheiro dos Campeonatos Estaduais de 1978 (19 gols), 1981 (31 gols) e 1985 (12 gols).

Após encerrar a carreira no início de 1993, Roberto Dinamite passou a se dedicar à política, sendo vereador e deputado estadual do Rio de Janeiro. No ano de 2008, assumiu um grande risco em prol da política do Clube de Regatas Vasco da Gama. Candidatou-se presidente do clube, em oposição à ditadura de Eurico Miranda, que há décadas afundava o Vasco em dívidas e em acusações de corrupção. Através da justiça, conseguiu a realização de eleições e saiu vencedor no confronto contra Amadeu Pinto da Rocha (apoiado por Eurico). Como atual presidente, tenta reerguer um clube que sofreu em 2009 com a queda para a Segunda Divisão.

Ademir de Menezes

Nome de batismo: Ademir Marques de Menezes (1992-1996)

Clubes onde atuou: Sport Recife (1939 a 1942), Vasco (1942 a 1945), Fluminense (1945 a 1948) e Vasco (1948 a 1956)

Títulos pelo Vasco: Campeonato Carioca (1945, 1949, 1950 e 1952) e Torneio Sul-Americano de Clubes Campeões (1948).

Ademir chamou atenção dos dirigentes vascaínos depois que atuou em amistosos do Sport Recife no Rio de Janeiro. O atacante de queixo grande foi chamado para jogar no Vasco, e após fazer três gols num amistoso com o Flamengo foi aprovado no clube carioca.

O Queixada se tornaria o maior ídolo do clube até a consagração de Roberto Dinamite. Foi o goleador do esquadrão chamado Expresso da Vitória, tendo anotado 301 gols nas 429 partidas que disputou. Nem mesmo a saída para o Fluminense (por exigência do técnico tricolor Gentil Cardoso, que exigiu da diretoria "se me derem o Ademir, eu lhes darei o título) sua identificação com o Vasco foi abalada. Nas Laranjeiras, ele dizia que seu coração tinha ficado no Vasco. Faleceu em 1996, 40 anos depois de abandonar o futebol.

Barbosa

Nome de batismo: Moacir Barbosa (1921-2000)

Clubes: Ypiranga/SP (1941 a 1944), Vasco (1945 a 1955), Santa Cruz (1955/1956), Bonsucesso (1957), Vasco (1958 a 1962) e Campo Grande (1962).

Títulos pelo Vasco: Campeonato Carioca (1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958) e Torneio Sul-Americano de Clubes Campeões (1948).

O "Homem Borracha", segundo o epíteto da torcida vascaína. Ágil, elástico, de muito reflexo, se consagrou no Expresso da Vitória. Dentre suas grandes partidas, a mais emblemática foi o empate em 0 a 0 com o River Plate, no jogo final do Torneio Sul-Americano de Clubes Campeões. O goleiro defendeu cobrança de pênalti do argentino Labruna.

Infelizmente, sua carreira foi maculada por uma injustiça. Ele era o arqueiro da Seleção Brasileira na derrota por 2 a 1 para o Uruguai no Maracanã, e foi acusado de ter falhado no gol de Gighia. "No Brasil, pena máxima é de 30 anos. Já estou pagando minha pena há 50 anos e ainda não me perdoaram", disse em sua última entrevista antes de morrer. Faleceu na cidade de Santos, meio século depois do Maracanazzo, na miséria.

Andrada

Nome de batismo: Edgardo Norberto Andrada (1939-)

Clubes: Rosario Central/ARG (1960 a 1969), Vasco (1969 a 1975), Vitória (1976) e Colón/ARG (1977 a 1982).

Títulos pelo Vasco: Campeonato Carioca (1970) e Campeonato Brasileiro (1974).

Assim como Barbosa, o argentino Andrada é lembrado apenas por um gol que tomou. Em 1969, na partida Vasco 1 x 2 Santos, ele sofreu o gol 1000 de Pelé, numa cobrança de pênalti.

Pouco para um estrangeiro que tantos serviços prestou ao time vascaíno. Com uma equipe limitada, as defesas de Andrada ajudaram o Vasco a voltar a ser campeão estadual depois de 12 anos sem conquistas, além de ser o goleiro do bravo time campeão brasileiro de 1974.

Atualmente, vive em seu país de origem. Esteve em evidência na mídia no ano de 2008, acusado de ter sido agente do serviço de inteligência da ditadura militar na Argentina.

Romário

Nome de batismo: Romário de Souza Faria (1966-)

Clubes: Vasco (1985 a 1988), PSV Eidhovenn/HOL (1988 a 1993), Barcelona/ESP (1993 e 1994), Flamengo (1995 e 1996), Valencia/ESP (1996), Flamengo (1997), Valencia/ESP (1997), Flamengo (1998 e 1999), Vasco (1999 a 2002), Fluminense (2002 a 2003), Al Saad/QAT (2003), Fluminense (2003 e 2004), Vasco (2005 e 2006), Miami FC (2006), Adelaide United/AUS (2006), Vasco (2007) e América (2009).

Títulos pelo Vasco: Campeonato Carioca (1987 e 1988), Campeonato Brasileiro (2000) e Copa Mercosul (2000).

O gênio da área. Polêmico, indisciplinado, marrento, folgado. Mas que respondia a todas as depreciações de crítica e público através dos gols. E foram mais de 1.000. Segundo as contas do Baixinho de 1,68m, são 1.002 as vezes nas quais torcidas de todos os clubes, e também da Seleção Brasileira (na qual foi campeão da Copa do Mundo de 1994 e artilheiro do time de Carlos Alberto Parreira), vibraram com seus gols.

Destes 1.002 gols "oficiais" da conta de Romário, 383 foram com a camisa do Vasco. Após uma curta passagem no início de carreira, quando saiu para atuar no futebol holandês, o camisa 11 retornou ao clube que o revelou em 1999. Como sempre, de maneira polêmica: saíra brigado do Flamengo, maior rival vascaíno.

Dentre alegrias e dissabores, contabilizou quatro retornos ao Vasco, e uma sucessão de gols com os mais variados parceiros de ataque. Desde Roberto Dinamite, com quem jogou em seu começo de carreira, passando pelo desafeto Edmundo, por Euller, e até por jogadores de qualidade mais questionável, como Ely Thadeu, Léo Macaé e André Dias.

Seu gol de número 1.000 aconteceu com a camisa vascaína. Vasco e Sport Recife jogavam em São Januário, quando o zagueiro Durval desviou com o braço dentro da área bola cruzada por Thiago Maciel. Pênalti. Romário converteu, tirando do alcance do goleiro Magrão.

O feito é imortalizado numa estátua de bronze no gramado de São Januário, em manobra considerada como provocação de Eurico Miranda ao grande ídolo vascaíno (e adversário político) Roberto Dinamite. O ex-presidente também aposentou a camisa 11, mas a nova diretoria revogou esta medida.

O faro de gol rendeu vários prêmios de artilharia com a camisa vascaína. Foi o goleador nos Estaduais de 1986, 1987, 2000 e 2005, dos Brasileiros de 2000, 2001 e 2005, da Copa Mercosul de 2000 e do Mundial de Clubes da FIFA.

Romário foi treinador do Vasco por um curto tempo, entre 2007 e 2008 (e chegou a ser jogador e treinador ao mesmo tempo em algumas partidas), mas saiu por desavenças com Eurico Miranda. Hoje, é gerente de futebol do América, clube de coração de seu pai, Edevair.

Geovani

Nome de batismo: Geovani Silva (1964-)

Clubes: Desportiva (1978 a 1981), Vasco (1981 a 1989), Bologna/ITA (1989 e 1990), Karlsruher/ALE (1991), Vasco (1991 a 1993), Tigres/MEX (1994), Vasco (1995), XV de Jaú (1995), ABC (1996), Rio Branco (1997), Linhares (1998), Serra (1999) e Rio Branco (2000 e 2001).

Títulos pelo Vasco: Campeonato Carioca (1982, 1987, 1988, 1992 e 1993).

Camisa 8 habilidoso, se destacou a partir do Estadual de 1982. Chamavam atenção os seus passes perfeitos e o bom chute. Tinha grandes chances de chegar à Copa do Mundo de 1990, mas preferiu se transferir para o futebol europeu (que na época não tinha a visibilidade dos dias de hoje). Voltou ao Vasco, ajudou a equipe no bicampeonato carioca de 1992 / 1993 sendo uma boa opção para o segundo tempo, quando ajudava o time a administrar as partidas e a melhorar seu toque de bola.

Voltou ao seu estado natal, Espírito Santo, para encerrar sua carreira futebolística. Logo depois, se elegeu deputado estadual e teve diagnosticada uma doença rara, a polineuropatia, capaz de limitar seus movimentos. Atualmente, trabalha como "olheiro" do Vasco, e traz boas promessas para as divisões de base do clube.

Carlos Germano

Nome de batismo: Carlos Germano Schwambach Neto (1970-)

Clubes: Vasco (1991 a 1999), Santos (2000), Portuguesa (2001), Internacional (2002), Botafogo (2002), Paysandu (2003), América (2004), Madureira (2005) e Penafiel/POR (2005 e 2006).

Títulos pelo Vasco: Campeonato Carioca (1992, 1993, 1994 e 1998), Campeonato Brasileiro (1997), Taça Libertadores da América (1998) e Torneio Rio-São Paulo (1999).

O absoluto dono da camisa 1 vascaína na década de 1990. Ajudou o Vasco a vencer muitas partidas graças à sua segurança debaixo das traves. Com a escalação vascaína sempre iniciando por ele, fez parte de uma bela geração de conquistas.

Saiu do clube ao final de 1999, por uma desavença com o então presidente Eurico Miranda. Teve passagens de destaque por Santos e Botafogo, mas sua identificação com o Vasco era tanta que durante um Vasco x Botafogo a torcida vascaína gritou seu nome.

Retornou ao Vasco em 2008, a convite do atual presidente Roberto Dinamite, para ser treinador de goleiros da equipe. É responsável direto pelo sucesso recente do goleiro Fernando Prass. Esteve na Copa do Mundo de 1998, na reserva de Taffarel.

Edmundo

Nome de batismo: Edmundo Alves de Souza Neto (1971-)

Clubes: Vasco (1992), Palmeiras (1993 a 1995), Flamengo (1995), Corínthians (1996), Vasco (1996 e 1997), Fiorentina/ITA (1998 e 1999), Vasco (1999 e 2000), Santos (2000), Napoli/ITA (2001), Cruzeiro (2001), Tokyo Verdy/JAP (2002), Urawa Reds/JAP (2003), Vasco (2003), Fluminense (2004), Nova Iguaçu (2005), Figueirense (2005), Palmeiras (2006 e 2007) e Vasco (2008).

Títulos pelo Vasco: Campeonato Carioca (1992) e Campeonato Brasileiro (1997).

A dimensão de seu talento era diretamente proporcional ao seu estilo temperamental. Despontou com grande habilidade no Campeonato Brasileiro de 1992, ganhou o Carioca pelo Vasco naquele mesmo ano, mas já apresentava um repertório de gols, dribles e de confusões dentro de campo. Quando foi vendido para o Palmeiras no início do ano seguinte, o então vice de futebol Eurico Miranda afirmou que tinha "vendido um problema".

Problema que a torcida sempre adorou ter na equipe do Vasco. Vascaíno declarado mesmo quando vestia a camisa de outros clubes, Edmundo teve outras quatro passagens por São Januário. A mais bem-sucedida de todas foi em 1997, quando reeditou a boa dupla com Evair dos tempos do Palmeiras, e levou o time ao seu terceiro título brasileiro fazendo 29 gols no campeonato.

Voltou em 1999, após passagem pela Fiorentina da Itália. Seu futebol foi maculado desta vez por uma suspensão do vice-presidente Eurico Miranda, que o tirou de duas partidas decisivas contra o Vitória, além de no ano seguinte levar a pior numa briga de egos com Romário, seu companheiro de ataque. No meio do caminho, ainda perdeu o pênalti decisivo que tirou a conquista do Mundial de Clubes da FIFA em pleno Maracanã.

Foi para o Santos ainda em 2000, e numa partida na Vila Belmiro perdeu dois pênaltis seguidos contra seu clube de coração. No primeiro, o goleiro Fábio defendeu. O árbitro mandou voltar, e Edmundo chutou a bola na trave. No ano seguinte, durante partida pelo Campeonato Brasileiro, cobrou mal pênalti e permitiu que Helton defendesse. A declaração de que não ficaria feliz fazendo gol contra o Vasco lhe custou o emprego no time de Minas Gerais.

Após passagem pelo futebol japonês, voltou ao Vasco novamente, mas num contexto completamente diferente. Do time competitivo, de alta qualidade das passagens anteriores, não restara nada. Mergulhado em dívidas, o clube se virava como podia para montar uma equipe ao menos digna. Após a saída de Marcelinho Carioca, Edmundo se tornou a única referência de qualidade do clube, e conseguiu evitar o rebaixamento vascaíno.

Saiu novamente, passou pelo modesto Nova Iguaçu e pelo Figueirense, e jogou duas temporadas no Palmeiras, onde também é ídolo, graças ao timaço dos anos de 1993 e de 1994 (pelo alviverde, ainda perdeu mais um pênalti contra o clube que o revelou). Retornou ao Vasco em 2008, após perdoar metade de uma dívida de R$ 14 milhões. Mas, desta vez, não teve forma física para impedir que seu time de coração caísse para a Série B.

Mesmo assim, é um dos jogadores mais idolatrados nas arquibancadas, tanto pelo excelente Campeonato Brasileiro que fez em 1997 quanto por sempre ressaltar que é vascaíno de coração. Coisas que fazem a torcida perdoar até seus defeitos extracampo e seus deslizes decisivos, que prejudicaram o Vasco em alguns momentos.

Desde 2009, Edmundo é comentarista esportivo. Após um ano na Rede TV!, atualmente ele trabalha na TV Bandeirantes.

Juninho

Nome: Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior (1975-)

Clubes: Sport Recife (1993 a 1995), Vasco (1995 a 2001), Lyon/FRA (2001 a 2009) e Al-Gharafa/QAT (2009).

Títulos pelo Vasco: Campeonato Brasileiro (1997 e 2000), Campeonato Carioca (1998), Taça Libertadores da América (1998), Torneio Rio-São Paulo (1999) e Copa Mercosul (2000).

O meia Juninho chegou ao Vasco apenas como contrapeso do artilheiro que vinha com status de craque para o clube. O promissor Leonardo teve uma passagem frustrante durante o Campeonato Brasileiro de 1995, e foi devolvido ao Sport Recife no fim do ano. Juninho sobreviveu à má campanha da equipe na competição, e se tornou o maior ídolo da nova geração vascaína.

Dono de uma habilidade no passe, com talento para a marcação e uma boa resistência física, o jogador se destacou no meio-de-campo vascaíno, e permaneceu no Vasco por cinco temporadas consecutivas. Excelente cobrador de faltas, fez seu gol mais importante pelo clube na partida contra o River Plate, no Monumental de Nuñez. A cobrança deu o empate ao time vascaíno, e encaminhou o título da Taça Libertadores da América, conquistado contra o equatoriano Barcelona de Guayaquil.

Despediu-se do clube em janeiro de 2001 (na época, já era chamado por alguns de Juninho Pernambucano, para diferenciá-lo de outro Juninho do Vasco, o Juninho Paulista), deixando como encerramento um golaço de fora da área contra o São Caetano, na decisão do Campeonato Brasileiro de 2000. A torcida pediu para ele ficar, mas uma briga com o então presidente Eurico Miranda sacramentou sua saída para o futebol francês.

Na França, levou o Lyon não só ao seu primeiro título, mas também a um heptacampeonato consecutivo. Seu bom desempenho no exterior fez com que ele fosse convocado para a Copa do Mundo de 2006, mas foi titular apenas na partida em que a Seleção Brasileira foi eliminada pelos franceses. Depois do fracasso do Brasil na Copa, pediu para não ser mais convocado.

O atual presidente Roberto Dinamite fez um projeto para trazê-lo de volta ao Vasco em 2009 (e tentou de novo em 2010). Mas, ao sair do Lyon, Juninho preferiu ir jogar no Qatar, pelo Al-Gharafa. Mas o ídolo permanece na Colina, através do canto dos torcedores.

Fontes bibliográficas:

LANCEPÉDIA - A enciclopédia do futebol brasileiro (Volumes 01 e 02) - Coordenação de Marcelo Duarte e Marcelo Damatto - 2a. edição - Rio de Janeiro - Lance, 2009.

A CRUZ DO BACALHAU - Aldir Blanc e José Reinaldo Marques. Coleção Camisa 13. Rio de Janeiro: Ediouro, 2009.

ROBERTO DINAMITE, A EXPLOSÃO DO GOL - Edvard Leite de Carvalho. Editora Primeira Edição, 1993.

Páginas eletrônicas:

NetVasco - www.netvasco.com.br

Vasco da Gama - Site Oficial - www.vasco.com.br

Placar - www.placar.abril.com.br


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Artur da Távola

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1 Comentários

Comentários

  1. Oi Vini!

    Você só podia mesmo ser Jornalista.
    Fazer um texto deste com tantas minúcias, datas, só mesmo um grande jornalista.
    Como diz minha afilhada Con, você Arrasou!!!!

    Gostei do vídeo, esse sim, um texto escrito por um vascaíno da gema.Agora acertei...

    Parabéns!

    Beijos,
    Carmen Augusta

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